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Texto V


Literatura Infantil: reflexões e práticas


        A Literatura Infantil pode ser vista como uma porta de entrada para o universo maravilhoso da leitura. Para entendermos bem a importância dessa literatura na formação do ser humano, faz-se fundamental olhar para a variedade de textos que a compõem: fábulas, contos de fadas, contos maravilhosos, mitos, lendas, adaptações de grandes clássicos da literatura mundial, parlendas, trava-línguas, adivinhas, além de textos autorais narrativos e poéticos. Temos, assim, um rico material repleto de histórias, memórias, diversidade cultural, fantasia, encantamento e valores humanos.
          A escola, por seu caráter pedagógico, por vezes direciona ou prioriza a função didática dos textos direcionados à infância. Muitas das atividades pós-leitura propostas no espaço escolar ainda visam apenas uma compreensão mais literal do texto literário. Por exemplo, pergunta-se: quem a Chapeuzinho foi visitar? Que animal ela encontrou na floresta? Como ela foi salva? Essa compreensão textual é válida, mas acaba por resultar em respostas únicas, nada imaginativas. Não devemos esquecer que literatura é antes de tudo arte e, como tal, tem a função de exercitar o nosso pensamento poético – relacionado com o imaginar que é uma outra forma de pensar, sentir, perceber e conhecer o mundo e a nós mesmos. A linguagem artística é plurissignificativa, permitindo diversas interpretações, pois faz um apelo à nossa criatividade e sensibilidade. (...)
       O primeiro contato das crianças com essa literatura se dá, em geral, intermediado pela narração de um adulto; mas este, nem sempre, permite o contato físico delas com o livro, sobretudo quando são bebês. Isso acontece mesmo no ambiente escolar; entre os motivos podem estar: não querer que os livros sejam danificados ou julgar que, só a partir dos 2 anos, a criança esteja a apta para usufruir desse contato adequadamente. No entanto, o livro deve ser considerado pelos educadores como um brinquedo a ser oferecido para toda criança. Afinal, ter livros ao alcance das mãos é essencial para incentivar o interesse pela leitura.
          Existem livros especialmente produzidos para essa faixa etária do 0 aos 2 anos. Eles são feitos de material como papel cartonado, plástico ou tecido – mais resistentes à manipulação da criança – e possuem texturas, formas e cores que visam estimular o tato e a visão, alguns apresentam recursos sonoros. A proposta desse tipo de obra é estimular os sentidos e a sensibilidade do bebê que começa a realizar suas próprias leituras: olhando, colocando na boca, apertando, sentindo, cheirando, brincando. Entretanto, vale ressaltar que a criança precisa ser inserida no universo das narrativas. Por exemplo: enquanto a professora dá banho no bebê e ele manipula um livro com desenhos de animais, seria ideal que ela lhe contasse uma história ou cantasse uma cantiga associada àquelas ilustrações, que não apenas se focasse no ensino das palavras e na relação destas com figuras, mas já começasse a mostrar para a criança que o livro é um suporte para a narração e a imaginação. (...)
          O exemplo e o gesto são grandes educadores. Ler para uma criança, de qualquer idade, é fundamental para despertar sua curiosidade pelo objeto livro e pelas narrativas que ele guarda. Ler com elas também é essencial. Lembrem-se: as ilustrações podem ser lidas pelas crianças. Portanto, a leitura pode começar pela capa, quando o professor a mostra para a turma e, juntos, eles a leem e imaginam como será essa narrativa. Vamos supor que nessa capa há a ilustração de dois meninos. O professor pode, então, suscitar as primeiras inferências com questionamentos como quem são, qual a idade deles, são irmãos ou amigos, por que vocês acham que são irmãos... Logo no início da narração, podemos fazer inferências a partir do título da obra e levantar hipóteses sobre o que vai acontecer aos personagens. Podemos também parar a narração no meio e tentar adivinhar o final, para depois verificarmos se conseguimos ou não acertar – ou conversarmos sobre o final imaginado pelos alunos, se este era mais ou menos interessante que aquele dado pelo autor e por quê. Inferência e levantamento de hipóteses são técnicas de compreensão, usadas ao longo da leitura de um livro para que essa atividade seja construída coletivamente, tornando-a dinâmica, envolvente e prazerosa. (...)



Disponível em http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/203-literatura-infantil-reflexoes-epraticas?highlight=WyJmb3JtYVx1MDBlN1x1MDBlM28iLCJkZSIsImxlaXRvciIsImZvcm1hXHUwMGU3XHUwMGUzbyBkZSIsImZvcm1hY2FvIGRlIGxlaXRvciIsImRlIGxl
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Em relação à acentuação gráfica e à ocorrência da crase nas palavras grifadas em “A escola, por seu caráter pedagógico, por vezes direciona ou prioriza a função didática dos textos direcionados à infância.”, analise os itens abaixo:

I. Em “à infância”, a ocorrência do fenômeno da crase está errada.
II. “infância” recebe acento por ser paroxítona terminada em ditongo crescente.
III. “caráter” e “infância” são paroxítonas acentuadas pela mesma regra de acentuação.
IV. “Didática” e “pedagógico” recebem acento por serem proparoxítonas terminadas em vogal.
V. O sinal grave em “à infância” foi necessário devido à regência da forma nominal “direcionados” que pede a preposição “a”.

Mediante a análise dos itens acima, assinale a alternativa correta. 
Alternativas

Gabarito comentado

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A alternativa correta é B - Somente os itens II e V estão corretos.

Vamos analisar cada item para entender por que essa é a alternativa correta:

Item I: "Em 'à infância', a ocorrência do fenômeno da crase está errada."

Esse item está incorreto.

Na frase "direcionados à infância", a crase é correta. A palavra "direcionados" exige a preposição "a", e "infância" é um substantivo feminino que permite o uso do artigo definido "a". Portanto, ocorre a fusão da preposição "a" com o artigo "a", resultando em "à".

Item II: "Infância recebe acento por ser paroxítona terminada em ditongo crescente."

Esse item está correto.

A palavra "infância" é uma paroxítona (a sílaba tônica é a penúltima) terminada em ditongo crescente (ia). As paroxítonas terminadas em ditongo crescente são acentuadas.

Item III: "Caráter e infância são paroxítonas acentuadas pela mesma regra de acentuação."

Esse item está incorreto.

Embora "caráter" e "infância" sejam paroxítonas, suas regras de acentuação são diferentes. "Caráter" é acentuada por ser uma paroxítona terminada em "r", enquanto "infância" é acentuada por terminar em ditongo crescente.

Item IV: "Didática e pedagógico recebem acento por serem proparoxítonas terminadas em vogal."

Esse item está incorreto.

"Didática" e "pedagógico" são proparoxítonas, mas a acentuação das proparoxítonas não depende da terminação. Todas as proparoxítonas são acentuadas, independentemente das letras finais.

Item V: "O sinal grave em 'à infância' foi necessário devido à regência da forma nominal 'direcionados' que pede a preposição 'a'. "

Esse item está correto.

Como mencionado na análise do item I, a forma verbal "direcionados" pede a preposição "a", e "infância" exige o artigo definido "a". Portanto, a crase é corretamente utilizada.

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Comentários

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item III:

Caráter é acentuada por ser uma paroxítona que não tem terminação de oxítonas acentuadas, ou seja, paroxítona que não termine em A - E - O [seguidos ou não de 'S'] -EM - ENS não são acentuados, assim como os paroxítonos terminados em ditongos abertos EI - EU - OI.

Mas você pode se perguntar, infância termina em A, existe a regra que obriga as paroxítonas terminadas em ditongo serem acentuadas, essa regra prevalece sobre a primeira.

então temos:

Caráter: paroxítona não terminado em A - E - O {s} - EM - ENS E e ditongo abertos EI- EU - OI

Infância: acentua porque é uma paroxítona terminada em ditongo.

Logo não são acentuadas pela mesma regra.

Caráter - paroxítona terminado em -R

Infância - paroxítona terminado em - ditongo crescente.

Bravo

IV. “Didática” e “pedagógico” recebem acento por serem proparoxítonas terminadas em vogal.

NÃO ! são acentuadas pois todas a proparoxítonas são acentuadas.

Paroxítonas

Não se acentuam as paroxítonas terminadas em A (s); E (s); O (s); EM (ns).

Exemplos: mesa, parede, quadro, item.

As demais palavras paroxítonas são acentuadas.

Exemplos: caráter, táxi, hífen, responsável, bônus, tórax, bíceps, álbum.

Paroxítona terminada em ditongo:

As palavras paroxítonas terminadas em ditongo seguem as regras das palavras paroxítonas.

Exemplos:

Bactéria – bac – té – ria.

Série – sé – rie.

Armário – ar – má – rio.

Existe uma separação silábica alternativa das palavras acima, que aparece em dicionários virtuais, que já foram levadas em consideração pelas bancas CESPE e FGV:

Bactéria – bac – té – ri – a.

Série – sé – ri – e.

Armário – ar – má – ri – o.

Nesta separação silábica alternativa, a sílaba tônica passa a ter uma nova posição. A tonicidade encontra-se agora na antepenúltima sílaba, e não mais na penúltima, formando aquilo que chamamos de eventual proparoxítona (não uma proparoxítona verdadeira).

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