De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e levando...
A integralidade como eixo prioritário de uma política de saúde, ou seja, como meio de concretizar a saúde como uma questão de cidadania, significa compreender sua operacionalização a partir de dois movimentos recíprocos a serem desenvolvidos pelos sujeitos implicados nos processos organizativos em saúde: a superação de obstáculos e a implantação de inovações no cotidiano dos serviços de saúde, nas relações entre os níveis de gestão do SUS e nas relações destes com a sociedade.
Esses dois movimentos consistem nos principais nexos constituintes da integralidade como meio de concretizar o direito à saúde da população, do qual emerge um conjunto de questões consideradas relevantes para sua apropriação conceitual e prática no campo da saúde coletiva. E essas questões estão diretamente relacionadas, muitas vezes de forma contraditória, com as políticas econômicas e sociais adotadas no País nas últimas décadas. Políticas excludentes, que concentram riqueza e fragilizam a vida social, aumentando de forma drástica e exponencial a demanda da população brasileira por ações e serviços públicos de saúde.
Se, de um lado, a forma como nosso País se organiza, baseada no capitalismo, tem favorecido inúmeros avanços nas relações de produção, sobretudo no que diz respeito à crescente sofisticação e progresso de tecnologias em diferentes campos, inclusive da saúde, o mesmo não se pode dizer das relações sociais. Estas revelam o sofrimento difuso e crescente das pessoas, as quais são cotidianamente submetidas a padrões de profundas desigualdades, expressos pelo acirramento do individualismo, pelo estímulo à competitividade desenfreada e pela diferenciação negativa de pessoas, com desrespeito às questões de gênero, raça, etnia e idade.
Na contramão desse processo, temos a Constituição Federal, que, ao criar e estabelecer as diretrizes para o SUS, oferece os elementos básicos para o reordenamento da lógica de organização das ações e serviços de saúde brasileiros, de modo a garantir ao conjunto dos cidadãos as ações necessárias à melhoria das condições de vida da população.
Asensi, Felipe (coord.). Direito sanitário [recurso eletrônico]. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. Adaptado.
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Para resolver a questão proposta, precisamos compreender o uso correto da pontuação e da substituição de termos sem alterar o sentido ou a estrutura gramatical do texto. Vamos analisar cada uma das alternativas apresentadas. A alternativa correta é a C.
Alternativa C: "O trecho 'compreender sua operacionalização' pode ser substituído por 'compreender-lhe a operacionalização', sem que haja prejuízo para o sentido ou para a organização sintática do fragmento." Esta está correta porque o pronome "lhe" pode substituir o pronome possessivo "sua" ao indicar posse ou relação, sem alterar a clareza ou a estrutura da frase.
Alternativa A: "A vírgula utilizada após o termo 'cidadania' é opcional; também seria opcional a utilização de uma vírgula após o termo 'recíprocos'." Esta é incorreta. A vírgula após "cidadania" não é opcional, pois separa uma oração explicativa. Já a vírgula após "recíprocos" alteraria a estrutura frasal, criando uma pausa desnecessária.
Alternativa B: "Em 'como meio de concretizar a saúde como uma questão de cidadania', o termo destacado pode ser substituído por 'concretizá-la', sem que haja prejuízo para o sentido ou para a organização do fragmento." Esta é incorreta. A substituição altera a clareza do trecho, pois confunde os elementos que estão sendo concretizados.
Alternativa D: "É possível, a fim de se evitar uma desnecessária repetição, suprimir a expressão destacada em 'e nas relações destes com a sociedade'." Esta é incorreta, pois a expressão "nas relações" é essencial para manter a coesão e clareza do texto, indicando explicitamente as relações mencionadas.
Alternativa E: "No contexto em que se apresentam, os termos 'recíprocos' e 'implicados' significam, respectivamente, 'mútuos' e 'exigidos'." Esta é incorreta porque os significados atribuídos não correspondem ao uso no texto. "Recíprocos" realmente pode ser entendido como "mútuos", mas "implicados" se refere a "envolvidos" e não a "exigidos".
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Comentários
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Não entendi o porquê da "c" estar certa. O pronome “lhe” é usado para substituir o complemento de um verbo transitivo indireto, ou seja, que exige preposição. O verbo compreender é VTD, não pede preposição.
Minha dúvida também foi a mesma, Raísa ! O verbo é VTD não aceita preposição. Confusa com essa questao!
A quem puder: peço indicar para comentário do professor.
grato!
Foi alterado "compreender sua operacionalização" para "compreender-lhe"
Explicando: Regência Nominal
Pronomes oblíquos átonos Pronomes Possessivos
Me meu(s)/minha(s)
Te teu(s)/tua(s)
Lhe(s) seu(s)/sua(s)
Nos nosso(s)
Vos vosso(s)
o pronome possessivo "sua" não pertence ao verbo "compreender" e sim ao nome "operacionalização.
Também não entendi.
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