Para Piaget, o juízo moral, assim como o desenvolvimento, é ...
Gabarito comentado
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A alternativa correta é a E: "A consideração da responsabilidade centrando-se unicamente nas consequências materiais da ação, sem levar em conta a intenção que move a ação nem as circunstâncias que a rodeiam."
Vamos entender por que essa é a resposta certa e explorar o conceito de realismo moral segundo Piaget.
Jean Piaget, um dos principais teóricos da Psicologia do Desenvolvimento, descreve o desenvolvimento moral das crianças como um processo que passa por diferentes fases. Na fase da heteronomia, geralmente entre os 6 e 11 anos, a criança começa a perceber e seguir regras de forma rígida. Este período é caracterizado pelo realismo moral, onde a criança considera as regras como absolutas e imutáveis, dadas por autoridades como pais ou professores.
No realismo moral, as crianças avaliam as ações com base nas consequências físicas ou materiais, sem levar em conta as intenções por trás das ações. Aqui, a cunha da moralidade está enraizada na noção de que "uma regra é uma regra", independentemente do contexto ou das intenções.
Justificando as alternativas:
A - A reciprocidade e a equidade mencionadas nesta alternativa referem-se a uma fase mais avançada do desenvolvimento moral, conhecida como autonomia. Nesta fase, a criança começa a compreender o conceito de justiça com base nas intenções e no contexto. Logo, não se aplica ao conceito de realismo moral.
B - O monólogo coletivo e o egocentrismo são características dos estágios iniciais do desenvolvimento cognitivo e não estão relacionados à fase da heteronomia, onde ocorre o realismo moral.
C e D - Ambas mencionam a capacidade de tomar decisões por si mesma e compreender regras universais, o que caracteriza a fase da autonomia, onde as crianças começam a questionar e entender as regras de maneira mais flexível, considerando as intenções. Isso ultrapassa o conceito de realismo moral.
Assim, a alternativa E é a correta, pois ilustra a característica central do realismo moral: as crianças avaliam as ações com base apenas nas consequências, sem analisar a intenção por trás delas.
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Comentários
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O certo é o cumprimento da regra e qualquer interpretação diferente desta não corresponde a uma atitude correta. Um homem pobre que roubou um remédio da farmácia para salvar a vida de sua esposa está tão errado quanto um outro que assassinou a esposa, seguindo o raciocínio heteronômico.
A responsabilidade pelos atos é avaliada de acordo com as consequências objetivas das ações e não pelas intenções. O indivíduo obedece às normas por medo da punição. Na ausência da autoridade ocorre a desordem, a indisciplina.
Relativismo moral - Autonomia
Legitimação das regras. Aqui o indivíduo adquire a consciência moral, possui princípios éticos e morais. Na moralidade autônoma, o indivíduo adquire a consciência moral. Os deveres são cumpridos com consciência de sua necessidade e significação. Possui princípios éticos e morais. Na ausência da autoridade continua o mesmo. É responsável, autodisciplinado e justo. A responsabilidade pelos atos é proporcional à intenção e não apenas pelas conseqüências do ato.
O respeito a regras é gerado por meio de acordos mútuos. É a última fase do desenvolvimento da moral.
http://psicfadeup.blogspot.com.br/2011/07/desenvolvimento-moral-piaget.html
Então o castigo é necessário?
Nessa fase, não há consciência moral, tampouco reflexão. Há apenas a obediência à autoridade (em geral, a figura dos pais). Atenção às consequências e não às intenções.
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