Em relação às ideias e propriedades linguísticas do texto p...
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Ano: 2025
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
InoversaSul
Provas:
CESPE / CEBRASPE - 2025 - InoversaSul - Analista Administrativo de Projetos
|
CESPE / CEBRASPE - 2025 - InoversaSul - Analista de Planejamento |
Q3145740
Português
Texto associado
O híbrido tem por finalidade nomear algo ou alguém cuja
formação é múltipla, derivada de fontes heterogêneas. Tal termo
passa a ser empregado nos estudos da cultura a partir dos
deslocamentos e das migrações acentuadas do século XX.
Na literatura, com mais propriedade nos estudos pós-coloniais, é
abordado por Homi Bhabha, que, por sua vez, o trouxe
da concepção de Bakhtin de “hibridismo linguístico”. O híbrido
constitui a identidade do duplo, dinâmica, flexível, plurivocal e
multimodal em contraposição à concepção hierárquica
da identidade pura, única, autêntica, univocal, monolítica e
uniforme que, além de infecunda, é anticomunitária. Como termo
amplamente usado por vários críticos e estudiosos, gera polêmica
e controvérsias, atingindo patamares de significação positiva ou
negativa de acordo com a nuança que lhe seja empregada.
Stelamaris Coser afirma que, ao se reverter “o movimento
do centro para a periferia que caracterizou a era colonial e fez das
colônias ‘o local dos sincretismos e hibridismos’, os grandes
‘centros globais’ são agora internacionalizados e hibridizados
neste novo momento histórico pós-(neo)colonial”.
Nesse caso, não se trata de enaltecer ideologicamente
os encontros culturais, tampouco de anular os conflitos e choques
que resultam das diferenças, mas, acima de tudo, de perceber
o hibridismo que forma a realidade interamericana e a força
criativa que dele resulta. Ainda segundo Coser, “uma inevitável
transformação cultural é resultante da entrada, circulação e
crescente poder dessa multiplicidade de vozes, visões e estilos
que renovam e modificam a face da nação”. Igualmente, para
Stuart Hall, a ocorrência do hibridismo (cultural, linguístico e
literário) permite que o “novo” entre no mundo inscrito pelas
forças hegemônicas e as modifique, passando a ser uma condição
necessária à modernidade das comunidades construídas entre
os impasses de perdas e ganhos sócio-históricos.
Leoné Astride Barzotto.
Deslocamento e memória em “La mano em la tierra”, de Josefina Plá.
In: Elena Palmero González e Stelamaris Coser (orgs.).
Entre traços e rasuras: intervenções da memória na escrita das Américas.
Rio de Janeiro: 7Letras; FAPERJ, 2013, p. 52 (com adaptações).
Em relação às ideias e propriedades linguísticas do texto
precedente, julgue o item seguinte.
No quarto período do primeiro parágrafo, a autora julga “infecunda” e “anticomunitária” a identidade cujas características são contrapostas à dita “identidade do duplo”.
No quarto período do primeiro parágrafo, a autora julga “infecunda” e “anticomunitária” a identidade cujas características são contrapostas à dita “identidade do duplo”.