Leia o poema abaixo: Orfandade Meu Deu...
Leia o poema abaixo:
Orfandade
Meu Deus,
me dá cinco anos.
Me dá um pé de fedegoso com formiga preta,
me dá um Natal e sua véspera,
o ressonar das pessoas no quartinho.
Me dá a negrinha Fia pra eu brincar,
me dá uma noite pra eu dormir com minha mãe.
Me dá minha mãe, alegria sã e medo remediável,
me dá a mão, me cura de ser grande,
ó meu Deus, meu pai,
meu pai.
(PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986. p. 22.)
A construção “Me dá”, reiterada no poema de Adélia Prado:
1. remete a um uso pragmaticamente definido: a forma como as crianças pedem as coisas.
2. pode ser trocado pela construção “Dá-me” sem prejuízo de sentido.
3. é também uma variação diafásica ou de registro.
4. falantes letrados e não letrados a utilizam no Português do Brasil.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.