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Q2398360 Português
Texto

Filme Oppenheimer (2023, Christopher Nolan)


          Christopher Nolan utilizou, como base para o roteiro desta cinebiografia, o livro biográfico de J.R. Oppenheimer. A obra ganhou diversos prêmios, em especial a conquista de um Prêmio Pulitzer, na categoria “Biografia ou Autobiografia”, em 2006. A biografia do físico teórico foi escrita a quatro mãos pelos autores Kai Bird e Martin J. Sherwin, durante um período de vinte e cinco anos.
           Quando lemos ou escutamos o nome bomba atômica, é inevitável pensar, lá no início da segunda metade da década de 1940, no final da Segunda Guerra Mundial, nos ataques nucleares dos Estados Unidos da América às cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Do avião bombardeiro B-29, o “Enola Gay”, foi lançada na primeira cidade a bomba de codinome “Little Boy” (bomba de fissão de urânio), no dia 6 de agosto de 1945. Em 9 de agosto do fatídico ano, apenas três dias após o primeiro ataque nuclear da história, outro avião bombardeiro B-29 (apelidado de ‘Bockscar‘, ou ‘Bock’s Car‘) lançou sobre a segunda cidade nipônica a bomba de fissão de plutônio, apelidade de “Fat Man”.
            Essas duas bombas lançadas sobre as cidades japonesas foram as únicas até então a serem utilizadas durante uma guerra. Antes de utilizá-las para valer, os Estados Unidos conduziram o primeiro teste de arma nuclear dentro do “Projeto Manhattan”, no dia 16 de julho de 1945, no Novo México, em que foi posta em prática a experiência “Trinity”, nome da bomba de plutônio de implosão, o mesmo tipo de arma utilizada posteriormente em Nagasaki (Japão).
         Logo após a passagem da onda de choque da Experiência “Trinity”, instaurou-se a “Era Atômica”, designada “Era Nuclear”. Esse período da história – também conhecida como “Idade Atômica” – foi intensificado após a utilização em larga escala da tecnologia nuclear que culminou na destruição em massa das cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, e das milhares de pessoas mortas (cálculos conservadores estimam que até o último mês de 1945 haviam cerca de 110 mil pessoas mortas, em ambas as cidades; outros estudos calculam mais de 210 mil vidas ceifadas).
        (...) Os acontecimentos resumidos acima e seus diversos personagens fazem parte do roteiro adaptado de Christopher Nolan e estão – e são – representados na esplendorosa captação de som e imagem assinadas pela grife C. Nolan em parceria com o compositor de cinema sueco Ludwig Göransson, o diretor de fotografia holandês Hoyte van Hoytema e a constelação de superelenco, que tem como estrela mais brilhante o ator irlandês Cillian Murphy.
        A semelhança física de Murphy e seu personagem-título incrementa a sua potência interpretativa, que aliás adentra ao íntimo caótico do biografado; as cenas e imagens, em que somos os intrusos dentro da cabeça do criador da bomba atômica, captam lapsos de tensão e terror imaginados na consciência do homem diante do dilema em torno da potencialidade destrutiva que a sua criação provocará às pessoas, ao mundo e ao próprio criador um fardo do qual Chris Nolan capta profundamente nas cenas do Teste Trinity, momento em que, meio do deserto do Novo México, é detonada a primeira bomba atômica; sequência onde a junção do design de som e imagem conjugam-se concomitante.
       É claro o saber quanto ao clímax do filme, espera-se ver – e principalmente escutar – o detonar e a sequência explosiva da bomba atômica (Trinity), neste momento somos surpreendidos pela inteligência da direção à maneira como nos é transmitida a explosão, no momento derradeiro o sistema de som da sala de cinema é tomada pelo peso do silêncio perturbador, momento em que somos impactados por uma onda de consciência que imagino levar a um pensamento coletivo diante das consequências de que o sucesso do Teste Trinity causaria futuramente, tratando-se de uma arma de guerra impiedosa, de poder destrutivo capaz de aniquilar do tempo e espaço qualquer coisa ou ser. A chegada estrondosa do som oriundo da detonação da bomba atômica Trinity estremece a alma.
        Apesar de achar os longínquos 180 minutos de duração, essas 3 horas de filme transcorrem imperceptíveis no tempo, o banheiro e o bocejo ficam para segundo plano, no transcorrer dos créditos finais, graças à inquestionável qualidade técnica e narrativa já tantas fezes aprovadas em produções anteriores assinadas por Nolan & Cia.
         Albert Einstein é o gênio da física que se faz presente na biografia de J. Robert Oppenheimer, sua participação é pontual e em ação transmite carisma através da interpretação de Tom Conti. Para mim, caso no futuro venha ser produzido cinebiografia do pai da Teoria da Relatividade, o ator deve repetir o seu personagem. Ainda neste bloco, faço questão de trazer à tona outros atores que merecem os elogios devido a excepcional prestação de serviço executada em cena: Florence Pugh como Jean Tatlock, Emily Blunt como Kitty Oppenheimer, Josh Hartnett como Ernest Lawrence, Kenneth Branagh como Niels Bohr, Matt Damon como Leslie Groves e uma das melhores performances dele, Robert Downey Jr. como Lewis Strauss.
       Os envolvidos no departamento de som merecem os aplausos, pois um dos quesitos técnicos de maior destaque cai sobre os ombros dos profissionais responsáveis pelo departamento design de som. As diversas explosões de bombas ouvidas ao longo do filme são sentidas com tamanha perfeição sonora que quem escuta chega até a esboçar uma reação de tapar os ouvidos tamanho é o realismo do som. (...)
       Os diálogos carregados em meio a toda tensão nos entregam interpretações de uma régua de qualidade artística no patamar das mais elevadas; o dilema moral está no centro do filme, raciocínio perturbador que ocupa um espaço significativo dentro da cabeça brilhante de J. Robert Oppenheimer, todo o seu conhecimento teórico de mecânica quântica e física é materializado na bomba atômica. Nos minutos finais do filme, várias questões que incluem jogo político, traição, conspiração, investigação e julgamento ficam claras e totalmente expostas dentro e fora de Los Alamos. (...)
        Dentro do roteiro desta produção, surgem várias frases de efeitos, muitas delas já ouvidas pelo público em geral, que causam impacto quando vistas e ouvidas, muitas são verdadeiros estopins para reflexões filosóficas sobre o futuro do mundo após a invenção bélica, causa de interesse principal de muitas pessoas em assistir a esta produção épica. Dessas frases, destaco a fala de J. Robert Oppenheimer: “Agora eu me tornei a Morte, a destruidora de mundos”.
        Na cena final, é perceptível o peso do mundo jogado com todas as forças sobre as costas do “pai da bomba atômica”, junto do seu “descarte”, por parte do governo estadunidense, uma vez comprovada o sucesso do nascimento do seu “filho”. É devastador ver através da expressão final de J. Robert Oppenheimer a visão dele quanto ao futuro do mundo. (...) 



 Disponível em https://www.leiaeassista.com.br/resenha-do-filme-oppenheimer-2023-christopher-nolan/.Adaptado
Analise o trecho a seguir, retirado do Texto:Nos minutos finais do filme, ¹várias questões que incluem jogo político, ² traição, ² conspiração,² investigação e julgamento ficam claras e totalmente expostas dentro e fora de Los Alamos.”.
Assinale a alternativa correta que indica os respectivos motivos para utilização das vírgulas empregadas nas situações 1 e 2. 
Alternativas

Gabarito comentado

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A alternativa correta é a letra B.

Vamos entender por que cada uma das alternativas está correta ou incorreta.

Alternativa B: "1. Adjunto adverbial deslocado. 2. Termos que exercem a mesma função sintática."

A alternativa B está correta porque:

1. Adjunto adverbial deslocado: No trecho "Nos minutos finais do filme", temos um adjunto adverbial indicando tempo que está deslocado no início da oração. A vírgula é usada para separar esse adjunto adverbial do restante da oração, garantindo a clareza da frase.

2. Termos que exercem a mesma função sintática: As vírgulas entre "político," "traição," "conspiração," "investigação e julgamento" separam termos de uma mesma função sintática, ou seja, são todos substantivos que fazem parte de uma enumeração. Esses termos estão listados como objetos diretos da oração.

Alternativas incorretas:

Alternativa A: "1. Oração intercalada no meio de outra oração. 2. Termos da mesma classe gramatical."

Esta alternativa está incorreta porque:

1. Oração intercalada no meio de outra oração: Não há uma oração intercalada no trecho "Nos minutos finais do filme". O que temos é um adjunto adverbial deslocado.

2. Termos da mesma classe gramatical: Embora os termos "político," "traição," "conspiração," "investigação e julgamento" sejam da mesma classe gramatical (substantivos), a justificativa correta seria que eles exercem a mesma função sintática, o que é mais específico.

Alternativa C: "1. Adjunto adnominal deslocado. 2. Oração coordenada sindética explicativa."

Esta alternativa está incorreta porque:

1. Adjunto adnominal deslocado: No trecho "Nos minutos finais do filme", o que temos é um adjunto adverbial e não um adjunto adnominal. Adjunto adnominal modifica um substantivo, enquanto adjunto adverbial modifica um verbo, um adjetivo ou outro advérbio, indicando circunstâncias como tempo, lugar, modo, etc.

2. Oração coordenada sindética explicativa: As vírgulas no segundo caso separam termos coordenados que exercem a mesma função sintática, não são orações coordenadas sindéticas explicativas.

Alternativa D: "1. Aposto. 2. Separação de orações coordenadas assindéticas."

Esta alternativa está incorreta porque:

1. Aposto: O trecho "Nos minutos finais do filme" não é um aposto, é um adjunto adverbial deslocado.

2. Separação de orações coordenadas assindéticas: As vírgulas no segundo caso não estão separando orações coordenadas assindéticas, mas sim termos que exercem a mesma função sintática.

Conclusão: A pontuação é um recurso essencial para a clareza e a coesão do texto, e entender a função de cada vírgula nos ajuda a perceber a estrutura e o significado das frases. No caso do adjunto adverbial deslocado e da enumeração de termos com a mesma função sintática, a vírgula é a ferramenta que garante a correta interpretação do texto.

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Comentários

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A vírgula é opcional depois de adjunto adverbial deslocado que tenha até três palavras. Use a vírgula para destacar a informação do adjunto adverbial:

Hoje, todos os envolvidos na criação e os que nele trabalharam e trabalham têm motivo de sobra para comemorar — disse o senador.

 

No país, foram eleitos 77 prefeitos e 1.204 vereadores filiados ao partido, o que representa crescimento de 42,9% e de 54,4% com relação a 2008, respectivamente.

 

Na terça-feira, a comissão temporária que examina a modernização do Código de Defesa do Consumidor (CDC) debateu a necessidade de regras para publicidade infantil.

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