No trecho “... não há mais certo sinal de haverem de durar ...
AMOR MENINO
Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo às colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas, que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê que não via; e faz-lhe crescer as asas com que voa e foge. A razão natural de toda essa diferença é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar e o ter amado muito, de amar a menos.
Pe. ANTÔNIO VIEIRA. Sermões. São Paulo, Ed. das Américas, 1957.v.5.p.159-60
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Interpretação do tema gramatical
Na questão apresentada, o foco é a análise do verbo "haver" nas suas duas ocorrências, especificamente no que diz respeito à presença ou ausência de sujeito. A análise correta envolve entender como os verbos funcionam em relação aos seus sujeitos, o que é um conceito fundamental em sintaxe.
Norma gramatical aplicável
A regra gramatical relevante aqui é que o verbo "haver" pode ser utilizado de forma impessoal, onde não possui sujeito, e em contextos onde pode assumir um sujeito. No caso, "haver" é utilizado no sentido de existência ou ocorrência.
Alternativa correta
A alternativa A é a correta: o primeiro verbo não possui sujeito, já o segundo possui. Vamos analisar isso: na frase "não há mais certo sinal de haverem de durar pouco", o verbo "haver" na primeira ocorrência está no singular e é impessoal, funcionando como um verbo que indica a existência de algo. Já a segunda ocorrência, "haverem", refere-se a "sinais" (que está no plural), portanto, é uma forma que admite sujeito, que neste caso é o plural.
Justificativa das alternativas incorretas
B - A primeira ocorrência realmente não possui sujeito, mas a segunda sim, portanto, essa alternativa está incorreta porque inverte a análise.
C - Ambas as ocorrências não possuem o mesmo sujeito, pois o primeiro é impessoal e o segundo está associado a um sujeito plural. Logo, essa alternativa está errada.
D - Afirmar que ambas as formas não possuem sujeito é incorreto, pois a segunda forma realmente possui sujeito, tornando essa alternativa falsa.
E - A primeira forma "haver" é impessoal e não possui sujeito; já "haverem" possui um sujeito plural. Portanto, a descrição de que a primeira forma possui sujeito singular é equivocada.
Portanto, a análise e a compreensão do uso do verbo "haver" são essenciais para responder corretamente a essa questão, e a alternativa A se destaca como a única correta.
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Comentários
Veja os comentários dos nossos alunos
verbo haver no sentido de existir não tem sujeito.
"haverem de durar pouco" - se refere às afeições
a-
VERBO HAVER SENTIDO EXISTIR É IMPESOAL- NAO HA SUJEITO
verbo haver no sentido dever fazer - sujeito e verbo concordando
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