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Q689514 Economia

Em seu discurso de posse, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmou: “Nas políticas de comércio exterior, o governo terá sempre presente a advertência que vem da boa análise econômica”. À luz dessa afirmação e das teorias de comércio internacional, julgue (C ou E) o item subsecutivo.

Uma das críticas da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) à teoria clássica é que a sua análise do comércio internacional é estática, não dinâmica, de modo que as elevadas elasticidades-renda e preço dos produtos básicos tendem a produzir deterioração nos termos de intercâmbio ao longo do tempo, o que é desfavorável aos países exportadores de bens primários.

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Fala pessoal! Professor Jetro Coutinho aqui, para comentar esta questão sobre Comércio Internacional.

A teoria clássica, fundada por Adam Smith, afirma que o mercado deveria ser livre, guiado apenas pela "mão invisível". O comércio entre países deveria seguir a mesma lógica, com cada país ofertando os bens e serviços nos quais tivesse mais vantagem. De acordo com as ideias de Smith, isso beneficiaria todo o mundo.

No entanto, a teoria clássica é criticada justamente porque esse "benefício para todos" nem sempre ocorre. Especificamente em relação ao comércio exterior, uma das críticas mais contundentes à teoria clássica vem da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL).

Para a CEPAL, os países em desenvolvimento não têm condições de competir com os países desenvolvidos, isto porque os países em desenvolvimento exportam produtos básicos (como produtos agropecuários) e importam produtos industrializados, o que prejudica os países em desenvolvimento.

Segundo a CEPAL, os produtos básicos possuem baixas elasticidades-renda. Ou seja, quanto mais um país aumenta sua renda, menos ele precisa de produtos básicos. Já os produtos industrializados tem a característica oposta: alta elasticidade-renda, o que significa que quanto maior a renda de um país, mais ele demandará produtos industrializados.

Segundo a CEPAL, portanto, os países ricos dependem cada vez menos de produtos básicos (já que produtos básicos possuem baixa Elasticidade renda), enquanto que os países em desenvolvimento dependem cada vez mais de produtos industrializados (quanto mais aumenta a renda dos países em desenvolvimento, mais eles precisam de produtos industriais).

Isso leva a um efeito considerado perverso pela CEPAL: os países em desenvolvimento exportam produtos cada vez menos necessários enquanto os países desenvolvidos exportam produtos cada vez mais necessários, o que prejudicaria os países em desenvolvimento exportadores dos produtos básicos.

Nessa situação, o comércio exterior não beneficiaria todo mundo (como Adam Smith propunha), mas apenas os países desenvolvidos.

O mesmo raciocínio se dá sobre a baixa elasticidade-preço dos produtos básicos. Quando o preço destes produtos cai, não se vende maior quantidade, dada a baixa elasticidade-preço, o que prejudica, mais uma vez, os exportadores de produtos básicos.

No caso desta questão, ela está errada, justamente porque a crítica da CEPAL se dá sobre as BAIXAS elasticidade-renda e preço dos produtos básicos (e não elevadas como afirmou a questão).


Gabarito do Professor: ERRADO.

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Comentários

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"Errada. Questão bastante recorrente no CESPE. A visão cepalina fala em baixas elasticidades para os bens primários que são exportados pelos periféricos. Desse modo, quando, caso o preço caia no mercado internacional não se vende maior quantidade desses produtos, gerando perdas para os ofertantes. Por outro lado, quando a renda sobe no resto mundo não há grande aumento na quantidade vendida do produto primário e os ofertantes não aumentam suas receitas. A solução cepalina: fechar o comércio temporariamente, desenvolver agregação de valor interna e, posteriormente, concorrer com produtos de maio valor agregado." (Marcello Bolzan, IDEG)

O gabarito é errado pq nao ha elevadas elasticidades renda e preço de produtos básicos

Uma das críticas da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) à teoria clássica é que a sua análise do comércio internacional é estática, não dinâmica, de modo que as elevadas elasticidades-renda e preço dos produtos básicos tendem a produzir deterioração nos termos de intercâmbio ao longo do tempo, o que é desfavorável aos países exportadores de bens primários.

Se estivesse escrito, "Uma das críticas da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) à teoria clássica é que a sua análise do comércio internacional é estática, não dinâmica, de modo que as baixas elasticidades-renda e preço dos produtos básicos tendem a produzir deterioração nos termos de intercâmbio ao longo do tempo, o que é desfavorável aos países exportadores de bens primários", a assertiva estaria correta.

A teoria clássica, fundada por Adam Smith, afirma que o mercado deveria ser livre, guiado apenas pela "mão invisível". O comércio entre países deveria seguir a mesma lógica, com cada país ofertando os bens e serviços nos quais tivesse mais vantagem. De acordo com as ideias de Smith, isso beneficiaria todo o mundo. No entanto, a teoria clássica é criticada justamente porque esse "benefício para todos" nem sempre ocorre. Especificamente em relação ao comércio exterior, uma das críticas mais contundentes à teoria clássica vem da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL). Para a CEPAL, os países em desenvolvimento não têm condições de competir com os países desenvolvidos, isto porque os países em desenvolvimento exportam produtos básicos (como produtos agropecuários) e importam produtos industrializados, o que prejudica os países em desenvolvimento. Segundo a CEPAL, os produtos básicos possuem baixas elasticidades-renda. Ou seja, quanto mais um país aumenta sua renda, menos ele precisa de produtos básicos. Já os produtos industrializados tem a característica oposta: alta elasticidade-renda, o que significa que quanto maior a renda de um país, mais ele demandará produtos industrializados. Segundo a CEPAL, portanto, os países ricos dependem cada vez menos de produtos básicos (já que produtos básicos possuem baixa Elasticidade renda), enquanto que os países em desenvolvimento dependem cada vez mais de produtos industrializados (quanto mais aumenta a renda dos países em desenvolvimento, mais eles precisam de produtos industriais). Isso leva a um efeito considerado perverso pela CEPAL: os países em desenvolvimento exportam produtos cada vez menos necessários enquanto os países desenvolvidos exportam produtos cada vez mais necessários, o que prejudicaria os países em desenvolvimento exportadores dos produtos básicos. Nessa situação, o comércio exterior não beneficiaria todo mundo (como Adam Smith propunha), mas apenas os países desenvolvidos. O mesmo raciocínio se dá sobre a baixa elasticidade-preço dos produtos básicos. Quando o preço destes produtos cai, não se vende maior quantidade, dada a baixa elasticidade-preço, o que prejudica, mais uma vez, os exportadores de produtos básicos. No caso desta questão, ela está errada, justamente porque a crítica da CEPAL se dá sobre as BAIXAS elasticidade-renda e preço dos produtos básicos (e não elevadas como afirmou a questão). Gabarito do Professor Jetro Coutinho: ERRADO.

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