O título que melhor sintetiza a temática discutida no texto é:
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Ano: 2025
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Carangola - MG
Provas:
Instituto Consulplan - 2025 - Prefeitura de Carangola - MG - Assistente Social
|
Instituto Consulplan - 2025 - Prefeitura de Carangola - MG - Médico da ESF |
Instituto Consulplan - 2025 - Prefeitura de Carangola - MG - Psicólogo |
Instituto Consulplan - 2025 - Prefeitura de Carangola - MG - Enfermeiro |
Instituto Consulplan - 2025 - Prefeitura de Carangola - MG - Farmacêutico |
Q3154784
Português
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Não faz muito tempo tínhamos três principais meios de tomar conhecimento das últimas notícias e fatos: jornais
impressos, TVs e rádios. O jornalismo, que submetido a um Código de Ética que entende o “acesso à informação pública como
um direito inerente à condição de vida em sociedade”, não deveria, nem poderia impedir este direito por nenhum tipo de
interesse. Seguir o código é um dever de todo jornalista e isso inclui que a divulgação da informação deve ser precisa e correta.
No caso das TVs e rádios, como concessões públicas de prazo determinado, estão submetidas a regras para que lhes seja
garantida a autorização e possam explorar tais serviços. No entanto, sabemos que a linha editorial desses instrumentos de
comunicação nem sempre mostra a verdade, ou são desprendidas de interesses financeiros ou de mercado, muito menos de
viés ideológico. E pior, não dão o mesmo espaço para que outras opiniões possam se expressar. Imaginem se não tivéssemos
código e regulação!
De qualquer forma, antes da internet e das redes sociais, portanto, o acesso à informação existia, e com um cumprimento
questionável, porém com mecanismos de execução e fiscalização. No entanto, o alcance de uma notícia correspondia a quem
tinha acesso a esses meios, sendo que a TV aberta foi se constituindo, com o tempo, apoios institucionais e a facilitação da
aquisição de aparelhos de TV, em uma fonte importante de informação nas diversas camadas sociais.
A realidade mudou profundamente. Hoje, as pessoas continuam se informando pela TV, mas também se informam em
grupos de WhatsApp e em redes sociais. Ao compartilharem os conteúdos que têm acesso fazem uma notícia, verdadeira ou
não, alcançar milhões de outros usuários em pontos bem distantes do planeta. Produzem, postam e compartilham
multiplicando falsas notícias, violências contra a dignidade humana, imagens não autorizadas, cometem crimes contra a
democracia, contra as mulheres, contra o povo negro, contra a comunidade LGBT+, contra a saúde pública, provocam suicídios,
automutilação principalmente em crianças e adolescentes, além de crimes de pedofilia, entre outros de violência e abuso
sexual. Usam pessoas públicas de forma aética. As consequências, como temos observado, são devastadoras.
Apesar disso, não há qualquer regulação que obrigue plataformas e usuários a terem um mínimo de obrigações para com
a sociedade e responsabilidade sobre o que é veiculado. O marco civil foi um avanço para o Brasil, mas é insuficiente para
enfrentar a terra sem lei que virou a internet.
Recentemente, o jornalista Pedro Bial, com quem me solidarizo, farto de exigir providências pelas vias normais, publicou
um vídeo. Nele, acusa as plataformas de não coibir postagens de divulgação de um produto com sua imagem (deepfake) e sem
qualquer autorização para tanto. As palavras dele são significativas do quanto é possível enganar, fraudar e lucrar neste espaço
das big techs.
Mas os malefícios não param por aí. Anúncios patrocinados no Instagram e no Facebook divulgam promoções de supostas
marcas famosas e muitos compram sem nunca receber seus produtos. Sites duplicados, com preços irresistíveis, fazem dos
consumidores alvos fáceis do golpe. A postagem patrocinada permanece circulando sem qualquer verificação de quem recebe
por elas e sem responsabilização. Sobram prejuízos e desrespeito.
O mundo debate este tema e já se discute a regulação da inteligência artificial, uma inovação que pode ser utilizada a favor
ou contra as atividades humanas. Legislações avançadas começam a surgir para conter a marcha desenfreada da desinformação
e dos crimes, mas o Brasil até agora se recusa a avançar, está muito atrasado e próximo de manter esta situação insustentável.
Forças políticas de extrema direita e os fundamentalistas se somam ao lobby das grandes empresas e usam do ambiente
desregulado para impedir a regulação, com argumentos que vão de “liberdade de expressão” à “censura das redes”, querem
que apenas jornais, TVs e rádios tenham direitos e obrigações. Para a internet, apenas direitos e lucros exorbitantes à custa de
reputações, vidas e distanciamento da realidade.
É urgente garantir que a liberdade de expressão não seja confundida com liberdade para cometer crimes. Não podemos
mais admitir que notícias falsas circulem com tanta facilidade e tenham um alcance absurdo. A internet veio para dar a todos a
possibilidade de se informarem, obterem conhecimento, entretenimento e facilitação de estudo, pesquisa e trabalho.
Que a informação precisa e correta esteja ao alcance de todos e todas. Que as fraudes, as mentiras e as violências estejam
sujeitos à lei para que seja possível a punição. Eu também acuso e quero fazer parte da solução que fortaleça a democracia, a
valorização dos seres humanos na sua diversidade, que fortaleça a cultura de paz e que supere a impunidade!
(FEGHALI, Jandira. ‘Eu acuso!’. Carta Capital, 2024.)
O título que melhor sintetiza a temática discutida no texto é: