A produção do espaço se realiza sob a égide da propriedade p...
A produção do espaço se realiza sob a égide da propriedade privada do solo urbano, onde o espaço fragmentado é vendido em pedaços, tornando-se intercambiável a partir de operações que se realizam através e no mercado. Tendencialmente produzido como mercadoria, o espaço entra no circuito da troca, generalizando-se na sua dimensão de mercadoria. Nesse contexto, o espaço é fragmentado, explorado e as possibilidades de ocupá-lo se redefinem, constantemente, em função da contradição crescente entre a abundância e a escassez, o que explica a emergência de uma nova lógica associada, e uma nova forma de dominação do espaço, que se reproduz ordenando e direcionando a ocupação a partir da interferência do Estado. Deste modo, o espaço é produzido e reproduzido, de um lado, enquanto espaço de dominação − como estratégia do Estado, portanto política - e de outro, como mercadoria reprodutível. Nesse contexto, o uso do espaço na metrópole subordina-se cada vez mais à troca e à reprodução do valor de troca, submetendo o uso às necessidades do mercado imobiliário.
Fonte: Carlos, A.F.A. O Espaço Urbano: Novos Escritos sobre a Cidade. São Paulo: FFLCH, 2007.
A partir do texto, pode-se depreender que: