O texto constrói uma visão de amor:
AMOR MENINO
Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo às colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas, que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê que não via; e faz-lhe crescer as asas com que voa e foge. A razão natural de toda essa diferença é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar e o ter amado muito, de amar a menos.
Pe. ANTÔNIO VIEIRA. Sermões. São Paulo, Ed. das Américas, 1957.v.5.p.159-60
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Interpretação do texto: O texto apresentado faz uma reflexão sobre a natureza do amor e como o tempo influencia essa experiência emocional. O autor compara o amor a elementos que se desgastam com o uso, enfatizando a transitoriedade das emoções e a inevitabilidade da mudança. Essa análise crítica é central para a interpretação correta da questão.
Alternativa correta: A alternativa D - crítica é a resposta correta. O texto apresenta uma visão crítica sobre o amor, afirmando que, com o tempo, as emoções se desgastam e a intensidade do amor diminui. Ao utilizar metáforas como "afrouxa-lhe o arco" e "gasta-se o ferro com o uso", o autor sugere que o amor, por mais forte que seja, não é imune ao desgaste e à evolução do tempo.
Justificativa das alternativas incorretas:
A - afetuosa: Embora o texto mencione o amor, a ênfase não está em uma visão afetuosa, mas sim em como o amor é afetado negativamente pelo tempo. Portanto, essa alternativa não reflete o tom crítico da análise.
B - idealizada: A visão idealizada do amor sugere que ele é eterno e imune ao tempo, o que contraria a mensagem do texto. O autor argumenta que o amor não pode ser idealizado, pois sofre transformações e desgastes.
C - indiferente: A indiferença implica uma ausência de emoção ou cuidado, enquanto o texto discute a complexidade das relações amorosas. O autor não sugere indiferença, mas sim um processo de desgaste e transformação.
E - romântica: A visão romântica do amor normalmente enfatiza o amor como algo duradouro e idealizado. O texto, por sua vez, adota uma perspectiva crítica, focando nas limitações do amor ao longo do tempo, o que não coincide com uma visão romântica.
Para responder questões como essa no futuro, é importante prestar atenção nas palavras-chave e no tom geral do texto. Identificar as metáforas e as comparações utilizadas pode ajudar a compreender a intenção do autor e a responder com mais segurança.
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Comentários
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Texto gostoso de ler,porém triste.
Gab D de rumo ao cfsD
Toda glória a Cristo
PMSC/2019
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