O que o autor entende por "a última trincheira da escravidão"?
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Ano: 2024
Banca:
ADM&TEC
Órgão:
Prefeitura de São Luís do Quitunde - AL
Prova:
ADM&TEC - 2024 - Prefeitura de São Luís do Quitunde - AL - Assistente Social |
Q3197869
Não definido
Texto associado
Leia o texto a seguir.
Uma revolução educacionista para completar a Abolição
"O novo livro de Cristovam Buarque, A última trincheira da
escravidão, inscreve-se na melhor tradição de pensadores
que souberam projetar o Brasil para além do imediato. Diante
da nossa imoral desigualdade social, todos ficam tentados a
discutir políticas sociais de efeito imediato. Trata-se de
aliviar o sofrimento de milhões de brasileiros. O quanto
antes. Mas isso não nos deveria eximir de pensar o médio e
o longo prazos. E imaginar mudanças para que o nosso
desenvolvimento corrija o atraso, a pobreza e a exclusão. Só
assim teremos um projeto de país.
(…)
Quem tem o privilégio de ler esse seu livro, logo se convence
da importância da cruzada de Cristovam por uma revolução
educacionista. Imaginar um Brasil desenvolvido e
socialmente justo depende de uma condição essencial: uma
educação básica de qualidade com acesso equitativo para
ricos e pobres. Nesse livro, Cristovam mostra que o acesso
equitativo à escola de qualidade é o principal vetor do
desenvolvimento. Mais do que um mero investimento ou
política social. E apresenta uma proposta consistente de um
Sistema Único Nacional Público para a educação de base.
O mapa para alguém ser livre é a escola quem dá. Sem a
educação de qualidade, ninguém pode saber o caminho para
viver livremente na contemporaneidade. Somente no século 21, o Brasil começou a matricular todos na escola. Mas em
escolas desiguais. Aí surge a última trincheira da escravidão:
a dualidade da escola-senzala e da escola-casa-grande.
(...)
Os descendentes sociais dos escravizados estão nas
escolas de baixa qualidade. Sem acesso ao aparato básico
para exercer uma cidadania plena no novo mundo digital.
Eles são a vasta maioria do povo brasileiro. Já para os
descendentes sociais dos escravocratas, este triste país
garante escolas de nível internacional e lhes proporciona
uma formação com todas as ferramentas do conhecimento
necessárias para trabalhar e empreender no novo ambiente
tecnológico."
(Trecho de artigo de opinião escrito por Maurício Rands,
publicado no Correio Braziliense, em 16/02/2023.) Acesso
em 25AGO2024
Disponível em:
https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2023/02/50
74060-artigo-uma-revolucao-educacionista-paracompletar-a-abolicao.html
O que o autor entende por "a última trincheira da
escravidão"?