Em “... a começar pela sopa tão odiada...” e em “Seu irmãozi...

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Q1125423 Português
Mafalda: uma grande menina
Jornal do Brasil
Maria Clara Lucchetti Bingemer

      Incrível, querida Mafalda, que você já esteja com meio século de existência. Parece que foi ontem que travei conhecimento com você e sua turma de crianças diferenciadas. E desde o primeiro momento, confesso que me apaixonei por você, tão idealista, com seu jeito politizado e, ao mesmo tempo, terno.
      Você, querida Mafalda, na verdade é uma apaixonada pelas pessoas e pelo mundo. Você ama os outros e as coisas que existem ao seu redor. Por isso mesmo é muito exigente com elas. Os primeiros a sentir o peso de sua exigência são seus pais. Como você deve tê-los enchido de ansiedade, menina de cabelos pretos e olhar perscrutante. Suas perguntas os deixam de olhos abertos a noite toda, sem conciliar o sono, indagando-se o que você quer dizer e onde quer chegar.
         Mas ao mesmo tempo, com toda a sua crítica a tudo e todos em sua casa – a começar pela sopa tão odiada “que é para a infância o que é o comunismo para a democracia” –, você ama seus pais e os olha com uma ternura que perdoa suas limitações e acolhe suas imperfeições na difícil arte de te amar. Seu irmãozinho Guille é objeto igualmente de sua ternura e desde pequeno já começa a assimilar sua visão crítica do mundo e da realidade. Vai longe esse menino!
         Com sua turma de amigos, já brinquei muitas vezes e entrei na roda do teimoso e pão-duro Manolito, da alienada Susanita, do terno Felipe... junto com você. Sempre foi uma delícia ver como você interage com eles, amiga, companheira, mas também verdadeira, sabendo levantar a voz e ser crítica quando é necessário. Às vezes, a insensibilidade de Susanita, ou as “viagens” de Felipe impacientam você, que vai então refugiar-se no seu quarto e pensar, pensar e mais pensar. Porém, muitas vezes você se diverte com eles como criança da sua idade e eu, avó que já sou, morro de rir dessas brincadeiras que me fazem lembrar meus netos.
          Sua relação de maior afeto, no entanto, Mafalda, é com o mundo. Só nele eu já vi você enternecida e cheia de compaixão. Seu coração sensível e sua mente brilhante e perspicaz têm profunda pena deste mundo tão louco, tão injusto, mas também tão sofrido, tão combalido por guerras, lutas fratricidas, injustiças de toda sorte. Sua cabecinha não para de se perguntar uma e outra vez o porquê de tudo que acontece e deforma este mundo que poderia ser pacífico. Talvez de todas as suas tirinhas a que mais me enterneceu tenha sido aquela onde você aparece em atitude protetora ao lado do globo terráqueo colando um band-aid sobre sua superfície.
      Isso diz muito sobre sua personalidade. Enraivecida, rebelde, não se conformando com o mundo tal qual é. Mas também carinhosa, compassiva, compreensiva com as limitações de todos e também deste mundo, que é a nossa, a sua casa e que sofre bastante com os desvarios e loucuras dos seres humanos. Tal como seu criador, Quino, você é uma pessoa pacífica, mas que não suporta injustiças. E por isso se enraivece quando elas acontecem.
      Neste seu aniversário de meio século, quero agradecer a você a grande inspiração que tem sido para mim. São cinquenta anos que você nos encanta, nos faz rir, pensar, refletir, chorar e ter mais força para enfrentar o cotidiano às vezes bem duro que é o nosso.
      Sobretudo nós, mulheres, devemos muito a você. Quando nos desesperamos com a idade que nos faz engordar, você nos ensina que na verdade não acumulamos gordura saturada e sim inteligência, saber, conhecimento. E como tanta sabedoria não cabe em nossa cabeça, mas se esparrama por nosso corpo, nossas formas se avolumam e se arredondam. Mas isso não significa que somos gordas, e sim cultas, muito cultas.
     Por ser inteligente, politizada e culta, querida Mafalda, você chega à chamada “meia idade” sem achar que a academia de ginástica é o lugar mais importante do mundo, nem que tem que ter aos 50 o mesmo corpo que tinha aos 18. Você sabe que o mais importante se leva na cabeça e no coração, e não na cintura, nos quadris ou nos seios.(...)

Fonte: http://www.jb.com.br/index.php?id=/acervo/materia.php&cd_
matia=733590&dinamico=1&preview=1

Em relação ao texto “Mafalda: uma grande menina”, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir.

Em “... a começar pela sopa tão odiada...” e em “Seu irmãozinho Guille é objeto igualmente de sua ternura...”, os advérbios em destaque indicam intensidade.
Alternativas

Gabarito comentado

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Alternativa correta: E - Errado

Vamos entender por que a alternativa correta é "Errado". A questão pede para você julgar se os advérbios destacados indicam intensidade. Para isso, precisamos analisar a função dos advérbios no contexto apresentado.

No trecho “a começar pela sopa tão odiada”, o advérbio "tão" realmente indica intensidade. Ele enfatiza o quanto a sopa é odiada. Neste caso, o uso de "tão" está correto como marcador de intensidade.

Agora, vejamos o próximo trecho: “Seu irmãozinho Guille é objeto igualmente de sua ternura...”. Aqui, o advérbio "igualmente" não indica intensidade, mas sim comparação ou igualdade. Ele sugere que Guille recebe a mesma ternura que outros, ou seja, é tratado com igualdade no sentimento de ternura.

Portanto, enquanto "tão" indica intensidade, "igualmente" não tem essa função. A alternativa é, portanto, errada porque o enunciado afirma que ambos os advérbios indicam intensidade, o que não é verdade.

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Comentários

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GABARITO: ERRADO

? ?... a começar pela sopa tão odiada...? e em ?Seu irmãozinho Guille é objeto igualmente de sua ternura...?

? O primeiro é um advérbio de intensidade e intensifica o sentido do adjetivo "odiada", o segundo é um advérbio de modo e não de intensidade.

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? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

Tão > Intensidade

Igualmente > Modo

A questão quer saber se em “... a começar pela sopa tão odiada...” e em “Seu irmãozinho Guille é objeto igualmente de sua ternura...”, os advérbios em destaque indicam intensidade. Vejamos:

Advérbio: palavra invariável que indica circunstâncias. Modifica um adjetivo, um verbo ou outro advérbio.

"tão" é advérbio de intensidade e modifica o adjetivo "odiada".

"igualmente" é advérbio de modo e modifica o verbo "é".

Gabarito: ERRADO

"tão" é advérbio de intensidade e modifica o adjetivo "odiada".

"igualmente" é advérbio de modo e modifica o verbo "é".

Gabarito: ERRADO

gaba ERRADO

podem ter dúvidas sobre ser ou não um advérbio.

o advérbio modifica o AVA

  • Adjetivo
  • Verbo
  • Advérbio

ele pode ser de tempo, intensidade, modo e etc...

tão ----> intensidade

igualmente ---> a forma o modo como ele se parece.

pertencelemos!

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