Julgue (C ou E) os itens que se seguem, relativos aos impact...
A tensão ideológica e política da Guerra Fria e, em especial, os interesses soviéticos e dos partidos comunistas tiveram grande impacto na América Latina e culminaram na Revolução Cubana.
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A Revolução Russa, ocorrida em 1917, desencadeou uma série de transformações políticas e ideológicas em nível global, e sua influência se estendeu até a América Latina e o Caribe. No entanto, a alternativa apresentada mistura fatos de períodos distintos que não podem ser diretamente associados.
A tensão ideológica e política mencionada refere-se principalmente à Guerra Fria, um período que começou após o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945 e se estendeu até o início da década de 1990. Embora a União Soviética e os partidos comunistas locais tenham de fato exercido influência na região, a Revolução Cubana (1959) ocorreu bem depois da Revolução Russa e foi influenciada por diversos fatores, incluindo o cenário político, econômico e social específico de Cuba na época.
Portanto, é incorreto afirmar que a tensão da Guerra Fria e os interesses soviéticos e dos partidos comunistas na América Latina "culminaram" na Revolução Cubana como um impacto direto da Revolução Russa. Enquanto a Revolução Russa foi um importante evento que provocou mudanças significativas no século XX, cada movimento revolucionário na América Latina tem suas próprias causas e contexto.
Resposta: Errado
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Copiado do excelente comentário da Yara, Q127693:
O golpe deflagrado por Fidel Castro e seus companheiros de guerrilha, com a tomada de Havana, em 1959, tinha o objetivo de destituir do poder o ditador Fulgêncio Batista e instaurar melhorias sociais como reformas agrária e educacional.
Mesmo assim, essas atitudes foram de encontro aos interesses estadunidenses que, em resposta, promoveram embargos comerciais e, em 1961, ataque fracassado aos domínios cubanos, mais especificamente, à Baia dos Porcos.
Só então, Fidel declara Cuba um Estado Socialista, alinhado aos preceitos leninistas-marxistas e, assim, intensifica a proximidade com a URSS, que passa a financiar o primeiro Estado socialista do hemisfério ocidental.
A Revolução Cubana só ganha caráter comunista depois
TEC
Eis aqui um erro muito recorrente quando se trata da Revolução Cubana (1959). Ao contrário do que considerações mais generalizantes costumam apontar, o processo revolucionário cubano não tinha, em sua raiz, uma ligação direta com o comunismo e tampouco com a União Soviética. O movimento guerrilheiro liderado pelos irmãos Castro e por Ernesto Che Guevara tinha como ponto focal depor a ditadura de Fulgencio Batista a partir de uma mobilização popular das áreas rurais da ilha caribenha.
Triunfante, o movimento se fortaleceria a ponto de tomar Havana no início de 1959, estabelecendo um governo provisório de claro cunho nacionalista, mas não propriamente socialista - e sem nenhuma filiação clara a qualquer partido comunista. Num primeiro momento, os revolucionários cubanos foram festejados como heróis mesmo nos Estados Unidos, o que incluiu uma importante visita de Fidel Castro ao país em 1960. As relações entre os países começariam a enfrentar gravíssimos travamentos com as iniciativas de nacionalização de empresas americanas em Cuba sob grande influência de Che Guevara. Sem aceitar as indenizações oferecidas pelo governo cubano, os EUA escalariam a crise até a ruptura de relações e a decretação do embargo contra Cuba em 1962. Só a partir deste travamento que Cuba faria sua guinada ao socialismo e se aproximaria decisivamente da União Soviética, que ofereceria relações especiais em favor do desenvolvimento econômico da ilha.
Além disso, os partidos comunistas, em muitos casos latino-americanos, foram severamente reprimidos antes mesmo na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Na Argentina e no Brasil, por exemplo, a perseguição aos comunistas foram sistemáticas nas décadas de 1930 e 1940. Mesmo que tenham tido uma certa expressão eleitoral nas décadas seguintes, os partidos comunistas latino-americanos jamais se configuraram como uma força central na vida política da região. Os avanços da esquerda política na região se dariam por alianças com a centro-esquerda e com o nacional-desenvolvimentismo, mas sem uma filiação clara à União Soviética. A partir da década de 1960, multiplicaram-se pela América Latina ditaduras de extrema-direita, praticamente debelando todas as lideranças de esquerda e afastando qualquer interesse político sobre a região - sendo o caso cubano a única exceção restante. Portanto, item ERRADO.
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