A briga de cães, como pretexto, passa a ser um argumento se...

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Q93986 Português
“Quis arrancá-lo dali, mas não pude; ele estava arraigado ao
chão, e só continuou a andar quando a briga cessou
inteiramente, e um dos cães, mordido e vencido, foi levar a sua
fome a outra parte. Notei que ficara sinceramente alegre, posto
contivesse a alegria, segundo convinha a um grande filósofo.
Fez-me observar a beleza do espetáculo, relembrou o objeto da
luta, concluiu que os cães tinham fome; mas a privação do
alimento era nada para os efeitos gerais da filosofia. Nem deixou
de recordar que em algumas partes do globo o espetáculo é
mais grandioso: as criaturas humanas é que disputam aos cães
os ossos e outros manjares menos apetecíveis; a luta que se
complica muito, porque entra em ação a inteligência do homem,
com todo o acúmulo de sagacidade que lhe deram os séculos”
(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas).

A briga de cães, como pretexto, passa a ser um argumento secundário,
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