A Literatura é um dos componentes curriculares mais antigos ...
A Literatura é um dos componentes curriculares mais antigos no Brasil e associa-se, no decorrer do tempo, às diversas circunstâncias sociais e históricas. Foi compreendida, nos currículos escolares da educação burguesa, como sinal distintivo de cultura e de demonstração de conhecimento, além de ser utilizada como meio de difundir regras e princípios considerados fundamentais à vida das pessoas. Prezava-se, portanto, por viabilizar aos alunos o contato com um conjunto de obras e autores, “detentores” do bem escrever e das boas condutas. Posteriormente, com o acesso à escolarização pelas camadas populares, o ensino dessa disciplina experimenta outro(s) tratamento(s). Em 2002, Os Parâmetros Curriculares Nacionais visavam à difusão de princípios da reforma curricular e à orientação docente, na busca de novas abordagens e metodologias, sendo complementados, adiante, pelos PCNEM e PCN+Ensino Médio. Contudo, tais documentos engendraram alguns lapsos na escola, os quais foram, mais tarde, cuidadosamente analisados pelas Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Segundo as OCEM, a concepção de literatura contemplada nos documentos anteriores – supramencionados – geraram problemas no trabalho com o texto literário.
Considere as concepções a seguir:
I. O livro didático pode servir de apoio para a escolha das obras a serem lidas, mas não deverá ser o único suporte para a seleção realizada, o que delega ao professor a autonomia acerca do que escolher e do que silenciar em seu trabalho.
II. O fomento à historiografia literária, como se a história fosse condição indispensável e única para se compreender as produções literárias.
III. A ênfase exagerada no interlocutor, chegando ao extremo de erigir as opiniões do aluno como critério de juízo de uma obra literária, deixando, assim, a questão do “ser ou não ser literário” a cargo do leitor.
IV. É permitido ao professor recortar na história autores e obras que responderam com mestria à convenção ou estabeleceram rupturas; ambas podem oferecer um conhecimento das mentalidades e das questões da época, assim como propiciar o prazer estético.
V. Considera-se imprescindível que se garanta uma sequencia lógica, não necessariamente cronológica, o que permite, portanto, leituras não previstas, fato este que confere autonomia ao educador.
VI. A ideia de que fruição estética se reduz a divertimento, deixando espaço para que se compreenda o texto literário apenas como leitura facilmente “ingerível”, tornando-o mais acessível ao corpo discente.
A alternativa que traz os pontos defendidos nos documentos oficiais anteriores e que foram alvo de crítica
das OCEM é: