“Dinheiro é a coisa mais importante do mundo.” (2º§) Nessa f...
Texto
Os pobres homens ricos
Um amigo meu estava ofendido porque um jornal o chamou de boa‐vida. Vejam que país, que tempo, que situação! A vida deveria ser boa para toda gente, o que é insultuoso é que o seja apenas para alguns.
“Dinheiro é a coisa mais importante do mundo.” Quem escreveu isso não foi nenhum de nossos estimados agiotas. Foi um homem que a vida inteira viveu de seu trabalho, e se chamava Bernard Shaw. Não era um cínico, mas um homem de vigorosa fé social, que passou a vida lutando, a seu modo, para tornar melhor a sociedade em que vivia – e em certa medida o conseguiu. Ele nos fala de alguns homens ricos:
“Homens ricos e aristocratas com um desenvolvido senso de vida – homens como Ruskin, Willian Morris, Kropotkin – têm enormes apetites sociais… não se contentam com belas casas, querem belas cidades… não se contentam com esposas cheias de diamantes e filhas em flor; queixam‐se porque a operária está malvestida, a lavadeira cheira a gim, a costureira é anêmica, e porque todo homem que encontra não é um amigo e toda mulher não é um romance… sofrem com a arquitetura do vizinho…”
Esse “apetite social” é raríssimo entre os nossos homens ricos; a não ser que “social” seja tomado no sentido de “mundano”. E nossos homens de governo têm uma pasmosa desambição de governar.
Vi, há tempo, um conhecido meu, que se tornou muito rico, sofreu horrorosamente na hora de comprar um quadro. Achava o quadro uma beleza, mas como o pintor pedia tantos contos ele se perguntava, e me perguntava, e perguntava a todo mundo se o quadro “valia” mesmo aquilo, se o artista não estaria pedindo aquele preço por sabê‐lo rico, se não seria “mais negócio” comprar um quadro de fulano. Fiquei com pena dele, embora saiba que numa noite de jantar e boate ele gaste tranquilamente aquela importância, sem que isso lhe dê nenhum prazer especial. Fiquei com pena porque realmente ele gostava do quadro, queria tê‐lo, mas o prazer que poderia ter obtendo uma coisa ambicionada era estragado pela preocupação do negócio. Se não fosse pelo pintor, que precisava de dinheiro, eu o aconselharia a não comprar.
Homens públicos sem sentimento público, homens ricos que são, no fundo, pobres‐diabos – que não descobriram que a grande vantagem real de ter dinheiro é não ter que pensar a todo momento, em dinheiro…
(BRAGA, Rubem. 200 Crônicas escolhidas. 31ª Ed. – Rio de Janeiro: Record, 2010.)
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GABARITO: LETRA D
? ?Dinheiro é a coisa mais importante do mundo.? (2º§)
? No superlativo relativo de superioridade a intensificação é feita em relação a todos os demais seres do conjunto (estabelece relação superlativa de superioridade (o ?mais? ou o ?maior? se comparado com todos os outros do grupo)).
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? FORÇA, GUERREIROS(AS)!!
O superlativo relativo compara um elemento a um grupo.
No gabarito D, o dinheiro é considerado o mais importante em comparação a outras coisas no mundo.
Grau do Adjetivo
a) Comparativo: comparação entre dois ou mais seres.
-De Igualdade: Este caminho é tão longo quanto aquele.
-De Inferioridade: Este caminho é menos longo que aquele.
-De Superioridade: Este caminho é mais longo que aquele.
b) Superlativo Relativo: compara um ser a outros seres.
-De Inferioridade: Ele é o menos fraco do grupo.
-De Superioridade: Dinheiro é a coisa mais importante do mundo.
c) Superlativo Absoluto: intensifica a característica de um ser sem comparação com outros seres.
-Analítico: intensifica com advérbio de intensidade.
Ex: Este aparelho é muito fraco.
-Sintético: intensifica com o acréscimo de sufixo ao adjetivo.
Ex: Este aparelho é fraquíssimo.
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