Ao se transpor para o discurso direto o trecho ela perguntou...

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Q941420 Português
   Atenção: Leia a fábula “O leão, a raposa e a corça”, do escritor grego Esopo, .

  Um leão, que jazia doente em uma caverna, disse à estimada raposa, com quem mantinha convívio: “Se você me quer vivo e saudável, ludibrie com palavras a maior corça que vive na floresta, faça com que ela venha às minhas mãos, pois ela tem um coração e entranhas que despertam o meu apetite”. A raposa se foi e, ao encontrar a corça a saltitar na floresta, saudou-a efusivamente e, em seguida, lhe disse: “Vim trazer boas novas! Você sabe que o leão, nosso rei, é meu vizinho. Ele está doente, moribundo, e se pôs a considerar sobre qual dos animais iria sucedê-lo. O javali é sem juízo”, afirmava ele, “o urso, balofo, a pantera, ranzinza, o tigre, fanfarrão. A corça é a mais digna da realeza, porque tem porte altivo, vida longa e um chifre que intimida as serpentes. Bom, mais delongas para quê? Por decisão dele, você assumirá o reinado! E eu, que recompensa vou ganhar por ter-lhe dado essa notícia em primeira mão? Vamos, prometa-me alguma coisa. Estou com pressa, não vá ele sentir a minha falta! Ele me tem como conselheira para tudo. Se você quer ouvir a mim, sou velha, meu conselho é que você venha também e aguarde junto do moribundo”. Assim disse a raposa. Com essas palavras, a corça ficou toda cheia de si e foi à caverna, ignorando o que ia acontecer.
  O leão, então, lançou impetuoso suas garras sobre ela, dilacerando-lhe somente as orelhas, pois a corça tratou de fugir rapidamente para a floresta. Enquanto a raposa dava murros porque havia feito esforços em vão, o leão gemia, entre fortes rugidos, pois a fome e o desgosto o dominavam. Então ele suplicou à raposa que fizesse uma segunda tentativa para trazer a corça novamente, por meio de um ardil. “A tarefa que você me atribuiu é difícil e penosa. Contudo, vou lhe dar esse apoio”, disse a raposa. Assim, como um cão farejador, saiu à procura da corça e foi tramando trapaças rumo à floresta, seguindo a indicação de uns pastores, a quem ela perguntou se tinham visto uma corça sangrando.
  A raposa a encontrou esbaforida e parou diante dela com a maior cara de pau. Indignada, a corça arrepiou o pelo e disse: “Nunca mais você me pega, sua peste! E se chegar perto de mim, não sairá viva! Vá raposinhar com outros, inexperientes, estimulando-os a se tornarem reis!” A raposa rebateu: “Você é tão frágil e covarde assim, que desconfia de nós, seus amigos? O leão, quando agarrou sua orelha, ia dar conselhos e recomendações a respeito desse cargo tão importante, porque ele está morrendo! E você não tolerou nem mesmo um arranhão da pata de um enfermo! Agora a indignação dele é muito maior que a sua, e ele pretende tornar rei o lobo. Ai de mim, um senhor malvado! Mas venha, não se deixe sugestionar por nada, comporte-se como um cordeiro. Juro por todas as folhas e fontes que não sofrerá nenhum mal da parte do leão. Quanto a mim, quero apenas o seu bem”.
  Com tais ludíbrios, a raposa convenceu a medrosa a acompanhá-la uma segunda vez. E quando a corça adentrou a caverna, o leão agarrou a sua janta e se pôs a comer os ossos todos, o tutano e as entranhas. A raposa ficou parada, observando. Nisso cai o coração da corça e a raposa sorrateiramente o apanha e devora, como prêmio de seu empenho. E quando percebeu que o leão farejava todas as partes mas não achava o coração, ela, postada à distância, lhe disse: “A bem da verdade, essa fulana aí não tinha coração. Não adianta procurar! Que espécie de coração teria ela, que veio ter por duas vezes à morada e às mãos de um leão?”
(Esopo. Fábulas completas. Tradução de Maria Celeste Dezotti. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 309-311.)
Ao se transpor para o discurso direto o trecho ela perguntou se tinham visto uma corça sangrando, a locução verbal “tinha visto” assume a seguinte forma:
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TINHAM VISTO - preterito perfeito.

Pretérito Perfeito - VIRAM (GABARITO A)

Pretérito Imperfeito  - VIAM

Cuidado para não confundir o pretérito perfeito composto ("tenho visto") com o pretérito mais-que-perfeito composto ("tinha visto).

O discurso indireto caracteriza-se por dar "um passo para trás" nos verbos. Se o discurso direito está, por exemplo, no presente do indicativo, usamos o pretérito imperfeito para transformá-lo em discurso indireto. Ex: Eu pego um ônibus todos os dias (Fulano disse que ele pegava um ônibus todos os dias).

Quando o verbo se encontrar no pretérito perfeito, é necessário usar um "passado mais atrás", que seria o pretérito mais-que-perfeito. Ex: Eu vi um ladrão. (Fulano disse que ele vira um ladrão). Vi = tenho visto (forma composta) / Vira = tinha visto (forma composta)


No entanto, o exemplo pede o inverso: transformar o discurso indireto em direto. Logo, passamos do pretérito mais-que-perfeito para o perfeito.

Um resumo que encontrei aqui no QConcurso sobre tipos de discurso:
 

DISCURSO DIRETO

Ocorre quando o autor reproduz fielmente a fala do personagem. Aparecem, geralmente, os dois-pontos e o travessão. Outra característica é o emprego de um verbo de elocução (dizer, perguntar, indagar, afirmar, responder etc.).

Ex: Pedro disse ao irmão: – Pretendo viajar logo.

     Animado, o jovem afirmou: – Irei à festa com ela.

     Sua mãe lhe pediu: – Volte cedo.

     Carlos indagou: – Onde está o caderno?

 

 

DISCURSO INDIRETO

Ocorre quando o autor diz com as suas próprias palavras o que teria dito o personagem. Nesse caso, desaparecem os dois pontos e o travessão, bem como o verbo de elocução, sendo a oração que indica a fala introduzida por uma conjunção integrante.

Ex: Pedro disse ao irmão que pretendia viajar logo.

     Animado, o jovem afirmou que iria à festa com ela.

     Sua mãe lhe pediu que voltasse cedo.

     Carlos indagou onde estava o caderno.

 

DISCURSO INDIRETO LIVRE

Ocorre quando o autor mistura o discurso direto com o indireto. Não se usam dois-pontos, travessão, verbo de elocução, nem conjunção integrante. É como se o próprio autor estivesse falando. Trata-se de uma estruturação frasal moderna, que confere um certo dinamismo à narrativa.

Ex: O mensageiro apresentou-se adoentado para o trabalho. Meu Deus, pode ser que eu não aguente! Todos, no entanto, esperavam que aguentasse. 

Sigamos! 
Bons estudos.

Nessas questões, atentem-se para a substituição do verbo. Em " se tinham visto uma corça " a locução "tinham visto"  está no pretérito mais que perfeito composto e no discurso indireto, para se transformar em discurso direto, esse verbo deve ir para o pretérito perfeito, ficando "viram".

 

 

DISCURSO DIRETO

 

 

→  Fala de personagens.

 

→  Utiliza o tempo em que a ação ocorre.

 

→  Marcas gráficas ( "Aspas" -Travessões-).

 

→  Confere ao texto vivacidade.

 

→  Pode explorar discursos entonacionais (? / ! / ...).

 

 

 

DISCURSO INDIRETO

 

 

→  Narrador é responsável pelo enunciado.

 

→  As frases são declarativas.

 

→  Apresenta verbo dicente (Verbo de dizer: falou, disse ...).

 

→  Apresenta conector (que/se).

 

 

 

 

DISCURSO DIRETO  ------------------------------>  DISCURSO INDIRETO

 

 

Ele disse: sou feliz.                                                    Ele disse que era feliz.

Presente do Indicativo  ------------------------------>  Pretérito Imperfeito do Indicativo

 

Ele disse: fui um jovem feliz.                                              Ele disse que fora um jovem feliz.

Pretérito Perfeito do Indicativo  ------------------------------>  Pretérito Mais que Perfeito do Indicativo

 

Ele disse: serei aprovado.                                                        Ele disse que seria aprovado.

Futuro do Presente do Indicativo   ------------------------------>  Futuro do Pretérito do Indicativo 

 

Ele disse: talvez haja aula.                                   Ele disse que talvez houvesse aula.

Presente do Subjuntivo  ------------------------------>  Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

 

Ele disse: faça escolhas corretas.                               Ele disse para fazer escolhas corretas.

Imperativo  ----------------------------------------------------------------->  Infinitivo 

 

 

 

Questão com o mesmo tipo de cobrança  -->  Q941414

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Confira o meu material gratuito --> https://drive.google.com/drive/folders/1sSk7DGBaen4Bgo-p8cwh_hhINxeKL_UV?usp=sharing

Eu ainda não estudei os tipos de discurso, então analisei pelo tempo composto.

 

Período composto é a locução formada pelos verbos TER/ HAVER + PARTICÍPIO.  

 

A dica é:

1) PRESENTE (do indicativo ou subjuntivo) + PARTICÍPIO -----------------> vira PRETÉRITO PERFEITO (do indicativo ou subjuntivo)

 

       " Eu tenho estudado"    -------> "Eu estudei"

 

2) PRETÉRITO IMPERFEITO + PARTICÍPIO  -----------------------> vira PRETÉRITO MAIS QUE PERFEITO

 

        " Eu tinha estudado"      ------->  "Eu estudara"

 

3) FUTURO  ----------------------> vira FUTURO         

  

        " Eu teria estudado" ------>   "Eu estudaria"

 

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Na questão temos :    " TINHAM VISTO"  ;

Se trata do verbo no pretérito imperfeito do indicativo + particípio.  No tempo composto é  = ao Pretérito Mais Q Perfeito, terminação RA, portanto, " VIRAM"

 

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