Atente para as seguintes afirmações: I. Da leitura do 1o ...
Lições dos museus
Os museus, ao contrário do que se imagina, são uma invenção moderna: nasceram durante a Revolução Francesa, no final do século XVIII. Os parisienses revoltados arrebentaram as casas dos nobres e se serviram de bens, mobiliário e objetos de arte. O quebra-quebra era um jeito de decretar que acabara o tempo dos privilégios. A Assembleia Nacional debateu durante meses para chegar à conclusão de que os restos do luxo dos aristocratas deviam ser considerados patrimônio da nação. Seriam, portanto, reunidos e instalados em museus que todos visitariam, preservando agradavelmente a lembrança de tempos anteriores.
A questão em debate era a seguinte: será que fazia sentido preservar o passado, uma vez que estava começando uma nova era em que os indivíduos não mais seriam julgados por sua origem, mas por sua capacidade e potencialidades pessoais? Não seria lógico destruir os vestígios de épocas injustas para começar tudo do zero? Prevaleceu o partido segundo o qual era bom conservar os restos do passado iníquo e transformá-los em memórias coletivas.
Dessa escolha nasceram os museus e, logo depois, a decisão de preservar os monumentos históricos. Na mesma época, na Europa inteira, ganhou força o interesse pela História. A justificativa seria: lembrar para não repetir. Não deu muito certo, ao que tudo indica, pois nunca paramos de repetir o pior. No fundo, não queremos que o passado decida nosso destino: o que nos importa, em princípio, é sempre o futuro.
(Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São
Paulo: Publifolha, 2004, p. 330-331)
Atente para as seguintes afirmações:
I. Da leitura do 1o parágrafo, depreende-se que, a princípio, os bens dos nobres passaram às mãos de revolucionários, configurando-se então uma apropriação de caráter particular, ainda não público.
II. No 2o parágrafo, informa-se que a posição vencida nos debates da Assembleia Nacional foi a de quem advogava em favor da preservação dos bens apreendidos, para que não se perdesse a memória dos méritos da aristocracia.
III. No 3o parágrafo, manifestando uma opinião pessoal, o autor do texto julga imprescindível a existência de museus, uma vez que eles acabam exercendo uma função educativa, cuja importância há muito vem se demonstrando.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em
Comentários
Veja os comentários dos nossos alunos
I) correto
II) eles não tinham interesse em não perder a memoria dos méritos dos aristocratas.
III) o autor não manifesta opinião pessoal
Letra A
I. Da leitura do 1o parágrafo, depreende-se que, a princípio, os bens dos nobres passaram às mãos de revolucionários, configurando-se então uma apropriação de caráter particular, ainda não público.
Correto, a expressão a princípio (= primeiramente) na frase, quer dizer que, num primeiro momento, os bens dos nobres foram tomados pelos revolucionários, os parisienses revoltados citados no texto.
II. No 2o parágrafo, informa-se que a posição vencida nos debates da Assembleia Nacional foi a de quem advogava em favor da preservação dos bens apreendidos, para que não se perdesse a memória dos méritos da aristocracia.
Errado, os méritos da aristocracia não existem segundo o texto, depreende-se pela frase: "...uma nova era em que os indivíduos não mais seriam julgados por sua origem, mas por sua capacidade e potencialidades pessoais?"
A aristocracia era reconhecida pela sua origem e não pela capacidade e potencialidade pessoal de cada um de seus membros.
III. No 3o parágrafo, manifestando uma opinião pessoal, o autor do texto julga imprescindível a existência de museus, uma vez que eles acabam exercendo uma função educativa, cuja importância há muito vem se demonstrando.
Errado, a importância da função educativa não está sendo demonstrada, conforme o trecho: "A justificativa seria: lembrar para não repetir. Não deu muito certo, ao que tudo indica, pois nunca paramos de repetir o pior."
Onde que diz no texto a configuração de uma APROPRIAÇÃO DE CARÁTER PARTICULAR, AINDA QUE NÃO PÚBLICO? Alguém pode ajudar?
I. Da leitura do 1o parágrafo, depreende-se que, a princípio, os bens dos nobres passaram às mãos de revolucionários, configurando-se então uma apropriação de caráter particular, ainda não público.
COMENTARIO -> CORRETO... A RESPOSTA ENCONTRA-SE NO EXCERTO DO TEXTO> Os parisienses revoltados arrebentaram as casas dos nobres e se serviram de bens, mobiliário e objetos de arte.
II. No 2o parágrafo, informa-se que a posição vencida nos debates da Assembleia Nacional foi a de quem advogava em favor da preservação dos bens apreendidos, para que não se perdesse a memória dos méritos da aristocracia.
COMENTARIO -> ERRADO ... O erro da questao tá no negrito acima; em verdade, nao se tratava de conservar o mérito da aristocracia: O QUE SE PRETENDIA ERA MOSTRAR O QUAO A ARISTOCRACIA FOI RUIM PARA A COMUNIDADE COMO UM TODO.
III. No 3o parágrafo, manifestando uma opinião pessoal, o autor do texto julga imprescindível a existência de museus, uma vez que eles acabam exercendo uma função educativa, cuja importância há muito vem se demonstrando.
COMENTARIO -> ERRADO .... O erro encontra-se no negrito acima, haja vista, consoante o texto >>>>> Não deu muito certo, ao que tudo indica, pois nunca paramos de repetir o pior. No fundo, não queremos que o passado decida nosso destino: o que nos importa, em princípio, é sempre o futuro.
Clique para visualizar este comentário
Visualize os comentários desta questão clicando no botão abaixo