Sabe-se que João Paulo melhorou da pneumonia, estava afebril...
O caso clínico a seguir contextualiza a questão. Leia-o atentamente.
João Paulo, 75 anos, evidencia longa história de tabagismo, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e não adesão ao
tratamento farmacológico; apresentou dispneia progressiva e febre há dois dias. Seus sinais vitais são pressão arterial 140
x 90 mmHg; frequência cardíaca (FC) 122 bpm; FR 32/min; e, temperatura 37,5° C. Apresentava tosse produtiva. Em uso
da musculatura respiratória acessória com sibilos difusos bilaterais. Estava alerta, mas sem a capacidade de falar frases
completas. A gasometria arterial apresentava: pH: 7,25; PaO2: 57mmHg; PaCO2: 62mmHg. Uma radiografia de tórax evidenciou imagem de consolidação em lobo inferior direito. Iniciou terapia broncodilatadora e esteroides venosos e oxigenoterapia com cateter nasal. Foram coletadas hemocultura e cultura de secreção traqueal e iniciada antibioticoterapia.
Foi colocado em VNI e, por ter evoluído com piora do quadro (taquipneia, diminuição do sensório), sedado, intubado e colocado
em ventilação invasiva.
Gabarito comentado
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A alternativa correta é a alternativa D: "Autonomia ventilatória e PaO2 > 60 mmHg com PEEP < 5 cmH2O".
A questão aborda o processo de desmame de ventilação mecânica em um paciente com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) que evoluiu com pneumonia e foi submetido à ventilação invasiva devido à insuficiência respiratória aguda. Para resolver a questão, é necessário entender os parâmetros clínicos que indicam a aptidão de um paciente para ser submetido ao teste de respiração espontânea (TRE) e, potencialmente, ser desmamado da ventilação mecânica.
Agora, vamos justificar a alternativa correta e explicar as demais alternativas:
Alternativa D: A autonomia ventilatória e PaO2 > 60 mmHg com PEEP < 5 cmH2O são parâmetros importantes para considerar o desmame. Esses parâmetros indicam que o paciente tem uma capacidade de manter uma oxigenação adequada sem um suporte ventilatório elevado, sugerindo que ele pode tolerar a respiração espontânea. Esses critérios são amplamente aceitos na prática clínica.
Alternativa A: Saturação venosa de oxigênio > 50% não é um parâmetro padrão utilizado isoladamente para indicar a aptidão para o TRE. A saturação venosa de oxigênio (SvO2) pode fornecer informações sobre o equilíbrio entre oferta e consumo de oxigênio, mas não é específica o suficiente para guiar o desmame ventilatório.
Alternativa B: PaCO2 < 60 mmHg e estabilidade hemodinâmica são importantes, mas o PaCO2 sozinho não é suficiente para considerar o desmame. Pacientes com DPOC frequentemente apresentam PaCO2 elevado cronicamente, e a estabilidade hemodinâmica deve ser acompanhada de outros parâmetros respiratórios adequados.
Alternativa C: Índice de Tobin > 105 irpm/L e PiMáx > –30 cmH2O são valores que, na verdade, indicam uma menor probabilidade de sucesso no desmame. Um índice de Tobin (frequência respiratória / volume corrente) elevado sugere maior trabalho respiratório e menor chance de sucesso no TRE.
Alternativa E: A reversibilidade da doença pulmonar crônica e melhora do broncoespasmo são desejáveis, mas não são critérios específicos e mensuráveis para indicar a aptidão para o TRE ou para o desmame ventilatório. A DPOC é uma doença crônica com controle e manejo, mas não necessariamente reversível.
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Comentários
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questão da viés de duas assertivas corretas; letra B e D.
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