A incontinência urinária é considerada um sintoma multifator...

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Q1244354 Fisioterapia
A incontinência urinária é considerada um sintoma multifatorial, definido como uma perda involuntária de urina, resultante de um distúrbio, de uma disfunção do equilíbrio vesico-esfincteriano. Considerando que a eletroestimulação é um recurso que pode ser utilizado, analise as proposições abaixo acerca de seus critérios técnicos.
I- Natureza da corrente – as correntes monofásicas são superiores às correntes alternadas ou bifásicas, além de serem mais seguras. II- Intensidade – deve ser a mais elevada possível, próxima do limiar doloroso. III- Frequência e largura do pulso – para inibição do detrusor é preciso uma corrente de tensão média nula alternada com uma frequência de 50 Hz e uma largura de pulso de 0,2 a 0,5 ms. Para fortalecer os músculos, utiliza-se uma corrente de tensão média nula alternada com uma frequência de 10 Hz e uma largura de pulso de 0,2 a 0,5 ms.
É CORRETO o que se afirma em:
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A alternativa correta é: E - II.

A questão aborda o uso da eletroestimulação no tratamento da incontinência urinária, focalizando aspectos técnicos como a corrente, intensidade, frequência e largura do pulso.

Análise das proposições:

I - Natureza da corrente: A proposição afirma que correntes monofásicas são superiores e mais seguras que correntes alternadas ou bifásicas. Isso está incorreto. Na prática clínica, as correntes alternadas ou bifásicas são frequentemente preferidas, pois são mais seguras e eficazes para evitar efeitos de polarização e queimadura cutânea.

II - Intensidade: A proposição sugere que a intensidade deve ser a mais elevada possível, próxima do limiar doloroso. Isso está correto, pois a intensidade deve ser suficiente para provocar uma resposta muscular sem ultrapassar o limiar de dor, garantindo a eficácia sem comprometer o conforto do paciente.

III - Frequência e largura do pulso: A proposição descreve frequências e larguras de pulso específicas para a inibição do detrusor e fortalecimento muscular, mas há uma confusão nos parâmetros. Para inibir o músculo detrusor, geralmente são usadas frequências mais elevadas (acima de 10 Hz até 50 Hz). Para fortalecimento muscular, frequências geralmente situam-se em torno de 35-50 Hz. A descrição da proposição não está correta conforme as práticas comuns de eletroterapia.

Portanto, a única proposição que está correta é a II, justificando a escolha da alternativa E - II.

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Apesar das controvérsias em relação aos parâmetros utilizadas pela EE no tratamento da IUE concluiu-se que as correntes bifásicas (ou FES) com frequências compreendidas entre 20-100 Hz, principalmente de 50 Hz, são as mais utilizadas. No que se refere a largura de pulso e a amplitude da onda, não parece haver unanimidade. Não podendo se concluir o mesmo quanto ao tempo de aplicação da estimulação elétrica, mas parece que as sessões realizadas em dias intercalados durante 30 minutos, por uma média de 3-4 meses, podem ser suficientes para produzir bons resultados.

IUU --> As fibras aferentes do nervo pudendo (S2 a S4) podem suprimir a hiperatividade do detrusor, mas não é totalmente esclarecido que aferentes do nervo tibial posterior ofereçam o mesmo efeito [18,19]. O nervo tibial posterior é um nervo misto, contendo fi bras motoras e sensoriais [22]. Este emerge das raízes nervosas L4 e L5, S1 a S3 e, desta forma, compartilha raízes comuns àquelas que inervam a bexiga [19,23], ou seja, contém fi bras origi- nadas dos mesmos segmentos da medula sacral da inervação parassimpática vesical [24]. Conseqüentemente, a estimulação direta deste nervo deve inibir os aferentes S2-S3, suprimindo a atividade da bexiga e a dor [19]. Segundo Amarenco et al. [21], a estimulação aferente do nervo tibial posterior inibe neurônios motores pré-ganglionares da bexiga por uma raiz direta da medula sacral. A neuroestimulação sacral inibe a fi bra C aferente da bexiga, em conseqüência da ativação somática preliminar das raízes do nervo sacral. Uma vez que o nervo tibial posterior compartilha raízes nervosas sacrais com aferentes da bexiga, a inibição similar destas fi bras C pode ocorrer [19].Vandoninck et al. [22]sugerem que regiões mais superio-res do sistema nervoso central cortical estão envolvidas no controle da continência. A ativação de vias das endorfi nas em locais na medula espinhal poderia afetar o comportamento do detrusor. Paralelo à teoria do portão de controle de dor, supõe-se que a estimulação de fi bras grossas somáticas modularia, além das fi bras aferentes fi nas tipo C, as fi bras A-delta, dessa forma reduzindo a percepção de urgência.

Cada sessão consistiu em 30 minutos de eletroestimulação nos dois membros inferiores, utilizando o programa P48, com parâmetros estabelecidos para inibição do músculo detrusor [6,15,16,22], modulado a uma freqüência de 4 Hz e largura de pulso de 2 milissegundos O procedimento realizado de acordo com Amarenco et al. [20] consistiu no uso de eletrodos auto-adesivos de 3 centímetros de diâmetro, sendo um posicionado 5 centímetros acima do maléolo me-dial, entre a borda posterior da tíbia e o tendão do músculo solear, e o outro, 10 centímetros acima deste (Figura 2). Para delimitar a distância dos eletrodos, utilizou-se uma fi ta métrica aprovada pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia). A posição correta dos eletrodos foi determinada pela visualização da fl exão rítmica dos pododáctilos secunda-riamente à contração dos músculos plantares. A intensidade selecionada, 10-20 mA (miliamperes), correspondeu àquela imediatamente abaixo do limiar motor.

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