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Q2411833 Português

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VÍNCULOS DO TEMPO

O ritmo frenético não justifica deixar de fazer o que é relevante.


É preciso ir devagar se quisermos ir longe, diz o ditado, com a sabedoria das constatações simples, aquelas que nascem da observação da natureza. Os Índios, por exemplo, são mestres no ofício de tirar lições de vida a partir das circunstâncias que lhes cercam e determinam sua existência. O céu, o tio, a floresta, as estações, tudo para os Índios tem um valor que nós, habitantes da cidade, com frequência subestimamos - o valor sublime daquilo que nos é dado pelo universo. Como o tempo.

Apesar de tentarmos controlá-lo com ponteiros ou telas digitais, o tempo não é mensurável por um único padrão. Ele acelera e desacelera de acordo com nosso estado de espirito. Há o tempo medido pela urgência, quando um prazo se impõe. Há o tempo do lazer, da conversa agradável, que se dissipa num piscar de olhos. Há o tempo preguiçoso, que escore por entre os dedos desperdiçado coma água preciosa. Há o tempo de festa e o tempo de luto, cada um dura quanto deve durar, mais curto e intenso para uns, mais longo e diluído para outros. É subjetiva, portanto, a percepção do tempo, esse “tambor de todos os ritmos”, na definição precisa de Caetano Veloso.

Nas últimas décadas, nos acostumamos a um ritmo frenético, inimaginável para nossos pais e avós. Os avanços da tecnologia multiplicaram nossas obrigações. ironicamente, cada facilidade a que temos acesso corresponde a uma dificuldade extra, uma tarefa adicional. O celular, por exemplo, nos franqueia o contato imediato cor o mundo, mas demanda atenção a inúmeros grupos, nem todos realmente importantes. Com tantas facilidades ao nosso dispor, ficou mais complicado conciliar todas as esferas da vida - trabalho, estudo, família, amigos, lazer. Assim, engolidos pela rotina, vamos passando os dias sem dedicar um minuto a nós mesmos ou negligenciando os que nos são mais próximos.

Até que ponto, no entanto, as múltiplas distrações da vida moderna são desculpa para não fazermos o que mais importa?

Algumas pessoas têm um admirável talento para fazer o tempo render, a convicção de que quinze minutos da agenda é tempo precioso. Fazem tudo com consciência, aproveitam cada reunião, cada conversa, para extrair o máximo do momento. Além de excelentes administradores do tempo, são notáveis gestores da informação que recebem - o que também os faz economizar tempo para apreciá-lo da maneira que se deve.

Conheço executivos que só comissionam trabalhos a quem “não tem tempo”. Sabem que os profissionais mais demandados produzirão o tempo extra que for necessário. Sim, porque é possível fazer o próprio tempo.

O distanciamento social mudou um pouco nossa relação com o tempo. Reduzimos a marcha, o que nos deu a oportunidade de rever a maneira como o desfrutamos. É esse o momento de encarar aquele projeto pessoal tantas vezes adiado. Pode ser o que for: testar uma receita nova, planejar uma viagem dos sonhos para quando tudo isso passar, se dedicar a montar a árvore genealógica da família, ler aquele clássico com calma que ele merece. E, sobretudo, conviver mais com quem amamos. Aliás, é sempre bom lembrar que o tempo compartilhado com alguém é a mais poderosa força criadora de vínculos.


FONTE: DINIZ, Lucília. Vaja, 14/04/21,



Excerto para as questões 4,5 e 6,


“O céu, o no, a floresta, as estações, tudo para os índios tem um valor que nós, habitantes da cidade, com frequência subestimamos - o valor sublime daquilo que nos é dado pelo universo. Como o tempo.”

E correto afirmar sobre o excerto da acentuação tônica e prosódica:

Alternativas

Comentários

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resposta certa A

A)- Ditongos abertos: São acentuados os ditongos abertos terminados em "éi", "éu", "ói" em palavras monossílabas e oxítonas. Exemplos: méis, coronéis, céu, chapéu, etc. Em contrapartida, os ditongos abertos em palavras paroxítonas NÃO são acentuados.

B)- índio é uma paroxítona terminada em hiato. frequência é uma paroxítona.

C)- universo é uma proparoxítona. floresta é uma paroxítona.

D)- "nós” são monossílabos tônicos.

RIO NÃO É UM MONOSSILABO. palavra "rio" possui duas sílabas, ou seja, é dissílaba. Trata-se de um substantivo masculino , cujo plural é "rios". É um hiato (duas vogais em sílabas diferentes).



O monossílabo é uma palavra com apenas uma sílaba: da, pé, ti, dó, nu, sol, mãe, lei, não, réu etc.

Os monossílabos átonos são palavras com apenas uma sílaba, a qual não possui tonicidade. Isso quer dizer que sua pronúncia apresenta menor intensidade. É o caso de termos como: a, e, de, me, se, do, na, que etc.

Os monossílabos tônicos são palavras com apenas uma sílaba, a qual possui tonicidade. Isso quer dizer que sua pronúncia apresenta maior intensidade. É o caso de vocábulos como: há, chá, crê, cru, rei, pó, vil, más, bom etc.

Portanto, temos:

  • Monossílabos átonos: na, da, de, e, se, que, as, aos, a, pra, pro, o.
  • Monossílabos tônicos: meu, ele, é, tem, ver, mãos, eu, nem, lá, só, não, né (não é).

Aqui vai uma dica! O monossílabo átono não faz sentido isoladamente, já o monossílabo tônico faz. Por exemplo, se eu digo “sol”, você consegue visualizar a coisa a que se refere esse , não consegue?

Porém, se eu digo “de” ou “a” ou “que”, você consegue ver um sentido nesses termos de forma isolada? Não consegue, estou certo? E se eu disser “vê”? Você logo associa tal palavra ao sentido da visão. E se digo “nós”, você imagina você e eu e talvez também outras pessoas em um mesmo grupo.

Mas se digo “nos”, isoladamente, não faz sentido. Nesse caso, o sentido só se faz quando o pronome “nos” está aliado a um verbo:

Comprou-nos um livro.

Assim, “de”, “a”, “que” e “nos” são monossílabos átonos. Já “sol”, “vê” e “nós” são monossílabos tônicos.

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