Leia as reflexões colocadas por E. Hobsbawn: “O elemento de...
“O elemento demoníaco na acumulação capitalista, a busca ininterrupta e a busca de mais, além dos cálculos da racionalidade ou do propósito, a necessidade ou os extremos do luxo, tudo isso os encantava. Alguns de seus heróis mais característicos, Fausto e Don Juan, compartilhavam essa insaciável ganância com os bucaneiros do mundo dos negócios dos romances de Balzac.”
Fonte: HOBSBAWN, Eric. A Era das Revoluções. Paz e Terra, 2013, p. 281.
As articulações propostas por Hobsbawn, ao referenciar-se sobre a condição da humanidade moderna, implica considerar que
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Vamos entender melhor a questão e suas alternativas.
Alternativa correta: A
A alternativa A está correta porque ela reflete a análise de Eric Hobsbawm sobre a modernidade e o capitalismo, conforme descrito no texto. O autor aborda como a Revolução Liberal e o surgimento do Estado Moderno levaram a humanidade a novos valores centrados no progresso individual e na busca de sucesso e riqueza. Esses elementos são fundamentais para entender o espírito capitalista descrito por Hobsbawm, que é marcado pela busca incessante por mais, além dos limites racionais.
Analisando as alternativas incorretas:
Alternativa B - Esta alternativa está incorreta porque sugere que a sociedade se desapega do poder econômico em face dos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. No entanto, Hobsbawm argumenta justamente o contrário: o capitalismo intensificou a busca por riqueza e poder econômico, não o desapego.
Alternativa C - Esta alternativa está incorreta porque propõe que o humanismo e o senso de solidariedade e coletividade ocupam o centro das ações sociais. A análise de Hobsbawm destaca a ganância e a busca incessante por riqueza, o que está em desacordo com a ideia de um novo papel ontológico focado na solidariedade.
Alternativa D - Esta alternativa também está incorreta porque, embora reconheça a superficialidade dos valores ligados à produção de riqueza e ao ritmo acelerado das cidades, falha ao considerar que não se realiza na prática um grande projeto de coletividade. Hobsbawm não discute a ausência de projetos de coletividade, mas sim a predominância da lógica capitalista e individualista.
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Comentários
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A) “Com a Revolução Liberal e o surgimento do Estado Moderno, a humanidade voltou-se a novos valores, no qual o progresso do indivíduo e o alcance de altas posições simbolizam a realização maior.”
- Essa alternativa aborda um aspecto central do capitalismo e da era moderna que Hobsbawm reconhece em "A Era das Revoluções": a exaltação do progresso individual e da ascensão social. O liberalismo econômico e a Revolução Industrial abriram possibilidades para que indivíduos — independentemente de suas origens — pudessem buscar, através do trabalho e do esforço pessoal, maiores oportunidades, posições de destaque e acumulação de capital. Esse processo estava intrinsecamente ligado a novos valores, como o sucesso financeiro e o prestígio pessoal, que passaram a ser vistos como o ápice da realização humana.
- Para Hobsbawm, a Revolução Industrial e o capitalismo marcaram um ponto de inflexão na sociedade, deslocando o foco dos valores coletivos e tradicionais para o progresso individual e a competição. A sociedade passou a valorizar o empreendedorismo, a ambição, e a capacidade de alcançar novas alturas sociais e econômicas. Ele descreve figuras como Fausto e Don Juan como metáforas para essa nova mentalidade: personagens que simbolizam a busca incessante por mais, rompendo com limites sociais e morais em nome da satisfação pessoal.
- Em suma, a alternativa A reflete essa mudança fundamental: o sucesso individual e o progresso material tornaram-se o objetivo principal de muitos, simbolizando a "realização maior" dentro de uma nova ordem social. Mesmo que Hobsbawm critique o materialismo e a ganância exacerbada, ele reconhece que esses novos valores individuais vieram para caracterizar a modernidade e moldaram profundamente a visão de sucesso e progresso que domina o capitalismo.
B) “A sociedade passa a se desapegar cada vez mais do poder econômico, uma vez que os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade modificam substancialmente as determinações sociais contidas no seio do referencial de sucesso.”
- Incorreta. Hobsbawm descreve a modernidade capitalista justamente como uma fase em que o poder econômico se intensifica, e o acúmulo de riqueza se torna ainda mais central para a sociedade. Mesmo com a ascensão dos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, o contexto descrito por Hobsbawm aponta para uma expansão dos valores materialistas e econômicos. O capitalismo e o liberalismo fortalecem o desejo pela acumulação de riquezas, e as estruturas de poder tornam-se cada vez mais ligadas ao controle econômico e à busca por mais.
[continua...]
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