Leia o trecho a seguir para responder a questão seguinte.“E ...
Texto
A escritora espanhola Jessica Gómez conseguiu fazer “o post” do verão europeu. Enquanto estava na praia, escreveu uma carta para a “garota do maiô verde”, sentada ao seu lado. No texto, publicado numa terça-feira (05) no Facebook, ela explicava para a menina, de forma eloquente, como tantas mulheres de todo o mundo se envergonhavam do seu corpo e que deixavam de lado a questão mais importante: a beleza por estar viva. E o texto viralizou na Europa e tem rodado o mundo, chamando a atenção para muitas mulheres de “maiô verde”, a ponto de terem feito até um curta metragem.
“Garota do maiô verde”
Querida garota do maiô verde:
Sou a mulher da toalha ao lado. A que veio com um menino e uma menina. Antes de mais nada, quero te dizer que estou me divertindo muito perto de você e de seus amigos, neste pedacinho de tempo em que nossos espaços se tocam e suas risadas, sua conversa ‘transcendental’ e a música de sua turma me invadem o ar.
Fiquei meio atordoada ao perceber que não sei em que momento de minha vida deixei de estar aí para estar aqui: deixei de ser a menina para ser “a senhora do lado”, deixei de ser a que vai com os amigos para ser a que vai com as crianças. Mas não te escrevo por nada disso. Escrevo porque gostaria de te dizer que prestei atenção em você. Não pude evitar.
E eu gostaria de poder te dizer tantas coisas, querida garota do maiô verde… Talvez porque eu, antes de ser a mulher que vem com as crianças, já estive aí, na sua toalha. Eu gostaria de poder te dizer que, na verdade, estive na sua toalha e na de sua amiga. Fui você e fui ela. E agora não sou nenhuma das duas – ou talvez ainda seja ambas – assim, se pudesse voltar atrás, escolheria simplesmente curtir a vida em vez de me preocupar – ou me vangloriar – por coisas como em qual das duas toalhas, a dela ou a sua, prefiro estar.
Eu gostaria de poder te dizer que você tem um sorriso lindo e que é uma pena estar tão ocupada em se esconder que não te sobre tempo para sorrir mais vezes.
Eu gostaria de poder te dizer que esse corpo do qual você parece se envergonhar é belo simplesmente por ser jovem. É belo só por estar vivo. Por ser invólucro e transporte de quem você realmente é e poder te acompanhar em tudo que você faz. Eu adoraria te dizer que gostaria que você se visse com os olhos de uma mulher de trinta e tantos, porque talvez então percebesse o muito que merece ser amada, inclusive por você mesma.
Eu gostaria de poder te dizer que a pessoa que um dia te amar de verdade não amará a pessoa que você é apesar de seu corpo e sim adorará seu corpo: cada curva, cada buraquinho, cada linha, cada pinta. Adorará o mapa, único e precioso, que se desenha em seu corpo e, se não o fizer, se não te amar desse jeito, então não merece seu amor.
Eu gostaria de poder te dizer – e acredite, mas acredite mesmo – que você é perfeita do jeito que é: sublime em sua “imperfeição”, se é assim que você se acha.
O que posso te dizer eu, que sou só a mulher do lado?
Mas – sabe de uma coisa? – estou aqui com minha filha. É aquela do maiô rosa, a que está brincando no rio e se sujando de areia. Sua única preocupação hoje foi se a água estava muito fria.
Não posso te dizer nada, querida garota do maiô verde…
Mas vou dizer tudo, TUDO, a ela.
E direi tudo, TUDO, ao meu filho também.
Porque é assim que todos merecemos ser amados.
E é assim que todos deveríamos amar.
“E eu gostaria de poder te dizer tantas coisas, querida garota do maiô verde… Talvez porque eu, antes de ser a mulher que vem com as crianças, já estive aí, na sua toalha. Eu gostaria de poder te dizer que, na verdade, estive na sua toalha e na de sua amiga. Fui você e fui ela. E agora não sou nenhuma das duas – ou talvez ainda seja ambas – assim, se pudesse voltar atrás, escolheria simplesmente curtir a vida em vez de me preocupar – ou me vangloriar – por coisas como em qual das duas toalhas, a dela ou a sua, prefiro estar.
“Fiquei meio atordoada ao perceber que não sei em que momento de minha vida deixei de estar aí para estar aqui: deixei de ser a menina para ser “a senhora do lado”, deixei de ser a que vai com os amigos para ser a que vai com as crianças. Mas não te escrevo por nada disso.” O emprego da palavra destacada, em certas situações da língua pode sofrer flexão de gênero, levando em consideração a concordância nominal. ASSINALE a alternativa em que pode ocorrer essa situação.
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Gabarito D
A palavra "meio" no sentido de metade varia de acordo com o termo que se refere.
Logo, "Ainda faltava meia página para completar o número ideal de linhas". (concorda com página)
QUESTÃO SEM LÓGICA, UMA VEZ QUE, A ALTERNATIVA "A" TAMBÉM EXIGE O USO DO "MEIA".
GABARITO: D.
Meio = numeral fracionário. Virá vinculado a um substantivo e concorda normalmente: meia-noite, meia garrafa, meia folha.
Meio = advérbio de intensidade. Virá vinculado a um adjetivo e não se flexiona: meio cansada, meio distraída, meio louca, meio triste.
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Dica do professor João Bolognese! (Damásio Educacional)
Para sair de vez da dúvida, pense na palavra muito: se muito não varia, meio também não. Compare:
Ela estava muito feliz.
Ela estava meio feliz.
A mulher era muito rápida.
A mulher era meio rápida.
Embora o sentido seja diferente, o uso é igual e, por isso, serve de comparação. Diga com tranquilidade: “Ela estava meio triste, mas depois ficou muito feliz”. Mas “meia triste” nunca mais.
A questão é de concordância e quer que marquemos a alternativa em que "meio" pode sofrer flexão de gênero. Vejamos:
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“Meio” no sentido de "um pouco", "mais ou menos" é um advérbio e, portanto, é invariável. Ex.: A porta da sala estava meio aberta.
"Meio" no sentido de "metade" é um número fracionário e varia de acordo com o termo ao qual se refere, flexionando-se em gênero e número. Ex.: Ela tomou meia garrafa de suco.
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A) A janela estava ______ aberta deixando um suave vento entrar.
Errado. "Meio" aqui é advérbio e, portanto, invariável: "A janela estava MEIO aberta..."
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B) A garota permaneceu _______ preocupada com o que estava para acontecer.
Errado. "Meio" aqui é advérbio e, portanto, invariável: "A garota permaneceu MEIO preocupada..."
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C) Ela se mostrou _______ perplexa com os olhares em volta.
Errado. "Meio" aqui é advérbio e, portanto, invariável: "Ela se mostrou MEIO perplexa..."
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D) Ainda faltava ________ página para completar o número ideal de linhas.
Certo. "Meio" aqui é numeral e sofre flexão de gênero: "Ainda faltava MEIA página..."
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Gabarito: Letra D
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