Na conversa que manteve com o motorista do táxi, o autor fir...
Conversa sobre o liberalismo
O liberalismo promoveu uma ideia curiosa: para fazer a felicidade de todos (ou, ao menos, da maioria), não seria necessário decidir qual é o bem comum e, logo, impor aos cidadãos que se esforçassem para realizá-lo. Seria suficiente que cada um se preocupasse com seus interesses e seu bem-estar. Essa atitude espontânea garantiria o melhor mundo possível para todos. Afinal, nenhum malandro seria tolo a ponto de perseguir seu interesse particular de maneira excessiva, pois isso comprometeria o bem-estar dos outros e produziria conflitos que reverteriam contra o suposto malandro.
Ora, o liberalismo, aparentemente, pegou pra valer. Não paro de encontrar pessoas convencidas de que, cuidando só de seus interesses, elas, no mínimo, não fazem mal a ninguém. O caso seguinte ilustra o que digo.
Converso com o moço que dirige o táxi. Falamos de perspectivas políticas. Ele está indignado com a corrupção das altas e das baixas esferas da política, convencido de que, não fossem os ladrões, o país avançaria e resolveríamos todos os nossos problemas. Concordo, mas aponto que, mesmo calculando generosamente, o dinheiro que some na corrupção não seria suficiente para mudar o Brasil. Sem dúvida, deve ser bem inferior ao dinheiro que o governo deixa de arrecadar por causa da sonegação banal: rendas não declaradas, notas fiscais que só aparecem sob pedido e por aí vai. Pergunto-lhe então quanto ele paga de Imposto de Renda. Ganho a famosa resposta: “Não adianta pagar, porque nada volta para a gente.” Alego que não adianta esperar que algo volte se a gente não paga.
(Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2004, p. 252-253)
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Comentários
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Gabarito= Item E
Trecho: Alego que não adianta esperar que algo volte se a gente não paga.
Bons estudos!
esta questão é bem interessante pois se não prestarmos atenção que a questão pede um trecho na conversa com o motorista, ou seja, o único paragrafo em que ha uma conversa com o motorista é no 3º paragrafo.
Na conversa que manteve com o motorista do táxi, o autor firmou uma posição pessoal, representada no segmento
A) nenhum malandro seria tolo a ponto de perseguir seu interesse particular de maneira excessiva (1° parágrafo).
aqui de fato ele mostra seu ponto de vista, no entanto não faz parte do trecho em que ele conversa com o motorista
B) isso comprometeria o bem-estar dos outros (1° parágrafo).
mesma coisa da letra A
C) Falamos de perspectivas políticas (3° parágrafo).
não mostra ponto de vista.
D) não fossem os ladrões, o país avançaria e resolveríamos todos os nossos problemas (3° parágrafo)
este trecho ñ pertence a fala do autor e sim do motorista.
E) não adianta esperar que algo volte se a gente não paga (3° parágrafo).
de fato este é o gabarito, visto que além de ser a fala do autor está localizada no paragrafo da dialogo com o motorista
GABARITO E
Leia o enunciado da questão, deixa de ser automático.
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