O advento do Plano Real (1994), no Brasil, trouxe consigo a ...

Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Q937509 Economia
O advento do Plano Real (1994), no Brasil, trouxe consigo a alteração da política cambial do país, quando o governo adota a denominada
Alternativas

Gabarito comentado

Confira o gabarito comentado por um dos nossos professores

Questão que trata do Plano Real, tema de economia brasileira mais recorrente nos concursos. Vamos verificar as alternativas:

A) CERTA: A âncora cambial foi uma das estratégias para que o Plano Real fosse bem sucedido, consistia em manter a moeda nacional sobrevalorizada frente ao Dólar, esse câmbio valorizado, por sua vez, estimulava as importações e desestimulava as exportações, fazendo com que a oferta interna se elevasse, pressionando os preços para baixo;

B) ERRADA: Este é um mito existente sobre o Plano Real, pois, praticamente, não houve paridade fixa de 1 para 1 entre o Real e o Dólar americano, apenas a manutenção de um câmbio valorizado. Inclusive, esta é uma "pegadinha" que as bancas adoram;

C) ERRADA: A livre flutuação - na verdade, flutuação suja - foi implementada muito depois do início do Plano Real em 1999, somente após as sucessivas crises internacionais (México, Tigres Asiáticos, Rússia e, por fim, Brasil);

D) ERRADA: Não houve "indexação anual das desvalorizações", como dito, na verdade, o câmbio foi mantido valorizado para ajudar no combate à inflação;

E) ERRADA: Mais uma vez, a tônica foi de valorização cambial durante boa parte da vigência do Plano Real, a moeda nacional só foi maxidesvalorizada em 1999 após a crise cambial brasileira.

GABARITO DO PROFESSOR: LETRA A.

Clique para visualizar este gabarito

Visualize o gabarito desta questão clicando no botão abaixo

Comentários

Veja os comentários dos nossos alunos

O termo âncora cambial encerra a utilização de uma variável econômica – o câmbio – como mecanismo de controle de preços (inflação). Em uma economia, digamos, “normal”, a taxa de câmbio, isto é, o preço da moeda local frente a outras moedas, reflete o valor do dinheiro do país, considerados, principalmente, a taxa de inflação doméstica, a produtividade da economia e também a credibilidade do governo quanto à garantia do poder de compra da moeda.

No entanto, a taxa de câmbio pode ser manipulada pelo governo. Basta, para isso, que ele intervenha no mercado. Se ele compra moeda estrangeira, força, por conseqüência, a desvalorização da moeda nacional. Isso porque a moeda estrangeira (normalmente o dólar) passa a ser um produto mais escasso. E, segundo a lei da oferta e da procura, quanto menos produto (moeda) no mercado, maior o seu preço. Por outro, quando o Governo vende moeda estrangeira, o efeito é justamente o inverso. O preço do dólar cai, pelo aumento da oferta, e o preço da moeda local sobe em relação a ela. Nos dois casos, a taxa de câmbio deixa de ser reflexo das condições macroeconômicas do país para ser uma variável controlada pelo Governo.

Quando o Plano Real foi instituído, temia-se que a cultura de reajustes quase semanais de preço pusesse tudo a perder. Que fez o Governo? Interveio de forma maciça no câmbio, levando, no limite, o dólar a valer menos de R$ 1 no início do plano (chegou a até R$ 0,82). Isso teve dois efeitos imediatos. Primeiro, tornou os preços de produtos importados mais baratos, de forma a inibir o aumento de seus similares nacionais. Segundo, mitigou o aumento dos preços vinculados a alguns índices de preço sensíveis à variação do dólar, como o IGP-M. Isso diminuiria os aumentos dos aluguéis e de alguns preços públicos, como a tarifa de energia.

Justamente pelo efeito de “segurar”, ainda que de forma indireta, os preços da economia, dá-se ao uso do câmbio para esse fim o nome de “âncora cambial”.

O problema, como todo mundo veio a descobrir mais tarde, é que a âncora cambial traz efeitos colaterais nefastos para a economia em geral. Primeiro, destrói o parque industrial do país em duas frentes: nas vendas internas e nas exportações, pelo aumento relativo dos preços praticados. Segundo, pelo aumento exponencial das importações, a balança comercial se desequilibra, abrindo um rombo nas contas externas. Com isso, o país começa a ficar cada vez mais dependente de entrada de dólares para manter equilibrado o balanço de pagamentos. 

 

fonte: https://blogdomaximus.com/2013/02/08/a-ancora-cambial/

Clique para visualizar este comentário

Visualize os comentários desta questão clicando no botão abaixo