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Q2114158 História
A questão da identidade nacional foi tema das reflexões de alguns intelectuais que marcaram a historiografia brasileira e suscitaram debates, como 
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O  tema “construção de nacionalidade" é controverso. A ideia de “ nação" pode ser considerada fundamento de construção de Estados a partir da Paz de Westfalia, no século XVII. Há aqueles que, por outro lado, defendem a ideia de que nação é uma construção contemporânea, vinculada ao desenvolvimento do capitalismo. Ao que tudo indica, há maior consenso acerca da ideia de que nação exige um processo de construção. Ela não nasce automaticamente dentro das comunidades humanas. São várias as formas de construção da ideia de nação e o processo pode ser mais ou menos complexo mas jamais simples.

A construção da ideia de nação brasileira ainda é um processo em andamento. Mas, foi projeto de governo desde o Segundo Reinando, quando D. Pedro II assume pessoalmente o poder . O debate acerca de quais são os parâmetros da identidade nacional no Brasil permanece.

Acerca do tema são publicações interessantes para estudo Cultura Brasileira e Identidade Nacional, de Renato Ortiz e Raízes do Brasil de Sérgio Buarque de Holanda assim como Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre e Formação do Brasil Contemporâneo, de Caio Prado Júnior.




A)    INCORRETA- O etnógrafo cubano Fernando Ortiz utilizou o conceito de “transculturação" para o campo da pesquisa antropológica com o objetivo de explicar as diferentes etapas e resultados do contato cultural entre pessoas reunidas pela expansão colonial europeia em Cuba

B)     INCORRETA- O conceito, de Gilberto Freyre.  é baseado  na crença de que as relações entre escravizados e senhores eram cordiais. Descreve  as relações raciais no Brasil como algo “ pacíficas e amigáveis",  em comparação com a realidade vivida pelos Estados Unidos, onde havia uma forte segregação racial que se dava por meios muito violentos.

 

C)      INCORRETA- Segundo Darcy Ribeiro, o  Brasil mestiço, híbrido, miscigenado e portanto, híbrido. Ao contrário da ideia de segregação, Darcy Ribeiro parte da proposição de miscigenação complexa na formação do brasileiro.

 

D)     CORRETA- A alternativa aponta, corretamente, a contribuição de Sérgio Buarque de Holanda para o debate acerca da identidade nacional no Brasil, ao destacar a “ cordialidade"  das ações do brasileiro , conceito que foi muitas vezes deturpado. Em sua obra Raízes do Brasil, em um capítulo denominado “Homem Cordial", defende a tese de que este seria o brasileiro: um ser que prioriza a cordialidade. O conceito de “cordialidade"  foi desvirtuado ao afirmar-se que o brasileiro seria, portanto, amigável e bondoso. Em algumas revisões da obra, o sociólogo fez questão de colocar em diversas notas de rodapé que quando afirma “cordialidade" significava agir com o coração, ou seja, de maneira emotiva. Logo, o brasileiro seria aquele que prioriza os laços emotivos frente à razão. Inclusive, a cordialidade por certas vezes pode significar agir de maneira violenta.

 

E)      INCORRETA- "Formação do Brasil contemporâneo". Essa é a principal obra de Caio Prado. O  livro colocou-o no hall dos grandes intérpretes do Brasil, ao traçar a historiografia brasileira por meio de um viés materialista histórico, mas com um pensamento próprio e original do autor."

 

RESPOSTA: D
 

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Sérgio Buarque de Holanda, que desenvolveu o conceito de cordialidade mostrando como este dificultava a separação entre o público e o privado na sociedade brasileira. 

O pensamento de Sérgio Buarque de Holanda acima exposto pode ser encontrado em sua obra "Raízes do Brasil".

Alternativa D. A questão da identidade nacional no Brasil foi amplamente discutida por intelectuais como Sérgio Buarque de Holanda, que, em sua obra "Raízes do Brasil", abordou o conceito de "homem cordial". Para ele, a cordialidade caracterizava uma forma de relação social marcada pela pessoalidade, o que dificultava a separação entre o público e o privado. Esse traço cultural, segundo o autor, estava enraizado na formação histórica do país, influenciando práticas políticas e sociais que favoreciam o patrimonialismo e o uso de relações pessoais para fins públicos, o que ainda se reflete na sociedade brasileira contemporânea.

Raízes do Brasil é um dos livros mais belos e fascinantes que já li, embora outra obra do autor, Visão do Paraíso, seja igualmente incrível.

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