O tratamento conferido aos escravos no sistema colonial foi ...

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Q2114151 História
O tratamento conferido aos escravos no sistema colonial foi tema da produção escrita de jesuítas, como André José Antonil, que afirmou que na colônia esses costumavam ser tratados a “pau, pão e pano”.
Considere as seguintes afirmações sobre a relação da igreja católica com a escravidão, no sistema colonial implementado pela Coroa portuguesa no Brasil:
  I. Era comum que padres e membros do clero se valessem do trabalho de escravizados nas propriedades da Igreja.  II. A Igreja Católica condenava a escravidão de qualquer povo, e diversos jesuítas, como André José Antonil, relataram os maus tratos conferidos aos escravizados. III. Os africanos escravizados eram em geral batizados e recebiam nomes cristãos, uma vez que a Igreja defendia que deveriam ser catequizados.  IV. A Igreja católica incentivou os matrimônios entre brancos e negros como forma de branquear a população de escravizados, majoritária no período colonial.
Está correto o que se afirma APENAS em 
Alternativas

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O estudo acerca de Escravidão no Brasil abrange toda a nossa história até 1888, quando da assinatura da famosa Lei Áurea. E, é documentada a utilização de africanos escravizados por membros da Igreja Católica. O sistema escravista perpassava todo o tecido social. O trabalho remunerado era de pouca monta, não se configurando como característica basilar do Trabalho no período de dominação portuguesa e mesmo após a independência.

O tema é de estudo constante entre graduados e pós graduados em vários ramos das Ciências Sociais. Publicações tem-se tornado mais numerosas a medida em que novos documentos são explorados, como por exemplo, os imagéticos e literários.  Especificamente sobre a relação entre escravidão e a Igreja Católica vale conferir A Igreja Católica em Face Da Escravidão, de Jaime Balbia Urpia. E  A Escravidão no Brasil, de Jaime Pinsky.

 

 

AFIRMATIVA I- VERDADEIRA- Africanos escravizados eram utilizados para os trabalhos nos mosteiros e terras do clero católico embora houvesse membros do clero que condenassem a escravização, principalmente de nativos.

 

AFIRMATIVA II- FALSA- A Igreja Católica não se opunha , como instituição , à escravização de povos não europeus caucasianos. E Antonil, padre jesuíta, descreveu o Brasil como “ o inefrno dos negros, o purgatório dos brancos e o paraíso dos mulatos e mulatas” . Não se opunha claramente à escravização de nativos e africanos como , por exemplo , Bartolomé de las Casas

 

AFIRMATIVA III- VERDADEIRA- Apesar de não serem considerados de “ alma pura” como os nativos, os africanos escravizados eram batizados à revelia e recebiam nomes cristãos, na medida em que , ameaçada pela Reforma Protestante, a catequização fazia parte da reação da Igreja Católica, buscando novos fiéis.

 

AFIRMATIVA IV- FALSA- De fato, no período colonial o quantitativo de africanos escravizados era significativo, embora não se possa dizer exatamente se era majoritária por conta de não haver censo de população à época.   Mas o estímulo da Igreja Católica a união de africanos e brancos não existiu. A Igreja Católica, como instituição, protegeu, ao menos em certa medida, os povos nativos mas, não fez o mesmo com africanos escravizados.

 

ALTERNATIVAS:

 

A)     INCORRETA

B)      CORRETA- Somente as afirmativas I e III apresentam fatos corretos.

C)     INCORRETA

D)     INCORRETA

E)      INCORRETA

 

RESPOSTA: B

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Comentários

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Resposta letra B.

Comentando as erradas.

II - A Igreja Católica incentivava a escravidão do negro africano, defendia a catequese e libertação dos indígenas. Os maus tratos, muitas vezes, eram vistos pelos religiosos como necessários pois, segundo a crença católica, a pele negra era sinal da "maldidão de Cam" e a obediencia deveria se fazer mesmo que fosse pelos castigos corporais, ou seja "um mal, positivo".

IV - A Igreja católica não só condenava os matrimônios entre brancos e negros como também só incentivava o casamento entre os próprios escravos, se fosse para perpertuar o regime servil com novos escravos. Casamento entre brancos e negros era considerada "impureza racial" em toda a sociedade da época.

Fontes:

https://www.newadvent.org/cathen/14039a.htm

https://www.sinprofaz.org.br/artigos/a-escravidao-no-imperio-do-brasil-perspectivas-juridicas/

https://observatorio3setor.org.br/noticias/igreja-apoiava-escravidao-e-condenava-quem-ajudava-escravizados-na-fuga/

I - Era comum que padres e membros do clero utilizassem o trabalho de pessoas escravizadas nas propriedades da Igreja no Brasil durante o período colonial e até o século XIX. A Igreja Católica, sendo uma das maiores proprietárias de terras, tinha vastas fazendas e engenhos que dependiam da mão de obra escravizada para a produção agrícola e outras atividades econômicas.

III - A Igreja Católica considerava a catequização e o batismo dos escravizados como uma obrigação religiosa. O batismo era visto como um meio de salvar suas almas e integrá-los na fé cristã. Ao serem batizados, os africanos escravizados recebiam novos nomes cristãos, geralmente escolhidos pelos seus donos ou pelos padres que realizavam o batismo. Essa prática tinha a intenção de apagar sua identidade original e facilitar sua integração na cultura católica.

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