Um software que “aperfeiçoa” a afinação dos cantores está cr...
Há pouco, em belo artigo, anunciou-se num jornal “a morte da voz humana”. Nenhum exagero no título. Um software que “aperfeiçoa” a afinação dos cantores está criando padrões de perfeição inatingíveis para humanos, oferecendo a recompensa sem esforço e tornando dispensáveis a vocação, o talento e o mérito na música popular. “É como se Ronaldinho Gaúcho usasse uma chuteira que acertasse o gol por si. Treinar pra quê?”
O grito de protesto foi dado por quem tem toda a autoridade para fazê-lo: João Marcello Bôscoli, músico, produtor e diretor de gravadora. Como se não bastasse, é filho de Elis Regina e do compositor Ronaldo Bôscoli, um dos criadores da bossa nova, e enteado do pianista César Camargo Mariano, com quem Elis se casou ao se separar de Bôscoli. Nunca houve gente mais exigente em música.
Para João Marcello, pior até do que dar afinação a quem não tem, o programa faz com a voz o que outro já fez com a figura humana. Assim como um software de retoque fotográfico “gerou um padrão estético em que poros, rugas de expressão e outras características se tornaram defeitos”, o software de afinação passa o rodo e “corrige” tudo o que considera imperfeito num cantor: afinação, respiração, pausas, volume, alcance − sem se importar se pertencem à sua expressão e emoção.
Ele vai mais longe: “Hoje em dia, tomamos remédio quando sentimos tristeza, dopamos as crianças quando estão agitadas, passamos horas no computador quando nossa vida nos parece desinteressante” etc. − e “usamos softwares de afinação quando temos um cantor desafinado”.
O filho da cantora mais afinada do Brasil defende os desafinados no que eles têm de mais precioso: sua falível condição humana, essencial à obra de arte.
(Adaptado de: CASTRO, Ruy. A arte de querer bem: crônicas. Rio de Janeiro: Sextante, 2018. Edição digital)
Um software que “aperfeiçoa” a afinação dos cantores está criando padrões de perfeição inatingíveis para humanos, oferecendo a recompensa sem esforço e tornando dispensáveis a vocação, o talento e o mérito na música popular.
Eliminando-se o uso do gerúndio, a frase acima está reescrita com correção gramatical e lógica em:
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Interpretação da Questão: A questão aborda a necessidade de eliminar o uso do gerúndio na reescrita de uma frase sobre um software que aperfeiçoa a afinação dos cantores. A análise correta do enunciado é fundamental para identificar a alternativa que mantém a lógica e a correção gramatical do texto original.
Alternativa Correta: C
A alternativa C está correta porque apresenta a frase de maneira clara e coerente. Ela diz: "Um software que “aperfeiçoaria” a afinação dos cantores cria padrões de perfeição inatingíveis para humanos e oferece, assim, recompensa sem esforço, o que acaba por dispensar a vocação, o talento e o mérito na música popular".
Essa reescrita mantém a estrutura do enunciado original, eliminando o gerúndio e respeitando a concordância e a sequência lógica das ideias. A utilização de "cria" e "oferece" no presente do indicativo proporciona clareza sobre a ação do software, tornando a frase mais direta e compreensível.
Análise das Alternativas Incorretas:
A - Esta opção utiliza "tornaram" no passado, o que quebra a concordância, visto que o sujeito é "software", que é singular. A frase também apresenta confusão temporal ao misturar tempos verbais inconsistentes.
B - A estrutura "padrões de perfeição o qual seria inatingível" está errada, pois a palavra "o qual" não está adequadamente referenciando "padrões". Além disso, a frase não mantém a clareza e a lógica do enunciado original.
D - O uso de “tornando” em "oferece a recompensa sem esforço e tornando dispensáveis" resulta em uma construção gramatical incorreta, já que a forma verbal não se encaixa adequadamente na estrutura da frase.
E - A construção "que existiria na música popular é colocado em xeque" apresenta erro de concordância, pois o sujeito "vocação, o talento e o mérito" é plural, portanto deveria ser "são colocados em xeque". Além disso, a estrutura geral da frase distorce o sentido original.
Compreender a estrutura das frases e a eliminação do gerúndio é crucial para a clareza e a correção gramatical. Esta análise ajuda a evitar armadilhas comuns em questões de interpretação e gramática.
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Gabarito - C
a) Um software que “aperfeiçoaria” a afinação dos cantores cujos padrões de perfeição são inatingíveis a humanos [ , ] tornaram dispensáveis a vocação, o talento e o mérito na música popular ao oferecer a recompensa sem esforço.
→ Uso indevido do ''cujos'', pois esse está retomando cantores e não "um software".
→ O verbo "tornaram" deve se flexionar para concordar com o seu sujeito "um software".
→ Não pode haver vírgula separando o verbo "tornar" do seu sujeito "um software".
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b) A afinação dos cantores é “aperfeiçoada” por um software que criaria padrões de perfeição o qual seria inatingível, ao oferecer a recompensa sem esforço e tornar dispensáveis a vocação, o talento e o mérito na música popular.
→ O trecho "o qual seria inatingível" deve se flexionar no plural para concordar com quem está se referindo "padrões", ficando: os quais seriam inatingíveis.
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d) Um software que “aperfeiçoa” a afinação dos cantores que criam padrões de perfeição inatingíveis para humanos, embora ofereça a recompensa sem esforço e tornando dispensáveis a vocação, o talento e o mérito na música popular.
→ Há exagero no uso do pronome relativo "que", pois quem cria padrões de perfeição é o "software" não os "cantores".
→ A oração não possui cunho concessivo, portanto, não cabe o "embora".
→ A questão pede para eliminar os gerúndios e o verbo "tornar" está no gerúndio.
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e) A vocação, o talento e o mérito [ , ] que existiria na música popular [ , ] é colocado em xeque por um software que “aperfeiçoaria” a afinação dos cantores, enquanto cria padrões de perfeição inatingíveis para humanos que oferecem recompensa sem esforço.
→ Deve haver vírgulas isolando a expressão intercalada.
→ O verbo "ser" deve se flexionar no plural para concordar com o seu sujeito composto "a vocação, o talento e o mérito".
→ Há exagero no uso do pronome relativo "que", pois quem oferece recompensa sem esforço é o "software" não os "humanos".
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Na letra A, o pronome relativo também está aplicado de forma errada, pois CUJOS retoma cantores e não a questão do software.
A letra C gabarito, tem erro de concordância, questão deveria ser nula
Obrigado pelo comentário Sérgio.
EM NEGRITO ALGUNS DS ERROS DAS DEMAIS DAS ALTERNATIVAS...
Bons estudos!
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