Assinale a interpretação mais adequada ao sentido geral da ...
Leia um trecho do poema de Fernando Pessoa a seguir e responda à questão:
Poema em linha reta
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em
tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas
vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para
tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos
tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e
arrogante,
[…]
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas
coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste
mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu
enxovalho,
Nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes –
na vida…
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma
cobardia!
[…]
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
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Vamos analisar a questão de interpretação de texto baseada no poema de Fernando Pessoa. O objetivo é compreender a queixa do poeta em relação ao comportamento humano.
No poema, o eu-lírico expressa uma profunda insatisfação com o fato de que as pessoas ao seu redor parecem ser impecáveis e não mostram suas fraquezas. Ele se sente isolado e diferente por reconhecer e admitir suas próprias falhas.
A alternativa B é a correta. Ela captura a essência da queixa do poeta ao afirmar que, embora as pessoas tenham fraquezas, elas tendem a não falar sobre isso, escondendo, muitas vezes, quem de fato são. O poeta deseja que as pessoas fossem mais autênticas e admitissem suas imperfeições.
Vamos agora justificar por que as outras alternativas estão incorretas:
A - As pessoas não têm defeitos, por isso a humanidade sempre alcança níveis de sucesso, bem-estar e prosperidade.
Esta alternativa está errada porque o poema não sugere que as pessoas são perfeitas ou que a humanidade alcança sucesso por causa disso. Pelo contrário, o eu-lírico critica a postura de esconder as fraquezas.
C - A humanidade tem problemas demais para se dedicar à leitura de poemas, literatura, artes em geral.
Esta afirmação não tem conexão com o tema central do poema. O texto não discute a leitura de arte, mas sim a hipocrisia e a falta de autenticidade nas pessoas.
D - Ser poeta é ser humano: ser consciente de toda a beleza que há na criação, reconhecendo que não há defeitos na existência.
Esta alternativa está incorreta porque o poema não fala sobre a beleza da criação ou a ausência de defeitos. Na verdade, o eu-lírico se concentra em suas próprias imperfeições e na falta de sinceridade dos outros.
Compreender o contexto e as intenções do eu-lírico é essencial para acertar questões de interpretação de texto. Sempre procure palavras-chave e o tom do texto para guiar sua análise.
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Comentários
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✅ Gabarito: B
✓ Segundo o poema: [...] Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. Toda a gente que eu conheço e que fala comigo Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho, Nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida… Quem me dera ouvir de alguém a voz humana Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia; Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
➥ Ou seja, o eu-lírico passa a ideia de que as pessoas não se abrem, que elas se mostram como seres felizes, que não possuem adversidades.
➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!
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