A figura de linguagem presente em "Durante séculos, a Inglat...

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Q78427 Português
Sucesso tem fórmula

Durante séculos, a Inglaterra dominou os mares e, dessa
forma, muito mais do que os mares. Para isso tinha os melhores navios.
E, para tê-los, precisava de excelentes carpinteiros navais. Com a
tecnologia do ferro, os navios passaram a ter couraça metálica.
Impossível manter a superioridade sem caldeireiros e mecânicos
competentes. Uma potência mundial não se viabiliza sem a potência
dos seus operários.
A Revolução Industrial tardia da Alemanha foi alavancada pela
criação do mais respeitado sistema de formação técnica e vocacional
do mundo. Daí enchermos a boca para falar da "engenharia alemã".
Mas, no fim das contas, todos os países industrializados montaram
sistemas sólidos e amplos de formação profissional. Para construir
locomotivas, aviões, naves espaciais.
Assim como temos a Olimpíada para comparar os atletas de
diferentes países, existe a Olimpíada do Conhecimento (World Skills
International). É iniciativa das nações altamente industrializadas, que
permite cotejar diversos sistemas de formação profissional. Competese
nos ofícios centenários, como tornearia e marcenaria, mas também
em desenho de websites ou robótica.
Em 1982, um país novato nesses misteres se atreveu a
participar dessa Olimpíada: o Brasil, por meio do Senai. E lá viu o seu
lugar, pois não ganhou uma só medalha. Mas em 1985 conseguiu
chegar ao 13º lugar. Em 2001 saltou para o sexto. Aliás, é o único país
do Terceiro Mundo a participar, entra ano e sai ano.
Em 2007 tirou o segundo lugar. Em 2009 tirou o terceiro,
competindo com 539 alunos, de sete estados, em 44 ocupações. É isso
mesmo, os graduados do Senai, incluindo alunos de Alagoas, Goiás e
Rio Grande do Norte, conseguiram colocar o Brasil como o segundo e o
terceiro melhor do mundo em formação profissional! Não é pouca
porcaria para quem, faz meio século, importava banha de porco,
pentes, palitos, sapatos e manteiga! E que, praticamente, não tinha
centros de formação profissional.
Deve haver um segredo para esse resultado que mais parece
milagre, quando consideramos que o Brasil, no Programa Internacional
de Avaliação de Alunos (Pisa), por pouco escapa de ser o último. Mas
nem há milagres nem tapetão. Trata-se de uma fórmula simples,
composta de quatro ingredientes.
Em primeiro lugar, é necessário ter um sistema de formação
profissional hábil na organização requerida para preparar milhões de
alunos e que disponha de instrutores competentes e capazes de
ensinar em padrões de Primeiro Mundo. Obviamente, precisam saber
fazer e saber ensinar. Diplomas não interessam (quem sabe nossa
educação teria alguma lição a tirar daí?).
Em segundo lugar, cumpre selecionar os melhores candidatos
para a Olimpíada. O princípio é simples (mas a logística é
diabolicamente complexa). Cada escola do Senai faz um concurso,
para escolher os vencedores em cada profissão. Esse time participa
então de uma competição no seu estado. Por fim, os times estaduais
participam de uma Olimpíada nacional. Dali se pescam os que vão
representar o Brasil. É a meritocracia em ação.
Em terceiro lugar, o processo não para aí. O time vencedor
mergulha em árduo período de preparação, por mais de um ano. Fica
inteiramente dedicado às tarefas de aperfeiçoar seus conhecimentos
da profissão. É acompanhado pelos mais destacados instrutores do
Senai, em regime de tutoria individual.
Em quarto, é preciso insistir, dar tempo ao tempo. Para passar
do último lugar, em 1983, para o segundo, em 2007, transcorreram 22
anos. Portanto, a persistência é essencial.
Essa quádrupla fórmula garantiu o avanço progressivo do
Brasil nesse certame no qual apenas cachorro grande entra. Era
preciso ter um ótimo sistema de centros de formação profissional. Os
parâmetros de qualidade são determinados pelas práticas industriais
consagradas, e não por elucubrações de professores. Há que aceitar a
idéia de peneirar sistematicamente, na busca dos melhores candidatos.
É a crença na meritocracia, muito ausente no ensino acadêmico.
Finalmente, é preciso muito esforço, muito mesmo. Para passar na
frente de Alemanha e Suíça, só suando a camisa. E não foi o ato
heróico, mas a continuidade que trouxe a vitória.
A fórmula serve para toda competição: qualidade valorizada,
seleção dos melhores, prática obsessiva e persistência. Quem aplicar
essa receita terá os mesmos resultados.

Claudio de Moura Castro
Fonte: Revista Veja n. 2153

A figura de linguagem presente em "Durante séculos, a Inglaterra dominou os mares..." é:
Alternativas

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Metonímia

A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Observe os exemplos abaixo:
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. ( = Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.)

2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. ( = As lâmpadas iluminam o mundo.)

3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruz. ( = Não te afastes da religião.)

4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso havana. ( = Fumei um saboroso charuto.)

5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. ( = Sócrates tomou veneno.)

6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu trabalho. ( = Moro no campo e como o alimento que produzo.)

7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. ( = Bebeu todo o líquido que estava no cálice.)

8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones foram atrás dos jogadores. ( = Os repórteres foram atrás dos jogadores.)

9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressadamente. ( = Várias pessoas passavam apressadamente.)

10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem nesse mundo. ( = Os homens pensam e sofrem nesse mundo.)

11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir às ruas na luta por seus direitos. ( = As mulheres foram chamadas, não apenas uma mulher.)

12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. ( = Minha filha adora o iogurte que é da marca danone.)

13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. ( = Alguns astronautas foram à Lua.)

14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá para teu lado. ( = A justiça ficará do teu lado.)

Qual a diferença entre Metáfora e Metonímia?

Métafora é uma figura de estilo (ou de linguagem) construída a partir de uma comparação implícita. Há uma relação subjetiva, resultado de sua imaginação, de sua percepção particular da realidade. É um tipo de conotação, ou seja, emprego especial de uma palavra, sempre com base numa comparação.

Ex: Minha filha é uma flor. (Literalmente, é impossível alguém ser uma flor. A frase só pode ser entendida se a desdobrarmos em uma comparação, na qual ela se baseia: Minha filha é bonita (suave, delicada, perfumada) como uma flor.

A metonímia consiste na substituição de um termo por outro com o qual mantém uma relação de significado. Diferentemente da metáfora, a metonímia tem caráter objetivo.

Ex1: Sempre li Machado de Assis. (Machado de Assis no lugar da obra que ele escreveu).

Ex2: Tomar uma Skol bem gelada. (Skol no lugar de cerveja)

Fonte: AQUINO, Renato. Gramática Objetiva da Língua Portuguesa, 4a edição. Editora Campus.

Abaixo comentários sobre as demais figuras de linguagem citadas na questão:

b) SILEPSE: Também chamada de sínese, é a concordância feita com a idéia, e não com o termo presente na frase. Por isso mesmo, é conhecida como concordância ideológica. Pode ser:

1. de gênero:

Ex. Alguém te procurou. Estava preocupada.

Ex. Conheci uma criança... mimos e castigos pouco podiam com ele.

2. de número:

Ex. Essa gente está sempre reclamando. Criam muitos problemas.

Ex. É muito boa essa família: nunca nos incomodaram.

3. de pessoa:

Os modernos conseguimos grandes vitórias sobre esse mal.

Os homens somos necessitados de amparo espiritural.

c) ANTÍTESE:É o emprego de palavras ou expressões de sentido contrário:

Ex. Que recompensa os bons, que os maus castiga.

Ex. O que dá pra rir dá pra chorar.

Ex. Sorrir em meio dos pesares e chorar em meio das alegrias.

Fonte: AQUINO, Renato.Gramática Objetiva da Língua Portuguesa. Editora Campus. 4a edição.
 

(...) continuação

e) IRONIA: Ou antífrase consistem em dizer o contrário do que se quer, com a finalidade de criticar ou satirizar:

Ex. Antônio acertou dez por cento das questões. Que inteligente!

Ex. Vejam que belo exemplo de nossos políticos: aumentar seus salários em época de recessão.

Fonte: AQUINO, Renato.Gramática Objetiva da Língua Portuguesa. Editora Campus. 4a edição.

CORRETA: D

Para diferenciar a metonímia da metáfora deve-se observar que a comparação implícita na METÁFORA tem caráter subjetivo. Enquanto a comparação na METONÍMIA tem caráter objetivo  e consiste na substituição de um termo por outro com o qual mantém uma relação de significado 

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