Assinale a alternativa que apresenta uma justificativa inco...
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Ano: 2025
Banca:
IBAM
Órgão:
Câmara de Bebedouro - SP
Prova:
IBAM - 2025 - Câmara de Bebedouro - SP - Controlador Interno |
Q3241748
Português
Texto associado
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
O cobiçado busto de Platão
Não se deve aceitar encomenda de amigos e familiares
em viagens.
Jamais vai relaxar de verdade.
Em nossa estada na Grécia, minha esposa assumiu uma
missão: comprar um busto em gesso do pensador Platão
para sua prima Maria Dulce Reis. Doutora em Filosofia
pela Universidade Federal de Minas Gerais (2007).
Acima, só o seu filho Otávio.
Beatriz não tinha como negar. Afinal, Dulce nunca pedira
nada.
Em Atenas, entramos em várias lojinhas de lembranças
e souvernirs locais. Eu sentia que iríamos percorrer a
cidade inteira em busca do tesouro.
Eu dizia:
— Compre logo! Garanta logo! Depois não vai ter mais
oportunidade de vir aqui.
Ou ela achava Platão grande demais, ou pequeno
demais. Ou feio demais, ou chique demais.
Minha preocupação era apenas não errar a pessoa.
Afinal, todos os expoentes da Grécia Antiga se parecem.
Um erro assim custaria caro, tínhamos que evitar. Não
daria para retornar a Atenas, devolver o item e solicitar o
cidadão certo.
Foi tamanho o pânico na idealização do presente que
deixamos para escolher nas praias de Mykonos e
Santorini. Só que lá não havia nada de bustos, de
pensadores, de Acrópole.
Bateu o desespero. E agora?
Recomendei que Beatriz relaxasse. Certamente
localizaríamos o produto no aeroporto de Atenas.
No nosso embarque, porém, quando não mais
conseguiríamos reverter a situação, não existia Platão
nas prateleiras do comércio do terminal internacional.
Partimos para o Plano B: trazer qualquer coisa de
Platão: chaveiro, ímã, camiseta, bloco de notas, caneta,
lápis. Compramos de tudo e raciocinamos: funcionaria
como o equivalente a um busto.
Não é que Beatriz esqueceu a sacola no bagageiro do
avião em nossa conexão?
Arrasada com o fracasso da expedição, Beatriz não
desistiu. Tentou uma última cartada: adquirir o busto de
Platão pela internet, no Mercado Livre. Mentiria que era
da Grécia.
Com a lupa da malandragem, ampliou imagem por
imagem das ofertas. Buscava uma estátua que não
tivesse o nome em português. Se possível, uma com a
inscrição como em Atenas, nos artigos para turista:
"Pláton". Não precisava ser o original .
Quando finalmente chegou o pacote, ela percebeu que
se tratava de um boneco de plástico, não de gesso, feito
em impressora 3D, com as linhas pontilhadas no rosto.
E, para piorar, estava escrito em letras garrafais:
PLATÃO.
Fabrício Carpinejar - Texto Adaptado
https://www.otempo.com.br/opiniao/fabricio-carpinejar/2024/7/26/o-cobicado-busto-de-platao
Assinale a alternativa que apresenta uma justificativa
incorreta para a acentuação das palavras em
destaque.