Conforme Borges e Mourão (2013), há um interesse crescente ...

Geralmente os profissionais de gestão de pessoas estão devidamente familiarizados com ferramentas de planejamento de programas e projetos e conhecem profundamente a metodologia do marco lógico (ou matriz de planejamento de estrutura lógica) de projetos, visto que o uso de ferramentas metodológicas de pesquisa foi ensinado em sua graduação.

O psicólogo organizacional e do trabalho que atua no setor público possui formação em gestão ou tem experiência na formulação de propostas para prestação de serviços no terceiro setor e transita com mais facilidade nesse repertório conceitual sobre avaliação de programas e projetos. Ocorre que, no setor público, há maior tradição no uso de ferramentas de planejamento e no controle de gastos e investimentos públicos por meio da avaliação de programas e projetos. E, no terceiro setor, esse domínio de conhecimentos por parte do psicólogo é fundamental para pleitear financiamento de agências estrangeiras e, também, verbas públicas para desenvolver programas e projetos sociais. 

No setor privado, o domínio de ferramentas sobre avaliação de programas e projetos permite ao profissional de gestão de pessoas conseguir evidenciar os benefícios e as vantagens de investimento em pessoas, utilizando uma linguagem mais compatível com as demais instâncias de poder na organização.

A formação em pesquisa do profissional de gestão de pessoas ajuda muito no desenvolvimento das competências requeridas para atuar na formulação e na avaliação de programas e projetos na área, visto que o trabalho de um avaliador e o de um formulador de programas e projetos situam-se, respectivamente, entre o papel desempenhado por um cientista social – preocupado com questões teóricas, desenho de pesquisa e análise de dados – e o papel de um profissional envolvido com a prestação de um serviço a pessoas necessitadas.

Há uma forte demanda por delineamentos de avaliação de programas e projetos que garantam confiabilidade e generalização dos resultados, mas esse argumento não pode servir para criar uma cultura voltada apenas para medidas e testes que perca a dimensão humana necessária às intervenções sociais.