A partir da afirmação de Zanelli, Borges-Andrade e Bastos (...

Justamente porque uma organização se constitui em criações ou ferramentas sociais interativas – produto de ações individuais e coletivas estreitamente entrelaçadas – , fica clara a importância atribuída por pesquisadores e gestores ao papel do conhecimento, do pensamento e dos processos que os geram e os transformam para que haja uma compreensão mais adequada das características e das dinâmicas das organizações.

Compreender as organizações requer, necessariamente, uma teoria sobre o homem e, principalmente, sobre sua ação social interativa no interior delas, mesmo quando se assume o pressuposto válido de que tais unidades sociais se reduzem ao comportamento dos indivíduos singulares que as compõem.

A cognição se constitui em uma classe de fenômenos central para a compreensão dos processos organizacionais, visto que o pensamento, a linguagem, o manejo de símbolos, de conceitos e de regras desempenham importância no complexo cotidiano de pessoas. Munidas de tais ferramentas cognitivas, as pessoas articulam suas ações em torno de um ou de múltiplos objetivos organizacionais. 

Quanto ao termo “cognição”, a ideia mais fortemente evocada caracteriza-se pela noção restrita, leiga e difundida de atividade racional, intelectual e consciente. Essa noção está ancorada em uma concepção tradicional de mente que integra três grandes domínios referentes aos três processos cognitivos mentais básicos: pensamento (cognitivo), sensação (emocional) e vontade (conativo). 

A emergência de uma ciência cognitiva é um fenômeno relativamente recente e tem como marco o ano de 1956 e a realização do Simpósio sobre Teoria da Informação no Massachusetts Institute of Technology (MIT).