O trecho do sexto parágrafo – mas traz, também, uma
defesa intransigente de direitos universais que abarcam
as minorias – pode ser reescrito, sem alteração do sentido original, da seguinte forma:

Question

O bom combate      Apesar dos extremismos discursivos e de retrocessos democráticos registrados em vários países nos últimos tempos,
não dá para negar que a humanidade melhora a olhos vistos.
      Por qualquer medida objetiva que adotemos, o mundo
evoluiu nos últimos 30 anos, e a proporção de terráqueos
vivendo em pobreza extrema, que era de 35% em 1990, está
agora abaixo dos 10%. A expectativa de vida ao nascer, que
batia nos 65 anos em 1990, saltou para mais de 72.
      Também observamos melhoras importantes nos índices
globais de escolarização e na disponibilidade de itens como
água tratada e eletricidade. É difícil de acreditar, mas até a
inteligência dos humanos tem avançado. O fenômeno, bem
documentado, atende pelo nome de efeito Flynn.
      Se trocarmos a lente das décadas pela dos séculos e ampliarmos a noção de riqueza para incluir não só renda, mas
acesso a serviços e bens de consumo, os progressos são
ainda mais significativos. Nas contas da economista americana Deirdre McCloskey, nos últimos dois séculos, o habitante
médio do planeta viu sua riqueza multiplicar-se por dez, chegando a 30 nos países desenvolvidos.
      O mundo ainda está muito longe de ser um lugar bom
para todos ou razoavelmente justo, mas é preciso estar cego
para não ver que estamos melhorando.
      Os dois motores principais desses sucessos são o saber
técnico, alimentado pela ciência, e a disseminação das democracias, cujo número mais do que dobrou de 1990 para cá.
Democracia, aqui, deve ser compreendida em seu conceito
mais amplo, que inclui a busca por benefícios expressa pela
vontade popular, mas traz, também, uma defesa intransigente de direitos universais que abarcam as minorias, mas não
se restringem a elas.
      São justamente o saber técnico e a democracia que estão
sob ataque em vários países. Defendê-los é o dever das
forças pró-civilização neste momento delicado.
                              (Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 05.05.2019. Adaptado) O trecho do sexto parágrafo – mas traz, também, uma
defesa intransigente de direitos universais que abarcam
as minorias – pode ser reescrito, sem alteração do sentido original, da seguinte forma: Alternativa A: entretanto traz, diferentemente, uma defesa austera
de direitos universais que dominam as minorias Ou Alternativa B: porém traz, igualmente, uma defesa inflexível de
direitos universais que englobam as minorias Ou Alternativa C: porque traz, ainda, uma defesa superficial de direitos
universais que alcançam as minorias Ou Alternativa D: quando traz, aliás, uma defesa incompleta de direitos universais que afetam as minorias Ou Alternativa E: pois traz, além disso, uma defesa violenta de direitos
universais que discriminam as minorias

Qconcursos · Accepted Answer

Alternativa [B] porém traz, igualmente, uma defesa inflexível de
direitos universais que englobam as minorias Esta
questão requer conhecimentos acerca do valor semântico das palavras,
significação contextual; coesão e coerência textual; compreensão e
interpretação de texto.

ALTERNATIVA (A) INCORRETA – De acordo com o
contexto, os direitos universais igualam a todos, sem diferenciar ninguém. O
que está incoerente é a presença do advérbio “diferentemente”.

 Além disso, o verbo abarcar, conforme o
contexto, tem o sentido de abranger, englobar, alcançar, reunir em um
conjunto. Na reescrita, o verbo dominar não está coerente com
o significado contextual.

ALTERNATIVA (B) CORRETA – A conjunção
coordenativa adversativa “porém” substitui coerentemente a conjunção
coordenativa adversativa “mas”.

A ideia
dos direitos universais é igualar a todos: minorias e maiorias. Por isso, o uso
do advérbio “igualmente” está coerente com a ideia original.

Inflexível tem o mesmo significado
da palavra intransigente.

Englobar, de acordo com o
contexto, significa abarcar, pois esse é o objetivo dos direitos
universais: englobar, abarcar, abranger as minorias.

ALTERNATIVA (C) INCORRETA – A conjunção
causal/explicativa “porque” está incoerente, visto que na escrita original, a
oração exprime uma oposição e não um motivo ou justificativa.

A
palavra denotativa ainda exprime inclusão, o que ratifica as informações
originais, visto que inclui uma
defesa intransigente de direitos universais que abarcam as minorias.

E a
defesa dos direitos universais não é superficial, é inflexível, austera,
rígida.

ALTERNATIVA (D) INCORRETA – A conjunção subordinativa
adverbial “quando” está incoerente, visto que na escrita original, a oração
exprime uma oposição e não uma relação temporal.

O
advérbio aliás (= no entanto, contudo) denota oposição à frase.

Há
incoerência textual em “uma defesa incompleta de direitos universais”, a
defesa não é incompleta, ao contrário é rígida nas ações, pois ela iguala todos
os seres humanos.

Na
reescrita, o verbo dominar não está coerente com o significado
contextual, uma vez que o verbo abarcar, conforme o contexto, tem o
sentido de abranger, englobar, alcançar, reunir em um conjunto, e não de
abranger com o poder, dominar.

ALTERNATIVA (E) INCORRETA – A conjunção
coordenativa explicativa “pois” está incoerente, visto que na escrita original,
a oração exprime uma oposição e não uma explicação, justificativa.

A
expressão “além disso” denota continuação, o que ratifica as informações
originais, visto que há algo mais para acrescentar: uma defesa intransigente de direitos universais que
abarcam as minorias.

Na
reescrita, o verbo discriminar não está coerente com o
significado contextual, visto que seu significado é separar, o que não
corrobora com as informações originais porque o objetivo é abranger as
minorias.

GABARITO DA PROFESSORA:
ALTERNATIVA (B).

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