NÃO é possível concluir a partir das ideias expressas no te...
Texto 2: Excluídos e mortos pela sociedade
A violência contra os povos indígenas no Brasil é alarmante. Ao menos 891 índios foram assassinados nos últimos 8 anos. Os dados, publicados no relatório Violência Contra Povos Indígenas no Brasil, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), refletem a invisibilidade desses brasileiros, que são esquecidos pelo Estado e excluídos pela sociedade. Em 2015, cerca de 137 deles morreram, vítimas de homicídio – um a menos que em 2014, quando foram registrados 138 assassinatos.
O Mato Grosso do Sul foi o estado que mais matou indígenas, com 36 casos investigados pela polícia. A cidade com maior número de ocorrências é Dourados, que acumula 38% dos crimes, seguida de Amambai, com 27%. Segundo informações do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), 94% das vítimas eram do sexo masculino e 6% do sexo feminino. A faixa etária com maior incidência é de 20 a 29 anos (36%). Um total de 33% dos homicídios ocorreu na faixa etária entre 10 a 19 anos de idade.
Além dos homicídios, o relatório mostrou, ainda, 31 tentativas; 18 casos de homicídio culposo; 12 registros de ameaça de morte; 25 ameaças variadas; 12 casos de lesões corporais dolosas; 8 de abuso de poder; e 13 de racismo. Por omissão do poder público, foram registrados 52 casos de desassistência na área de saúde; 3 mortes exatamente por esse motivo; 5 casos de disseminação de bebida alcoólica e outras drogas; 41 registros de desassistência na área de educação escolar indígena; e 36 casos de desassistência geral.
O secretário executivo do Cimi, Cléber Buzatto,
comenta que o levantamento não permite uma análise
aprofundada da situação indígena no país, pois não
foram apresentadas informações detalhadas das
ocorrências, como faixa etária, localidade, povos e
motivação real do crime. Isso significa que os números
podem ser ainda maiores, porque só a partir de 2014 o
relatório fornece os dados oficiais fornecidos pela
Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).