... com pena deste seu pai, que nunca a teve. (último parágr...

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Q78829 Português
Rita

No meio da noite despertei sonhando com minha filha Rita. Eu a via nitidamente, na graça de seus cinco anos.
Seus cabelos castanhos - a fita azul - o nariz reto, correto, os olhos de água, o riso fino, engraçado, brusco...
Depois um instante de seriedade; minha filha Rita encarando a vida sem medo, mas séria, com dignidade.
Rita ouvindo música; vendo campos, mares, montanhas; ouvindo de seu pai o pouco, o nada que ele sabe das
coisas, mas pegando dele seu jeito de amar - sério, quieto, devagar.
Eu lhe traria cajus amarelos e vermelhos, seus olhos brilhariam de prazer. Eu lhe ensinaria a palavra cica, e
também a amar os bichos tristes, a anta e a pequena cutia; e o córrego; e a nuvem tangida pela viração.
Minha filha Rita em meu sonho me sorria - com pena deste seu pai, que nunca a teve.

(Rubem Braga. 200 Crônicas escolhidas. 13. ed. Rio de Janeiro. Record, 1998, p.200)

... com pena deste seu pai, que nunca a teve. (último parágrafo)

O pronome relativo grifado na frase acima está também presente na seguinte frase:
Alternativas

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A questão aborda a função morfossintática do pronome relativo "que". Vamos analisar como a palavra "que" funciona nas alternativas e identificar a correta.

O enunciado pede que identifiquemos uma frase em que o "que" atua como pronome relativo, assim como na frase inicial: "... com pena deste seu pai, que nunca a teve." Nesse caso, o "que" retoma "pai", exercendo a função de sujeito da oração subordinada adjetiva.

Alternativa C: "Tornou-se difícil encontrar nos jornais crônicas que não tenham como tema a política ou a economia, isto é, crônicas propriamente ditas."

Aqui, o "que" é um pronome relativo e retoma "crônicas", cumprindo a mesma função do exemplo dado, ligando duas orações e introduzindo uma oração subordinada adjetiva.

Análise das alternativas incorretas:

Alternativa A: "Com frequência, o sonho nada mais é que a realização de nossos mais recônditos desejos."

Nesta frase, "que" funciona como uma partícula expletiva ou de realce, e não como pronome relativo. Ele não retoma um substantivo anterior, mas destaca a ideia de que o sonho é equivalente à realização dos desejos.

Alternativa B: "É de se perguntar que outro dilema poderia ter recebido expressão poética tão saborosa..."

Aqui, "que" atua como pronome interrogativo, introduzindo uma pergunta indireta. Diferente do pronome relativo, ele não retoma um termo anterior.

Alternativa D: "Muitos já notaram que as crônicas de Rubem Braga são verdadeiros poemas em prosa."

Neste caso, "que" é uma conjunção integrante, introduzindo uma oração subordinada substantiva. Ele conecta duas ideias, mas não retoma um termo anterior.

Alternativa E: "Talvez não haja nada mais ambivalente que a maternidade ou a paternidade..."

Aqui, "que" funciona como conjunção comparativa, comparando "nada mais ambivalente" com "a maternidade ou a paternidade". Não é um pronome relativo.

Com base nas análises, a alternativa correta é a C, onde o "que" funciona como pronome relativo.

Espero que essa explicação tenha ajudado a entender as funções do "que". Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

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Comentários

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com pena deste seu pai, que nunca a teve. (o QUE retoma a palavra PAI)

 

  • CORRETA LETRA C) Tornou-se difícil encontrar nos jornais crônicas que não tenham como tema a política ou a economia, (o QUE retoma a palavra CRÔNICAS)
  • O pronome relativo sempre se refere a um substantivo. Seguindo essa regra já é possível eliminar as alternativas a) b) d) que possuem verbos antes.

    Outra técnica é substituir o “que” por "o qual/os quais” . Fazendo a substituição a letra e) é eliminada pois não faz sentido “nada mais ambivalente o qual a maternidade ou paternidade” além do que essa oração ser uma oração subordinada adverbial comparativa, o “que” no caso é uma conjunção integrante e não um pronome relativo.

    Sendo assim a única alternativa que resta é a letra C) caso em que o pronome relativo”que” se refere ao substantivo "crônicas"

    Acho que:

    A) QUE = conjunção coordenativa explicativa

    B) QUE = pronome interrogativo

    C) QUE = PRONOME RELATIVO (gabarito)

    D) QUE = pronome interrogativo

    E) QUE = conjunção subordinativa integrante.

     

    Concordam?

    GABARITO: C

    Questão de mero reconhecimento do pronome relativo.

    Podemos dizer que o ‘que’ da letra C é um pronome relativo, pois retoma o termo anterior ‘crônicas’.

    (A) Com frequência, o sonho nada mais é [que a realização de nossos mais recônditos desejos].
    Este ‘que’ não retoma termo algum anterior, tão somente liga, comoconector que é, uma oração anterior à posterior, introduzida por ele. Este ‘que’ é uma conjunção integrante. Substitua a oração por ISSO. Este é o grande bizu: “... o sonho é... ISSO”

    (B) É de se perguntar [que outro dilema poderia ter recebido expressão poética tão saborosa: “Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos, como sabê-lo?]”
    Também é uma conjunção integrante pelo mesmo motivo acima. Bizu: “ISSO é de se perguntar”.

    (D) Muitos já notaram [que as crônicas de Rubem Braga são verdadeiros poemas em prosa].
    Conjunção integrante. “Muitos já notaram ISSO”.

    (E) Talvez não haja nada mais ambivalente que a maternidade ou a paternidade, com sua teimosa mistura de risos e lágrimas.
    A estrutura “mais... que” te lembra a estrutura de comparação, certo? “Ele é mais inteligente que ela”. Portanto, este ‘que’ é uma conjunção comparativa.

    Percebeu que o vocábulo ‘que’ pode ser pronome relativo, conjunção integrante, conjunção comparativa, etc.?

    C) que= as quais

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