Fazei, ó Senhor, que voltemos já para Vós para nós não subme...

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Q2113793 Filosofia
Fazei, ó Senhor, que voltemos já para Vós para nós não submergirmos, porque o nosso bem, que sois Vós mesmo vive, sem deficiência alguma, em Vós. Apesar de nos termos precipitado do nosso bem, não temos receio de o não encontrar quando voltarmos; porque, na nossa ausência, não desaba a nossa morada — a vossa eternidade.
(STO. AGOSTINHO: Confissões (397/401) Confissões – Santo Agostinho PDF Grátis | Baixe Livros.)
O tempo é, e sempre tem sido, um problema filosófico de grande interesse, principalmente em nossa época. Aliás, não só para filósofos e cientistas, mas também para o indivíduo comum, que está acostumado a organizar e realizar suas tarefas e experiências de acordo com a ideia de tempo concebida como sucessão de instantes traduzida em presente, passado e futuro. Agostinho de Hipona (354-430) foi um dos grandes pensadores a se preocupar com esta problemática e, dentre suas reflexões sobre o tema, é possível afirmar que:
Alternativas

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Alternativa Correta: B

Vamos entender o porquê, começando pela visão filosófica de Santo Agostinho sobre o tempo. Agostinho, um dos mais influentes pensadores cristãos, desenvolveu ideias profundas sobre o tempo, principalmente em sua obra "Confissões". Ele introduziu a noção de que o tempo não é algo que existe fora de nós, no mundo material, mas é uma condição da mente humana.

Neste contexto, a alternativa B, que afirma que Agostinho diferenciava o "tempo da alma" e o "tempo do mundo", sendo esses tempos existenciais apenas na nossa mente ou alma, está correta. Para Agostinho, o passado e o futuro não existem verdadeiramente fora da mente humana; o que realmente temos é o presente das coisas passadas (memória), o presente das coisas presentes (percepção) e o presente das coisas futuras (expectativa). Sua concepção de tempo é profundamente subjetiva, estabelecendo que ele é uma construção interna do sujeito.

Agora, vamos analisar por que as outras alternativas estão incorretas:

Alternativa A: Esta alternativa sugere que Agostinho acreditava que a perenidade estava na materialidade do mundo. Na verdade, ele acreditava no oposto: que o mundo material é transitório e mutável, enquanto a eternidade e a perenidade pertencem à esfera divina.

Alternativa C: Esta alternativa afirma que apenas a teologia e a fé poderiam definir e quantificar o tempo com exatidão. Embora Agostinho fosse um teólogo e suas reflexões muitas vezes entrassem no campo da fé, ele não propôs que a teologia tivesse capacidade de quantificar o tempo. Ao contrário, ele abordou o tempo como uma questão filosófica complexa, que não pode ser medida de forma exata pela fé.

Alternativa D: A afirmação de que o passado era o tempo mais importante para nós, segundo Agostinho, é incorreta. Agostinho não deu mais importância ao passado em relação aos outros tempos. Ele propôs que todos os tempos são existentes apenas enquanto presentes na nossa mente: o presente do passado (memória), o presente do presente (visão direta), e o presente do futuro (antecipação).

Espero que essa explicação tenha ajudado a compreender melhor a questão e a filosofa de Santo Agostinho sobre o tempo. Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

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