Com base no texto e nas alterações sofridas, pode-se afirma...
Adolescer é coisa tão complicada que a própria palavra vem de doer, de adoecer. Ezagero dos romanos, que criaram no seu latim a palavra adolescentia com essa ambigüidade? Nem tanto. Toda a literatura sobre o tema (que só nos últimos 50 anos deve pesar toneladas) converge em certas questões, destacadas pela psicologia, pela sociologia e por todas as outras ciências que estudam o comportamento humano.
Questões sobre a transição, a aventura de cada descoberta, o desabrochar da sexualidade, as mudanças corporais e o imenso salto intelecto com o acúmulo de informações sobre o mundo que marca essa etapa.
Mas questões também sobre as responsabilidades crescentes e a luta pela autonomia, os conflitos domésticos e entre gerações, os conflitos com o outro e consigo mesmo.
E isso não é tudo: a incerção nas regras do jogo do mundo adulto (e a inevitável contestação a essas regras) vem acompanhada pela perda das facilidades da infância e a perpleccidade diante da vida que se entreabre, com suas promessas de delícias e ameaças.
Daí a chamada crise da adolescência, cheia de inseguranças e de espinhas na cara.
Por tudo isso, os adolescentes costumam se sentir incompreendidos pelos mais velhos (na maior parte das vezes, diga-se de passagem, com toda razão) e adotam comportamentos legítimos no interior da “turma”, onde cada passo é compartilhado e a confiança é incondicional.
O adolescente é um bicho ético, que detesta a ipocrisia: está procurando, em cada experiência nova, um fundamento da arte de viver. Para isso, a verdade é ecenssial. Cada experiência é decisiva porque ele sabe que em cada escolha está se construindo como pessoa. Tudo tem que ser falado, dicecado em miúdos.
Afinal a vida é uma festa, mas uma festa cheia de mistérios. (MARIANA, Maria. Confissões de adolescente. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1992.
p. 5 -6.)
Observação: O texto sofreu algumas mudanças gramaticais
propositais. ATENÇÃO.