A Lei das Cotas completa dez anos em 2022. No entanto, houve...

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Q2403801 Sociologia

A Lei das Cotas completa dez anos em 2022. No entanto, houve uma fase experimental que durou de 2002 a 2007, quando a política chegou a 40 instituições de ensino superior públicas brasileiras. Depois disso, entre 2008 e 2011, o País viveu uma fase em que o Reuni, programa de expansão das universidades federais, garantia incentivos para quem implementasse as cotas. Só em 2012, foi aprovada a lei federal.

[...]

Levantamento realizado pelo Consórcio de Acompanhamento das Ações Afirmativas em 980 publicações a respeito de políticas de ação afirmativa no ensino superior brasileiro aponta que 71% dessas pesquisas avaliaram positivamente as cotas raciais e 62% as cotas sociais. Os estudos analisados foram publicados entre 2006 e 2021.


Disponível em: < www.geledes.org.br>. Acesso em: 15 ago. 2022, com adaptações.


Considerando o contexto das políticas étnico-raciais no Brasil, assinale a alternativa correta.

Alternativas

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A alternativa correta é a C: "Os primeiros programas de ação afirmativa nas universidades brasileiras tiveram influência dos movimentos negros, que questionavam a baixa representatividade dos negros no meio acadêmico."

Vamos analisar o porquê dessa escolha e discutir as alternativas incorretas.

Alternativa C: Esta é a opção correta porque reconhece a influência dos movimentos negros na implementação das políticas de ação afirmativa no Brasil. Esses movimentos foram fundamentais para pressionar o governo e as instituições de ensino a adotarem medidas que visassem reduzir a desigualdade racial no acesso ao ensino superior. Eles argumentavam que a baixa representatividade dos negros nas universidades era um reflexo das profundas desigualdades históricas e sociais do país.

Alternativa A: Esta alternativa está incorreta. Embora as políticas de ação afirmativa tenham sido implementadas de forma progressiva, elas encontraram resistência significativa de setores conservadores da sociedade. Muitos desses setores argumentavam contra as cotas, alegando que elas criavam divisões raciais e injustiças, o que indica que não houve um consenso geral na população.

Alternativa B: Esta alternativa também está incorreta. As cotas sociais são importantes para combater as desigualdades socioeconômicas, mas não substituem as cotas raciais. As cotas raciais são específicas para corrigir desigualdades históricas e estruturais que afetam determinados grupos étnico-raciais. Portanto, apesar de ambas serem eficazes, elas atendem a problemáticas diferentes e complementares.

Alternativa D: Esta alternativa está incorreta porque não houve uma "explosão de conflitos raciais" nas universidades após a implementação das cotas raciais. Embora tenha havido debates e alguns casos isolados de tensões, na maior parte, as universidades conseguiram promover a inclusão e a convivência pacífica entre os estudantes.

Alternativa E: Esta alternativa está incorreta. Estudos têm mostrado que, apesar dos desafios, muitos estudantes cotistas conseguem ter um rendimento acadêmico similar ao dos não cotistas. Argumentar que o rendimento acadêmico dos cotistas é sempre inferior perpetua estereótipos e não considera os avanços e o esforço desses estudantes em superar as dificuldades iniciais.

Conclusão: Compreender a história e a importância das políticas de ação afirmativa no Brasil é crucial para reconhecer os avanços sociais e educacionais promovidos por essas medidas. As cotas raciais e sociais, embora distintas, são complementares e visam promover uma sociedade mais justa e igualitária.

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