“De lá pra cá” é uma expressão adverbial de lugar; porém, in...

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Q1125233 Português
Pesquisadores descobrem como transformar
sangue A e B em O

A novidade pode ajudar bancos de sangue ao
redor do planeta e salvar milhões de vidas

     Ninguém sabe ao certo como morreu o Papa Inocêncio VIII, no século 15. Uma lenda recorrente diz que, oito anos antes dos portugueses pisarem no Brasil, a Igreja estava tão desesperada para salvar o pontífice moribundo que cometeu uma loucura: pediu para três crianças, de 10 anos, trocarem parte de seu sangue por um pedaço de terra. O médico do líder católico ainda teria determinado que o sangue deveria ser bebido, via oral. Não deu certo. O Papa teria morrido logo depois.
     Essa história é, provavelmente, mentira – a Universidade de Toronto até chegou a buscar provas em 1999, mas não encontrou. A lenda, porém, se consagrou como “o primeiro transplante sanguíneo da história”.
      De lá pra cá, a lenda se tornou fato – e a medicina evoluiu muito quando o assunto é sangue. Em 1818, o obstetra inglês James Blundell realizou a primeira transfusão devidamente registrada, e em 1901 o austríaco Karl Landsteiner descobriu os tipos sanguíneos (A, B, AB e O), e como eles interagem entre si.
    Agora, um século depois, a maior revolução do tipo pode estar prestes a ser confirmada: um grupo de pesquisadores da Universidade de British Columbia, no Canadá, alega que conseguem transformar sangue tipo A, B ou AB em sangue tipo O.   
     (...) Todo mundo tem um tipo sanguíneo. Você mesmo é ou A, ou B, ou AB, ou O. Isso é importante porque a transfusão entre tipos de sangue diferentes pode matar – se você colocar sangue A em uma pessoa cujo tipo sanguíneo é B, o próprio organismo vai reagir e atacar esse novo malote de sangue. O contrário também ocorre. Sangue tipo A só doa para tipo A ou AB. Tipo B só doa para tipo B ou AB. AB é o menos flexível e só doa para o tipo AB.
      Por isso, o tipo sanguíneo mais valioso é o tipo O. Ao contrário dos demais, ele não promove reações defensivas no organismo de pessoas com nenhum tipo sanguíneo. Conhecido como doador Universal, o sangue O pode ser transferido pra qualquer pessoa. É por isso, é claro, que os Bancos de Sangue estão sempre procurando por doadores tipo O.
     Com a descoberta da universidade canadense, porém, os Bancos de Sangue podem ter ganhado na loteria. Qualquer sangue pode ir pra qualquer pessoa, uma revolução que tem o potencial de salvar milhões de vidas.
      Para conseguir o feito, o pesquisador Stephen Withers analisou a característica que difere entre cada tipo sanguíneo: são os chamados “açúcares antígenos”. O sangue tipo A carrega um determinado antígeno junto às suas células, quem tem sangue B possui outro, quem tem AB possui os dois.
       O sangue da transfusão só é aceito quando o corpo não detecta nenhum antígeno diferente do seu próprio.
       Só que quem tem sangue O não possui antígeno nenhum. E passa despercebido pelos sistemas de defesa. A ideia, então, foi tentar destruir esses açúcares das células de sangue – assim, em teoria, qualquer fluido sanguíneo ficaria igual ao tipo O.
    A saída para o extermínio adocicado se deu por meio de enzimas. Os pesquisadores procuraram substâncias que conseguissem quebrar as moléculas açucaradas (sem danificar o restante do material). O estudo procurou o elemento em mosquitos e sanguessugas, mas encontrou a solução em um local muito mais próximo: no nosso próprio intestino.
    Withers percebeu que alguns dos açúcares que consumimos são estruturalmente muito parecidos com os antígenos. Eles observaram que algumas bactérias presentes na flora intestinal auxiliam no processamento desses açúcares da alimentação
– e decidiram entender como elas reagiriam em contato com as células sanguíneas.       Foi tiro e queda: elas fizeram a “digestão” dos antígenos – e o que restou era sangue tipo O.
(...)

Por Felipe Germano
access_time23 ago 2018, 15h54 - Publicado em 22 ago 2018, 19h29

Considerando o texto apresentado, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir.
“De lá pra cá” é uma expressão adverbial de lugar; porém, inserida neste contexto, funciona como um marcador temporal, podendo ser substituída pela expressão “do passado para o presente”.
Alternativas

Gabarito comentado

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A alternativa correta é C.

Vamos entender o porquê:

A questão aborda a expressão “De lá pra cá” e sua função no contexto. Para resolvê-la, é necessário compreender como expressões adverbiais podem assumir diferentes funções dependendo do contexto.

"De lá pra cá" é uma expressão que, isoladamente, poderia ser entendida como uma expressão adverbial de lugar. No entanto, no contexto do texto, ela é usada para marcar o tempo que transcorreu desde um evento passado até o presente.

Por isso, a expressão é usada como um marcador temporal, indicando a passagem do tempo.

A forma correta de entender essa expressão no texto é como uma referência ao tempo, podendo ser substituída pela expressão “do passado para o presente”, mantendo o mesmo sentido. Isso justifica a assertiva como VERDADEIRA.

As alternativas incorretas seriam:

- Se a expressão fosse considerada apenas como um marcador de lugar, sem considerar o contexto temporal, a alternativa estaria errada.

- Se a questão sugerisse outra substituição que não mantivesse o sentido temporal, a alternativa também estaria errada.

Resumindo, a expressão “De lá pra cá” funciona no texto como um marcador temporal e pode ser substituída por “do passado para o presente” sem perda de sentido, justificando a assertiva como VERDADEIRA.

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Comentários

Veja os comentários dos nossos alunos

GABARITO: CERTO

?  De lá pra cá, a lenda se tornou fato ? e a medicina evoluiu muito quando o assunto é sangue. Em 1818, o obstetra inglês James Blundell realizou a primeira transfusão devidamente registrada, e em 1901 o austríaco Karl Landsteiner descobriu os tipos sanguíneos (A, B, AB e O), e como eles interagem entre si.

? Originalmente temos uma expressão que expressa valor de lugar, mas, no contexto, está sendo usado como uma expressão com valor temporal e marca uma ideia que ocorre no passado e se estende ao presente (=do passado para o presente).

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? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

A questão quer saber se “De lá pra cá” (que é uma expressão adverbial de lugar) funciona como um marcador temporal, podendo ser substituída pela expressão “do passado para o presente”. Vejamos:

De fato "de lá pra cá" é uma expressão adverbial de lugar e, nesse contexto, pode ser usada como um marcador temporal, ao fornecer uma noção de tempo ou de passagem do tempo, por isso podemos usar "do passado para o presente" (do século 15 até o tempo presente em que o texto foi escrito).

.

De acordo com o texto:

"Ninguém sabe ao certo como morreu o Papa Inocêncio VIII, no século 15. Uma lenda recorrente diz que, oito anos antes dos portugueses pisarem no Brasil [...]

Essa história é, provavelmente, mentira – a Universidade de Toronto até chegou a buscar provas em 1999, mas não encontrou. A lenda, porém, se consagrou como “o primeiro transplante sanguíneo da história”.

De lá pra cá, a lenda se tornou fato – e a medicina evoluiu muito quando o assunto é sangue. Em 1818, o obstetra inglês James Blundell realizou a primeira transfusão devidamente registrada, e em 1901 o austríaco Karl Landsteiner descobriu os tipos sanguíneos (A, B, AB e O), e como eles interagem entre si."

Gabarito: CERTO

deu medo de responder: UVAAAA

QUESTAO BOA..

CERTO!

A questão força a barra ao dizer que dá pra substituir por "do passado para o presente" (tente substituir no texto e ler desde o parágrafo anterior). Trata-se de um evento específico no passado, exemplos adequados seriam: "desse momento para cá" ou "desde então".

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