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Q535205 Português

Lições dos museus 

     Os museus, ao contrário do que se imagina, são uma invenção moderna: nasceram durante a Revolução Francesa, no final do século XVIII. Os parisienses revoltados arrebentaram as casas dos nobres e se serviram de bens, mobiliário e objetos de arte. O quebra-quebra era um jeito de decretar que acabara o tempo dos privilégios. A Assembleia Nacional debateu durante meses para chegar à conclusão de que os restos do luxo dos aristocratas deviam ser considerados patrimônio da nação. Seriam, portanto, reunidos e instalados em museus que todos visitariam, preservando agradavelmente a lembrança de tempos anteriores.  

      A questão em debate era a seguinte: será que fazia sentido preservar o passado, uma vez que estava começando uma nova era em que os indivíduos não mais seriam julgados por sua origem, mas por sua capacidade e potencialidades pessoais? Não seria lógico destruir os vestígios de épocas injustas para começar tudo do zero? Prevaleceu o partido segundo o qual era bom conservar os restos do passado iníquo e transformá-los em memórias coletivas. 

   Dessa escolha nasceram os museus e, logo depois, a decisão de preservar os monumentos históricos. Na mesma época, na Europa inteira, ganhou força o interesse pela História. A justificativa seria: lembrar para não repetir. Não deu muito certo, ao que tudo indica, pois nunca paramos de repetir o pior. No fundo, não queremos que o passado decida nosso destino: o que nos importa, em princípio, é sempre o futuro. 

(Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2004, p. 330-331) 

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(A) ERRADA - Não se sabe o porquê de tanto desprezo em relação ao passado, que tanto poder-nos-iam ensinar.

(B) ERRADA - Sim, sabe-se que privilégios sempre existem, e lhes desfrutam e os abusam os que chegam no poder.


(C) ERRADA - Aos franceses, a Revolução propiciou-os afastar privilégios a quem lhes gozava injustamente.

(D) ERRADA - Quanto ao lema “lembrar para não repetir", muitos lhe adotam porque acreditam na pedagogia da História.

(E) CORRETO 

a)Não se sabe o por quê de tanto desprezo em relação ao passado, que tanto poder-nos-iam ensinar. ERRADO - o certo seria: O PORQUE - quando vier como determinante (artigo o) ficará junto porque está SUBSTANTIVADO, e apenas terá acento se tiver ao final de uma indagação. Exemplo: ELE NÃO  FOI À  ESCOLA NÃO SEI O PORQUÊ?

  b) Sim, sabe-se que privilégios sempre existem, e OS desfrutam e os abusam os que chegam ao poder. ERRADO 

1º análise . SABE ISSO = verbo transitivo direto, assim  a partícula "se" será PARTÍCULA APASSIVADORA  e o que era para ser objeto direto será sujeito, ISSO SE SABE. "Que privilégios sempre existem sabe-se"

2º análise= os que chegam ao poder desfrutam os privilégios (objeto direto) - pronome "OS" 

  c) Aos franceses, a Revolução propiciou-LHES afastar privilégios de quem lhes gozava injustamente.ERRADO 

1º análise A Revolução propicio  AOS FRANCESES (objeto indireto - LHES)  2º análise - de quem gozava dos privilégios (lhes) 

  d) Quanto ao lema “lembrar para não repetir", muitos OS adotam PORQUE acreditam na pedagogia da História.

1º análise - MUITOS ADOTARAM O LEMA = muitos OS ADOTARAM 

2º análise- PORQUE (O QUE VEM DEPOIS DELE JUSTIFICA O QUE FOI DITO ANTES) 

  e) Cabe aos museus a preservação de obras de arte; sempre haverá quem as ame e por elas se interesse. CORRETO 

1º análise - A PRESERVAÇÃO... CABE AOS MUSEUS 

2º análise - Sempre haverá (= existir - impessoal - fica no singular) quem  ame AS OBRAS DE ARTE (=AS) e por elas se interesse. 


RESPOSTA: LETRA E. 


Fabiana, "porquê" não necessariamente precisa estar no final de uma indagação. Caso ele esteja acompanhado do artigo poderá ficar junto e com acento.

"PORQUÊ A forma porquê representa um substantivo. Significa "causa", "razão", "motivo" e normalmente surge acompanhada de palavra determinante (artigo, por exemplo). Exemplos:
      Não consigo entender o porquê de sua ausência.
      Existem muitos porquês para justificar esta atitude.
      Você não vai à festa? Diga-me ao menos um porquê." (fonte http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono26.php)

      No caso da alternativa "a" deveria ser "o porquê"

A) Não se sabe o porquê de tanto desprezo em relação ao passado, que tanto poder-nos-iam ensinar.

B) Sim, sabe-se que privilégios sempre existem, e lhes desfrutam e lhes abusam os que chegam ao poder.

Desfrutar - VTD ou VTI, entendi que nessa frase é VTI: desfrutar de privilégios.

Abusar - VTI: abusar de privilégios

C) Aos franceses, a Revolução propiciou-lhes afastar privilégios de quem lhes gozava injustamente.

D) Quanto ao lema “lembrar para não repetir", muitos o adotam porque acreditam na pedagogia da História.

E) Gabarito!

Elementos adequados:

a) porque;

b) os;

c) lhes;

d) o, porque;

e) gabarito.

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