São objeto de críticas no texto: I. As diferenças entre o u...
INSTRUÇÃO: A questão refere-se ao texto a seguir. Leia-o com atenção antes de responder a elas.
Aula de Português: uma tragicomédia que pode ser vista na sala de aula mais próxima
Sérgio Simka
O professor chega, cumprimenta o pessoal com um sorriso, escreve na lousa seu nome, a disciplina e em letras tamanho 20:
O burburinho transforma-se em risadinhas. Um destemido, lá do fundo, solta:
- É pra mim copiar, professor?
As lembranças subitamente saem da boca de um aluno:
- Fazem quinze anos que não faço ditado.
Um engraçadinho:
- Não diga-me uma coisa dessas...
Outro resolve perguntar:
- O senhor está brincando com nós, não está?
Uma moça observa:
- Só pode ser trote. Você acha que o professor vai vim no primeiro dia de aula?
Ao que outro completa:
- Espero que você esteje certa.
Um aluno levanta a mão:
- Professor, gostaria de fazer uma colocação
O professor atento.
- Me perguntaram há dois dias atrás e eu não sube, tipo assim, responder. Em "contas a pagar", esse "a" tem crase?
- Não, o "a" não tem acento grave.
- Acento grave? Mas, professor, perguntei se o "a" tem crase...
Outro cochichou:
- Não esquenta, é só um pequeno detalhe.
- Pessoal, boa noite, para começar, gostaria de ditar apenas cinco palavras. Tudo bem?
- É pra intregá?
- Não.
- Vai valê nota?
- Não.
Ditou. Pediu que cinco alunos escrevessem as respectivas palavras na lousa, para posterior correção.
O momento da correção foi inesquecível. A cada palavra corrigida, gritos, urros, vaias, uma grande variedade de expressões, algumas das quais jamais ouvidas.
A última palavra então fez tremer o teto da classe. Só não caiu por causa da manutenção feita nas férias.
- Não acredito!
- Ele está fazendo nós de bobo.
- Estou pasmo
- O senhor anda fumando tóchico.
- Jura que é assim que nóis escreve?
O professor apenas balançou a cabeça.
- Meu Deus, é preciso ter fé demais!
Todos olharam para a voz. Um silêncio absoluto.
- Não posso crer... Será que eu aprendi errado toda a minha vida? Como vou encarar de frente a língua portuguesa daqui por diante?
A classe ia soltar aquela gargalhada, mas a palidez de seu rosto impediu.
O aluno pôs a mão no peito. Fechou os olhos. E caiu da carteira. Duro.
Todos se aproximaram. De repente, levantou-se rindo.
- Mas é um bocó mesmo!
- Só podia ser o José Chaves!
- Bem, na próxima aula, vamos estudar o período composto por subordinação. Vocês sabiam que "É necessário aprender gramática", a oração "aprender gramática" se classifica como oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo? E que...
Ouviu-se um barulho. José Chaves tinha caído de novo. E não se levantou mais.
http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramaticaortografia/25/artigo186004-1.asp [adaptado]
São objeto de críticas no texto:
I. As diferenças entre o uso da língua portuguesa e sua prescrição na gramática normativa.
II. As más-condições do ensino e da escola no Brasil.
III. O ensino de gramática nas aulas do Brasil.
São proposições adequadas ao texto: