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QUANDO A COMIDA SAI DO LIXO

A culinária do lixo


    Cerca de três mil pessoas do Distrito Federal alimentam-se do que é jogado fora nos contêineres dos supermercados e nas lixeiras das casas. Quem revira os restos sente vergonha da atividade e se diz cansado de pedir comida.


    Faltam 15 minutos para as quatro da tarde e só agora será servido o almoço na casa da pernambucana Maria Zélia da Silva, 44 anos. Faz silêncio no local. O único barulho que se ouve é o choro de Luciano Alves, 7 anos. Caçula de seis irmãos, a criança chora porque não aguenta mais esperar pela refeição.

    As panelas acabaram de sair do fogão e a comida está quente. Na mesa, há carne cozida, feijão e arroz. Salada de repolho, cenoura e couve-flor, além de frutas, como manga, mamão e banana. Como sobremesa será servido iogurte de morango. O cardápio seria saudável, se não fosse um porém: os ingredientes servidos na casa de Zélia não foram comprados na feira nem no supermercado. Saíram todos de três contêineres de lixo, do Guará e do Cruzeiro.

    No Distrito Federal, pelo menos três mil pessoas comem alimentos de lixo. O levantamento é do engenheiro florestal Benício de Melo Filho. Ele defendeu uma tese de mestrado na Universidade de Brasília (UnB), no ano passado, sobre o valor econômico e social daquilo que se joga fora. Benício não direcionou seu trabalho para a questão dos alimentos, mas ressalta que as pessoas que vivem do lixo se alimentam na mesma fonte. “Os catadores levam todo tipo de comida para casa. Carne, queijo, refrigerante, frutas e legumes. Nada é desperdiçado”, descreve em seu trabalho.

    Maria Zélia veio do município de Petrolândia (PE) para o DF no ano passado com toda a família. Buscava emprego. Não conseguiu vaga nem de diarista em casa de família e optou por sair pelas ruas remexendo lixo. “A gente cata papelão para vender. Mas não tem como sobreviver disso. Para meus filhos não passarem fome, comecei a pegar alimentos do lixo”, conta. De cabeça baixa, Zélia assume que sente vergonha de revirar o lixo em busca de comida. “Na minha terra, pobre não faz isso. Já pensou se meus parentes lá de Pernambuco ficam sabendo que eu vim para Brasília comer lixo?”


Fonte: CAMPBELL, Ulisses. Correio Web, Correio Braziliense, 24 fev. 2002 / http://www.coreioweb.com br

Analise as alternativas e marque a CORRETA quanto à tipologia textual.
Alternativas

Comentários

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Que triste esse Brasil.

Narração: Sua principal característica é contar uma história, real ou não, geralmente situada em um tempo e espaço, com personagens, foco narrativo, clímax, desfecho, entre outros elementos. Os gêneros que se apropriam da estrutura narrativa são: contos, crônicas, fábulas, romance, biografias etc.

Descrição: Têm por objetivo descrever objetiva ou subjetivamente coisas, pessoas ou situações. Os gêneros que se apropriam da estrutura descritiva são: laudo, relatório, ata, guia de viagem etc. Também podem ser encontrados em textos literários por meio da descrição subjetiva.

GABARITO: B

Em que parte do texto pode ser mais evidênciada a descrição?w

Na minha análise predoimnou Narração e Argumentação.

Pedi comentário da questão e enviei meus argumentos.

Recomendo que façam o mesmo.

 

O texto possui marcas de narração e descrição:

 

Narração:

Cerca de três mil pessoas do Distrito Federal alimentam-se do que é jogado fora nos contêineres dos supermercados e nas lixeiras das casas. Quem revira os restos sente vergonha da atividade e se diz cansado de pedir comida.

 

 

 

 

Descrição:

As panelas acabaram de sair do fogão e a comida está quente. Na mesa, há carne cozida, feijão e arroz. Salada de repolho, cenoura e couve-flor, além de frutas, como manga, mamão e banana.

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