A noção de "classes perigosas" remete ao passado, quando a q...

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Ano: 2010 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: MS Prova: CESPE - 2010 - MS - Assistente Social |
Q64750 Serviço Social
Atualmente, a questão social passa a ser objeto de um
violento "processo de criminalização" que atinge as classes
subalternas. Recicla-se a noção de "classes perigosas" - não
mais laboriosas -, sujeitas a repressão e extinção. A tendência de
naturalizar a questão social é acompanhada da transformação de
suas manifestações em objeto de programas assistenciais
focalizados de "combate à pobreza" ou em expressões da
violência aos pobres, cuja resposta é a segurança e repressão
oficiais.

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A respeito do assunto abordado no texto acima, julgue os itens
subsequentes.
A noção de "classes perigosas" remete ao passado, quando a questão social era compreendida como caso de polícia, em vez de ser objeto de uma ação sistemática do Estado.
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No início do século XX, a partir dos ideais eugênicos, muitas dessas teorias ganham peso no Brasil, e cresce no imaginário social a crença nas “classes perigosas”, termo utilizado já em 1857, por Morel, em seu trabalho “Tratado das Degenerescências”, para designar aqueles que não possuiriam “nem a inteligência do dever, nem o sentimento da moralidade dos atos, e cujo espírito não é suscetível de ser esclarecido ou mesmo consolado por qualquer ideia de ordem religiosa.” (apud COIMBRA, ibid., p. 88).É ancorado nestas teorias que surge o movimento higienista no Brasil, no final do século XIX, e início do século XX, e penetra em toda a sociedade.(fonte:Laura Freitas Oliveira: “Questão social e criminalização da pobreza: aportes para a compreensão do novo senso comum penal no Brasil”)

A noção de pobreza já foi representada por vários estereótipos sociais, conforme sugere Nascimento. Nos anos 1950, a pobreza foi construída em tomo da imagem do Jeca Tatu - preguiçoso, indolente, sem ambição; nos anos 1960, a imagem da pobreza passou a ser representada pela figura do malandro, aquele que não trabalha, mas vive espertamente, sendo objeto do desprezo e da indiferença. Hoje a imagem da pobreza é radicalizada: é o perigoso, o transgressor, o que rouba e não trabalha, sujeito à repressão e à extinção. São as "classes perigosas", e não mais laboriosas, destinatárias da repressão. Reforça-se assim a violência institucionalizada, colocando-se em risco o direito à própria vida. 

Não apenas ao passado, a reciclagem do termo "classes perigosas" é bem atual, exemplo disso temos um presidenciável que irá ao sufrágio sob o lema "bandido bom é bandido morto".

Casca de banana

A noção de "classes perigosas" remete ao passado, quando a questão social era compreendida como caso de polícia, em vez de ser objeto de uma ação sistemática do Estado. CORRETO. O termo é antigo e vem sendo reciclado tendo uso nos dias atuais.

Afirmar que a noção de classes perigosas está no passado ou que não é usada nos dias atuais tornaria INCORRETA a assertiva. 

Questão linda, linda!

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