A tabela abaixo informa dados sobre tipos de arranjo fam...

A transformação dos arranjos familiares no Brasil entre 1970 e 2000 reflete profundas mudanças sociais e culturais ocorridas nesse período. Essas transformações são resultado de diversos fatores, incluindo a urbanização acelerada, a crescente participação das mulheres no mercado de trabalho, e o aumento da escolaridade. Esses fatores contribuíram para a diversificação dos formatos familiares, como a ampliação das famílias chefiadas por mulheres, a diminuição do número de filhos por família, e o crescimento das uniões informais e das famílias monoparentais.

 

Ao longo desse período, a família nuclear tradicional — composta por um casal e seus filhos —, embora ainda predominante, experimentou uma relativa redução em termos de proporção no conjunto dos arranjos familiares. Isso ocorreu em paralelo ao aumento de outros tipos de arranjos familiares, como as famílias recompostas e as famílias chefiadas por mulheres. No entanto, apesar dessas mudanças, a família nuclear permaneceu como o tipo de arranjo mais comum, mostrando a resiliência desse modelo mesmo em face das mudanças sociais.

 

A análise econômica e política do período revela que essas mudanças nos arranjos familiares também estão conectadas a políticas públicas e aos debates sobre o papel da família na sociedade. O fortalecimento das políticas de igualdade de gênero e a ampliação dos direitos sociais contribuíram para a maior autonomia das mulheres e para a diversificação dos arranjos familiares. Além disso, as transformações econômicas e as crises do final do século XX também tiveram impacto sobre as famílias, levando a mudanças na estrutura familiar como estratégias de adaptação às novas realidades socioeconômicas.

 

A) Incorreto. A participação das mulheres no comando dos lares aumentou significativamente, refletindo mudanças sociais, como maior escolarização e inserção no mercado de trabalho.

 

B) Incorreto. Embora novos formatos familiares tenham emergido, como uniões homoafetivas, o período não foi marcado pelo predomínio desses novos formatos, e sim pela diversificação dos arranjos.

 

C) Correto. Houve uma redução relativa da família nuclear tradicional, mas ela ainda se manteve como a forma de arranjo familiar mais comum no Brasil.

 

D) Incorreto. As relações de parentesco continuaram a ser uma base importante para os arranjos familiares, ainda que novos formatos tenham surgido.

 

As mudanças nos arranjos familiares no Brasil entre 1970 e 2000 refletem um processo complexo de transformações sociais, econômicas e culturais, onde a diversidade familiar se amplia, mas sem substituir completamente a predominância da família nuclear. Esse fenômeno demonstra a importância de entender o contexto histórico e social na análise dos dados demográficos.

 

Resposta: C 

Gabarito do Professor: C

 

Referências:

 

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2000: Características da População e dos Domicílios. Rio de Janeiro: IBGE, 2001.

 

ARAUJO, Clara; SCALON, Celi. "Gênero, família e trabalho no Brasil". Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 19, nº 54, 2004. 

Gabarito C

Não pode ser a A) pois não se percebe estagnação na participação das mulheres.
sobre a B) não se cita, nesta análise, novos formatos familiares.
e a D), não houve diminuição nos arranjos baseado em parentesco.

Resposta: Letra c

Sem dúvidas, no Brasil a família nuclear tradicional continua sendo majoritária, embora venha apresentando uma redução gradativa ao longo das décadas, cedendo lugar a outros tipos de família não convencionais. 

Família nuclear? Nunca tinha ouvido falar nisso.