Não há uso de verbo defectivo em: 

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Q2045350 Português
URUBUS E SABIÁS
(Rubem Alves)

Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes cantores.

E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamam de Vossa Excelência. Tudo ia muito bem até que a doce tranquilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas para os sabiás... Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito.

— Onde estão os documentos dos seus concursos? E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem. Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam simplesmente...

— Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem.

E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás...”.

MORAL: Em terra de urubus diplomados não se houve canto de sabiá.
Não há uso de verbo defectivo em: 
Alternativas

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Vamos analisar a questão proposta, que trata do uso de verbos defectivos. Verbos defectivos são aqueles que não são conjugados em todas as formas ou tempos verbais, geralmente por questões de eufonia (sonoridade) ou por serem pouco utilizados em certas pessoas gramaticais.

Na questão, é pedido que identifiquemos a alternativa onde não há uso de um verbo defectivo. Vamos analisar cada uma delas:

A - Em Bariloche neva muito.
O verbo nevar é um verbo defectivo, pois não é conjugado em todas as pessoas e tempos. Por exemplo, não se usa "eu nevo", "tu nevas", etc. É conjugado apenas em algumas formas impessoais, como "neva".

B - Havia muitos assaltos onde eu morava.
O verbo haver, no sentido de existir, é defectivo. É conjugado apenas em terceira pessoa, como "há", "havia", etc.

C - Faz dez anos que eu não o vejo.
O verbo fazer, quando indica tempo, também é defectivo. Assim como haver, é conjugado em terceira pessoa, como "faz", "fez", etc.

D - Trovejou durante todo o dia.
O verbo trovejar é considerado defectivo, principalmente usado na forma impessoal "troveja", "trovejou".

E - Joana já havia limpado a cozinha quando eu entrei.
Aqui encontramos o verbo haver, mas ele é usado como auxiliar na formação de tempos compostos (havia limpado). Neste caso, ele não é defectivo, pois desempenha o papel de auxiliar, e a conjugação ocorre com o verbo principal, que é limpar.

Alternativa correta: E. Nesta alternativa, o verbo haver é usado como auxiliar, e o verbo principal limpar não é defectivo.

Agora que você compreendeu o conceito de verbos defectivos e sua aplicação, ficará mais fácil identificá-los em outras questões. Pratique e revise sempre que possível!

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A

Em Bariloche neva muito.

VERBO DEFECTIVO

B

Havia muitos assaltos onde eu morava.

VERBO DEFECTIVO

C

Faz dez anos que eu não o vejo.

VERBO DEFECTIVO

D

Trovejou durante todo o dia.

VERBO DEFECTIVO

E

Joana já havia limpado a cozinha quando eu entrei.

NÃO É VERBO DEFECTIVO

VERBOS DEFECTIVOS

Existem alguns verbos que não apresentam conjugação completa, ou seja, não têm todas as formas, não sendo, portanto, conjugados em determinados modos, tempos e pessoas. São os chamados verbos defectivos.

A ausência dessas formas ocorre por diferentes motivos: sons dissonantes, cacofonia, ou, até mesmo, para não confundir com outra forma verbal de uso mais frequente.

Em termos práticos, podemos dizer que há três grupos de verbos defectivos:

1) Verbos que não têm formas nas quais ao radical se seguem as vogais a ou o, o que acontece apenas no presente do indicativo, no presente do subjuntivo e no imperativo. Pertencem a este grupo os verbos: aturdir, brandir, carpir, colorir, delir, demolir, exaurir, explodir, extorquir, fremir, puir, retorquir, entre outros.

2) Verbos que se usam unicamente nas formas em que, depois do radical, vem a vogal i, como, por exemplo, os verbos: aguerrir, combalir, empedernir, esbaforir, falir, florir, fornir, entre outros.

3) Casos especiais: grassar, precaver/precaver-se e reaver.

Extorquir é um verbo defectivo, exemplar do primeiro grupo. Vejamos:

No presente do indicativo, não é conjugado na 1.a pessoa do singular (eu): _____ − Tu extorques – Ele extorque - Nós extorquimos – Vós extorquis - Eles extorquem

Observe que a forma verbal (eu) “extorco” não existe. Podemos empregar verbos de sentido equivalente: eu “arranco”, eu “tomo à força”, eu “usurpo”. Do mesmo modo, não se pode falar ele “extorca” (e sim ele extorque). Por isso, dizemos que um verbo defectivo não tem seu radical seguido de a ou o.

PESSOAL O VERBO HAVER NÃO É DEFECTIVO. ELE PODE SER CONJUGADO EM TODAS AS PESSOAS. E O MORAVA TAMBÉM. LOGO NA ALTERNATIVA HÁ 2 RESPOSTAS CORRETAS (LETRA B e E). QUESTÃO DEVE SER ANULADA!!!!!

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