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Q307908 Português
Um dispositivo apelidado de “botão do pânico” deverá ser a nova arma de mulheres do Espírito Santo contra ex-parceiros agressores. O Estado tem a maior taxa de assassinatos de mulheres do país – o dobro da média nacional. Com cerca de cinco centímetros e um chip interno igual aos de celulares, o aparelho poderá ser levado na bolsa para, quando acionado, enviar uma mensagem à polícia e à Justiça alertando, por exemplo, a aproximação de um potencial agressor. Caberá à própria mulher apertar o botão em situações que considerar de perigo. A mensagem dará à polícia, pelo sistema GPS, as coordenadas de onde ela está. Não há aparelho semelhante em outros Estados. O botão será lançado em 4 de março pelo Tribunal de Justiça capixaba, que mantém uma coordenadoria específica para tratar de casos de violência doméstica. O público-alvo são as mulheres já protegidas por medidas judiciais, previstas na Lei Maria da Penha, como as que determinam que o homem saia do lar ou mantenha uma distância mínima delas. Nos últimos cinco anos, a Justiça do Estado concedeu 13,6 mil medidas protetivas a mulheres que se queixaram de agressões ou ameaças. Segundo o Mapa da Violência 2012, estudo feito em todo o país a partir de dados de homicídios computados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o Espírito Santo é o Estado com a maior taxa de assassinatos de mulheres: 9,8 casos para cada 100 mil mulheres. A média no Brasil é de 4,6 homicídios por 100 mil. “A Lei Maria da Penha é boa, mas costumo dizer que por um pequeno cochilo do legislador faltou (prever) a fiscalização (do cumprimento) das medidas protetivas”, afirmou a juíza Hermínia Azoury, responsável pela coordenadoria de violência doméstica. “O juiz determina ao agressor: você não pode chegar a menos de 500 metros da mulher. Mas o juiz vai fiscalizar? Ou o promotor vai? É inviável, tem que ter um mecanismo”, diz a juíza. O aparelho é fabricado na China e, segundo o TJ, cada unidade custará até R$ 80,00 para ser importada.

(Adaptado de: TUROLLO JR., R. No ES, mulher ameaçada terá “botão de pânico” contra ex. Folha de S. Paulo. São Paulo, 23 fev. 2013. Cotidiano 2. p.3.) 
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Comentários

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A notícia caracteriza-se por ser uma narrativa breve, eminentemente informativa, de um acontecimento real e atual com interesse para um público vasto.

A reportagem é uma narrativa longa que resulta de um processo de investigação e documentação intenso (por vezes tem por base uma notícia).

Polêmica essa questão...Assinalei letra E, por achar a menos errada... Afinal, os "trechos opinativos", como sugere a assertiva, indicam que a opinião parte do autor do texto, entretanto, ele cita falas de um terceiro em discurso direto. Dessa forma, os "trechos opinativos" partem aqui de um terceiro, não configurando, por assim dizer, um "texto opinativo". Que medo dessa banca!

Os trechos opinativos presentes na reportagem são citações e não opiniões do autor, sendo assim informativo

Não concordo com o gabarito da questão, para mim, a menos errada é a assertiva "e", seria uma notícia (e não uma reportagem) com caráter informativo.

 

Quando o elaborador diz que a notícia possui trechos opinativos, sugere que as opiniões são dadas pelo autor do texto, o que não é verdade. As opiniões são dadas por um terceiro, a Juíza. Na minha opinião, a notícia não possui "trechos opinativos", pois em nenhum momento o autor do texto nos dá a sua opinião, ele apenas nos dá uma notícia, na qual existem discursos diretos de um terceiro.

 

Mas, como não adianta muito tentar discutir com o elaborador da prova, caso venha uma questão semelhante, deve-se assinalar uma semelhante à assertiva "a" e considerar que os "trechos opinativos" não precisam, necessariamente, partir do autor do texto.

 

 

Realmente é questionável o gabarito dessa questão. A alternativa E ilustra muito melhor a tipologia do texto, pois há muita informação sendo registrada, porém, o examinador incluiu os comentários da juíza como sendo trechos opinativos, mas tais trechos são meras citações. Não concordo com o gabarito.

GABARITO DA BANCA: A

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