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Q1071654 Português

         Idosos órfãos de filhos vivos são os novos desvalidos do século XXI


      Nestas últimas décadas, surgiu uma geração de pais sem filhos presentes, por força de uma cultura de independência e autonomia levada ao extremo, que impacta negativamente no modo de vida de toda a família. Muitos filhos adultos ficam irritados por precisarem acompanhar os pais idosos ao médico, aos laboratórios. Irritam-se pelo seu andar mais lento e suas dificuldades de se organizar no tempo, sua incapacidade crescente de serem ágeis nos gestos e decisões.

                              Separação e responsabilidade

      Nos tempos de hoje, dentro de um espectro social muito amplo e profundo, os abandonos e as distâncias não ocupam mais do que algumas quadras ou quilômetros que podem ser vencidos em poucas horas. Nasceu uma geração de “pais órfãos de filhos”. Pais órfãos que não se negam a prestar ajuda financeira. Pais mais velhos que sustentam os netos nas escolas e pagam viagens de estudo fora do país. Pais que cedem seus créditos consignados para filhos contraírem dívidas em seus honrados nomes, que lhes antecipam herança, mas que não têm assento à vida familiar dos mais jovens, seus próprios filhos e netos, em razão – talvez, não diretamente de seu desinteresse, nem de sua falta de tempo – da crença de que seus pais se bastam.

      Este estilo de vida, nos dias comuns, que não inclui conversa amena e exclui a “presença a troco de nada, só para ficar junto”, dificulta ou, mesmo, impede o compartilhamento de valores e de interesses por parte dos membros de uma família na atualidade, resulta de uma cultura baseada na afirmação das individualidades e na política familiar focada nos mais jovens, nos que tomam decisões ego-centradas e na alta velocidade: tudo muito veloz, tudo fugaz, tudo incerto e instável. O desespero calado dos pais desvalidos, órfãos de quem lhes asseguraria conforto emocional e, quiçá material, não faz parte de uma genuína renúncia da parte destes pais, que “não querem incomodar ninguém”, uma falsa racionalidade – e é para isso que se prestam as racionalizações – que abala a saúde, a segurança pessoal, o senso de pertença. É do medo de perder o pouco que seus filhos lhes concedem em termos de atenção e presença afetuosa. O primado da “falta de tempo” torna muito difícil viver um dia a dia em que a pessoa está sujeita ao pânico de não ter com quem contar.

                   A dificuldade de reconhecer a falta que o outro faz

Do prisma dos relacionamentos afetivos e dos compromissos existenciais, todas as gerações têm medo de confessar o quanto o outro faz falta em suas vidas, como se isso fraqueza fosse. Montou-se, coletivamente, uma enorme e terrível armadilha existencial, como se ninguém mais precisasse de ninguém. A família nuclear é muito ameaçadora. Para o conforto, segurança e bem-estar: um número grande de filhos não mais é bem-vindo, pais longevos não são bem tolerados e tudo isso custa muito caro, financeira, material e psicologicamente falando. Sobrevieram a solidão e o medo permanente que impregnam a cultura utilitarista, que transformou as relações humanas em transações comerciais. As pessoas se enxergam como recursos ou clientes. Pais em desespero tentam comprar o amor dos filhos e temem os ataques e abandono de clientes descontentes. Mas, carinho de filho não se compra, assim como ausência de pai e mãe não se compensa com presentes, dinheiro e silêncio sobre as dores profundas, as gerações em conflito se infringem. [...]. Diálogo? Só existe o verdadeiro diálogo entre aqueles que não comungam das mesmas crenças e valores, que são efetivamente diferentes. Conversar, trocar ideias não é dialogar. Dialogar é abrir-se para o outro. É experiência delicada e profunda de autorrevelação. Dialogar requer tempo, ambiente e clima, para que se realizem escutas autênticas e para que sejam afastadas as mútuas projeções. O que sabem, pais e filhos, sobre as noites insones de uns e de outros? 

      O que conversam eles sobre os receios, inseguranças e solidão? E sobre os novos amores? Cada geração se encerra dentro de si própria e age como se tudo estivesse certo e correto, quando isso não é verdade.

FRAIMAN, A. “Idosos órfãos de filhos vivos são os novos desvalidos do século XXI”. Disponível em <http://www.revistapazes.com/5440-2/. Acesso em 30 out. 2017. (Adaptado)

Referente aos processos de formação das palavras, assinale a alternativa correta.
Alternativas

Comentários

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GABARITO: LETRA D

A) ?independência? é uma palavra formada por derivação parassintética. ? incorreto, é formado por derivação prefixal e sufixal.

B) ?coletivamente? é um vocábulo formado por prefixação e sufixação. ? incorreto, é formado por derivação sufixal; acréscimo do sufixo -mente formador de advérbio.

C) ?projeções? é uma palavra formada por derivação imprópria. ? incorreto, é formado por derivação prefixal; é naturalmente um substantivo e foi usado no texto como um substantivo, logo, não houve derivação imprópria.

D) ?desespero? é uma palavra formada por derivação regressiva. ? correto; do verbo nasceu o substantivo (regrediu); primeiro temos que nos desesperar para que haja o "desespero" (verbo ? substantivo).

E) ?incapacidade? é uma palavra formada por derivação parassintética. ? incorreto, é formado por derivação prefixal e sufixal.

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FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

” Desespero” é uma palavra formada por derivação regressiva.

Comentário: Correto, a derivação regressiva ocorre com a redução da palavra primitiva para a formação da palavra derivada, geralmente ocorrendo com verbos, mas também podendo ocorrer com substantivos.

Exemplos: abalo (do verbo abalar),agito (do verbo agitar),ajuda (do verbo ajudar).boteco (de botequim)

GABARITO. D

Derivação Parassintética - ( prefixo + sufixo) - é importante ter os dois para a palavra existir -

DESALMADO

Não existe Desalma e nem Almado

Derivação Imprópria - muda a classe de palavra -

" O andar de Roberta"

Andar= verbo, mas nesse contexto é substantivo

TIPOS DE DERIVAÇÕES:

--> PREFIXAL: quando há apenas prefixo ex: Desleal

--> SUFIXAL: Quando há apenas sufixo ex: Lealdade

--> PREFIXAL E SUFIXAL: Quando há ambos ex: Deslealdade, foram adicionados aleatoriamente, mesmo tirando um ainda haverá uma palavra

--> PARASSINTÉTICA: Há sufixo e prefixo, porém foram adicionados simultaneamente não sendo possível tirar nenhum ex: entardecer

--> REGRESSIVA (deverbal): O verbo perde a terminação verbal gerando uma nova palavra ex: Embarque, que derivou de embarcar.

--> IMPRÓPRIA OU CONVERSÃO: Quando há modificação da classe gramatical

Ex: o verbo virar substantivo através da colocação de um artigo veja:

O canto dos pássaros é bom. (o artigo torna o verbo cantar em substantivo)

GABARITO = Letra D, derivação Regressiva(Deverbal)

Derivação: 1 radical

Processo pelo qual formamos novas palavras (derivadas) a partir de palavras já existentes na língua (primitivas) .

Podem ser:

Prefixal: desleal; anormal. Se eu tiro o prefixo "des" os radicais leal e normal continuam com sentido.

Sufixal: Lealdade. Se eu tiro o sufixo "dade" o radical Leal continua com sentido.

Prefixal e sufixal: Deslealdadeinfelizmente. Tanto faz eu tirar o prefixo ou o sufixo o radical continuará com sentido completo.

Parassintética: Entardecer. É simultânea, não posso tirar o prefixo ou sufixo, que a palavra fica inexistente, perde o sentido. Assim: ----> Tirei o "En" --> Tardecer. Tirei o "Cer" ---> Entarde

Regressiva (deverbal): a palavra foi formada por uma redução, por isso regressiva, não houve acréscimo. No exemplo, o verbo deu lugar a um substantivo: Fala, embarque. Provêm do dos verbos falar e embarcar.

Imprópria (conversão): Lembre-se de mudança de classe gramatical. ---> cantar dos pássaros me anima. A presença do artigo "o" na frente do verbo "cantar" modifica a classe gramatical do verbo, que passou a ser substantivo.

Composição: 2 ou + radicais.

É a junção de palavras já existentes na língua, formando novas palavras.

Podem ser:

Justaposição: Guarda-roupa, Girassol. Percebemos claramente duas palavras, a fonética não é perdida, alterada.

Aglutinação: Planalto (Plano + alto), aguardente ( água + ardente), embora ( em + boa + hora). Há perda ou alteração fonética na fusão, contração.

DEUS É FIEL!

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