Górgias de Leontini, filósofo grego (século V a.C.), defendi...
Górgias de Leontini, filósofo grego (século V a.C.), defendia três proposições:
1. Nada existe.
2. Mesmo que existisse alguma coisa, não poderíamos conhecê-la.
3.Concedido que alguma coisa existe e podemos conhecê-la, não poderíamos comunicá-la aos outros.
Consta que o próprio Górgias não levou a sério suas proposições e muitos estudiosos a consideram um simples gracejo. Mas elas existem há 24 séculos e nos estimulam a refletir. Se o cético afirma que não se pode saber nada, então lhe perguntamos: como pode ele fazer tal afirmação? Está ele certo da verdade da sua proposição? Se está, uma coisa pelo menos é certa e cognoscível, e a afirmação de que nada pode ser conhecido é falsa. E se pode ser conhecida, então alguma coisa também deve existir. Narra-se que um cético grego, Crates, ao perceber isso, nada mais dizia, contentando-se em mover o dedo. Mas Aristóteles, o grande mestre do pensamento, notou que também para isso ele não tinha direito, porque o movimento do dedo exprime uma opinião e o cético não pode ter opiniões. Deve – dizia Aristóteles – ser como uma árvore; com essa é impossível discutir, porque nada diz.
(BOCHENSKI, J. M. Diretrizes do pensamento filosófico In.: ARANHA, M.
L. A. de; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São
Paulo: Moderna, 2009.)
O momento histórico vivido pelo mundo grego favoreceu o
desenvolvimento do tipo de atividade praticada pelos sofistas. Era uma época de lutas políticas e intenso conflito de
opiniões, que trouxe, dentre outras, consequências como:
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A alternativa correta é A. Vamos entender por quê.
Górgias de Leontini é uma figura central entre os sofistas, um grupo de filósofos da Grécia Antiga que se destacava pela habilidade de argumentação e retórica. Os sofistas surgiram em um período em que a Grécia vivia intensas lutas políticas e conflitos de opinião. Esse contexto histórico fomentou o desejo nos cidadãos de se tornarem eficazes na arte de argumentar, principalmente para persuadir assembleias e impor interesses pessoais.
A alternativa A menciona essa "ânsia nos cidadãos mais ambiciosos de aprenderem a arte de argumentar em público". Essa busca pela habilidade retórica é característica dos sofistas, que ofereciam educação em troca de pagamento, ensinando principalmente técnicas de persuasão e discurso.
Agora, vamos analisar por que as outras alternativas estão incorretas:
Alternativa B: A ideia de construir uma escola filosófica grega forte para dominar adversários através do jogo de palavras não reflete o objetivo principal dos sofistas. Eles estavam mais focados em ensinar habilidades práticas de argumentação e retórica, não em criar uma escola filosófica unificada para confrontar adversários regionais.
Alternativa C: A organização pacífica e dialógica e a busca por harmonia entre doutrinas filosóficas não estão alinhadas com a prática dos sofistas na Grécia Antiga. Eles eram conhecidos justamente por fomentar debates e desenvolver habilidades argumentativas, o que muitas vezes levava a conflitos intelectuais, ao invés de harmonia.
Alternativa D: A busca pela Aletheia (verdade) como oposição à Pseudos (falso) é mais característica das escolas filosóficas que buscavam verdades absolutas, como o platonismo, e não dos sofistas. Os sofistas frequentemente exploravam a relatividade das verdades e a multiplicidade de opiniões, sem necessariamente afirmar uma verdade absoluta.
Portanto, a alternativa A é a que melhor reflete o contexto histórico e as práticas sofísticas, destacando a importância da retórica e da persuasão política na época.
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